“Por que
reparas o argueiro no olho de teu irmão?”
Jesus (Mateus,
7:3)
A pergunta do Mestre, ainda agora, é
clara e oportuna.
Muitas vezes, o homem que traz o
argueiro num dos olhos traz igualmente consigo os pés sangrando.
Depois de laboriosa jornada na
virtude, ele revela as mãos calejadas no trabalho e tem o coração ferido por
mil golpes da Ignorância e da inexperiência.
É imprescindível habituar a visão na
procura do melhor, a fim de que não sejamos ludibriados pela malícia que nos é
própria.
Comumente, pelo vezo de buscar
bagatelas, perdemos o ensejo das grandes realizações.
Colaboradores valiosos e respeitáveis
são relegados à margem por nossa irreflexão, em muitas circunstâncias
simplesmente porque são portadores de leves defeitos ou de sombras
insignificantes do pretérito, que o movimento em serviço poderia sanar ou
dissipar.
Nódulos na madeira não impedem a obra
do artífice e certos trechos empedrados do campo não conseguem frustrar o
esforço do lavrador na produção da semente nobre.
Aproveitemos o irmão de boa vontade na
plantação do bem, olvidando as insignificâncias que lhe cercam a vida. Que seria
de nós se Jesus não nos desculpasse os erros e as defecções de cada dia?
E, se esperamos alcançar a nossa
melhoria, contando com a benemerência do Senhor, por que negar ao próximo a
confiança no futuro?
Consagremo-nos à tarefa que o Senhor
nos reservou na edificação do bem e da luz e estejamos convictos de que, assim
agindo, o argueiro que incomoda o olho do vizinho, tanto quanto a trave que nos
obscurece o olhar se desfarão espontaneamente restituindo-nos a felicidade e o
equilíbrio através da incessante renovação.
Mensagem de orientação da reunião do
DOM - Barreiro do dia 16/04/2016
Livro Fonte Viva - Chico Chavier
Capítulo 128