1. Introdução
Inúmeros irmãos sofrem
com o afloramento descontrolado da mediunidade, longe de ser uma doença ou um
castigo, ela é uma joia em estado bruto, que tanto pode ser lapidada para
brilhar em resplendor quanto inutilizada, tornando-se um enfeite sem valor, um
peso a ser carregado durante toda a vida.
Esse artigo é o
primeiro de uma série que busca falar um pouco mais sobre a mediunidade, aqui
você não encontrará respostas, somente conselhos e explicações para entender o
que deve fazer, pois o controle da mediunidade e seu entendimento é tarefa
pessoal e intransferível, só podendo ser alcançado após estudo, prática e
perseverança.
Ninguém melhor que
Chico Xavier para finalizar a introdução com um trecho retirado do livro Seara dos Médiuns.
"Considerando-se a
força mediúnica como recurso inerente à personalidade humana, de vez que,
dentro de grau menor ou maior, transparece de todas as criaturas, comparemo-la
à visão comum.
Efetuado o confronto,
reconheceremos que, em essência, os olhos de um analfabeto, de um preguiçoso,
de um malfeitor e de um missionário do bem não exibem qualquer diferença na
histologia da retina.
Em todos eles, a mesma
estrutura e a mesma destinação.
Imaginemos fosse
concedida, aos quatro, determinada máquina com vistas à produção de certos
benefícios, acompanhada de respectivas carta de instruções para o necessário
aproveitamento.
O analfabeto teria,
debalde, o aparelho, por desconhecer como deletrear o processo de utilização.
O missionário do bem,
contudo, guarda-lo-ia sob a sua responsabilidade, orientando-lhe o
funcionamento na utilidade geral.
Força medianímica,
desse modo, quanto acontece à capacidade visual, é dom que a vida outorga a
todos.
O que difere, em cada
pessoa, é o problema de rumo.
Nisso reside a razão
pela qual os Mensageiros Divinos insistirão, ainda por muito tempo, pela
sublimação das energias psíquicas, a fim de que os frutos do bem se
multipliquem por toda a Terra.
Não valem médiuns que
apenas produzam fenômenos.
Não valem fenômenos que
apenas estabeleçam convicções.
Não valem convicções
que criem apenas palavras.
Não valem palavras que
apenas articulem pensamentos vazios.
A vida e o tempo exigem
trabalho e melhoria, progresso e aprimoramento.
Mediunidade, assim,
tanto quanto a visão física, representa, do ponto de vista moral, força neutra
em si própria.
A importância e a
significação que possa adquirir dependem da orientação que se lhe dê.
Por isso mesmo, os
amigos desencarnados, sempre que responsáveis e conscientes dos próprios
deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os à bondade
e ao serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a força mediúnica, em
verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja distante da caridade e ausente
da educação."
2. Mediunidade e Médiuns
A definição abaixo foi
retirada do Livro dos
Médiuns.
"Todo aquele que
sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium.
Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio
exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos.
Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia,
usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se
mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa
intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa
faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm
uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta
que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações."
Dois conceitos muito
importantes podem ser extraídos das palavras de Allan Kardec:
O primeiro informa que
TODOS são médiuns e recebem conscientes ou não a sua influência.
O segundo fala sobre a
REVELAÇÃO da mediunidade, que ocorre de forma diferente em cada médium,
envolvendo fatores como tipo de aptidão mediúnica, compromissos e dedicação.
2.1 Todos São Médiuns
Entendamos melhor a
quem chamamos por médiuns. Chamamos por médium a pessoa que tem a sensibilidade
espiritual aflorada, seja ela descontrolada, em aprimoramento, desenvolvida ou
completamente sob controle (mais raro, somente espíritos evoluídos).
Essa distinção de forma
alguma elimina a sensibilidade e o contato espiritual que todos os homens,
mulheres e crianças possuem. Todos recebem influências benéficas ou não, sejam
de espíritos bondosos ou trevosos.
A principal diferença
entre a pessoa comum e o médium é que este último sente de forma mais intensa o
contato espiritual, podendo até se ligar ao espírito para que ele se comunique
(psicofonia, também conhecida como incorporação).
Se o médium optar por
aprimorar a sua sensibilidade ele aprenderá a controlá-la, utilizando-a em
benefício do próximo e não mais sofrendo os incômodos normais que ocorrem no
seu desabrochar.
Podemos comparar o
médium ao homem que tem sensibilidade musical e decide estudar música, com o
tempo ele desenvolve e aprimora sua faculdade, que já existia latente de
nascença, mas que precisou de aprimoramento e esforço para se tornar útil.
Além do contato com
outros espíritos, também recebemos as próprias vibrações de nossos veículos
superiores, que trazem mensagens, estímulos, pensamentos, emoções, intuições e
desejos de nosso "Eu Superior", que também é conhecido como “Centelha
Divina” ou “Individualidade”.
A mediunidade independe
de religião e muitos encarnados não acreditam ou não a aceitam, porém, pelo seu
elevado grau de moralidade e pureza atraem a companhia de espíritos puros, que
os inspiram e auxiliam através de sua intuição ou de sua mediunidade. Tudo
depende da tarefa de cada um, os espíritos podem se servir de pessoas com
elevada vibração, que captam seus pensamentos para ajudar o próximo, não sendo
essa pessoa necessariamente um médium de uma casa espírita.
André Luiz resume o
assunto no trecho abaixo, retirado do livro Missionários
da Luz:
"Sem titubear,
Alexandre explicou:
-Aqui, André, observa
você o trabalho simples da transmissão mental e não pode esquecer que o
intercâmbio do pensamento é movimento livre no Universo. Desencarnados e
encarnados, em todos os setores de atividade terrestre, vivem na mais ampla
permuta de idéias. Cada mente é um verdadeiro mundo de emissão e recepção e
cada qual atrai os que se lhe assemelham. Os tristes agradam aos tristes, os
ignorantes se reúnem, os criminosos comungam na mesma esfera, os bons
estabelecem laços recíprocos de trabalho e realização. Aqui temos o fenômeno
intuitivo, que, com maior ou menor intensidade, é comum a todas as criaturas,
não só no plano construtivo, mas também no círculo de expressões menos
elevadas. Temos, sob nossos olhos, uma velha irmã e seu filho maior completamente
ambientados na exploração inferior de amigos desencarnados, presas de
ignorância e enfermidade, estabelecendo perfeito comércio de vibrações
inferiores. Falam sob a determinação direta dos vampiros infelizes,
transformados em hóspedes efetivos do continente de suas possibilidades
físico-psíquicas. Permanece também sob nossa análise uma jovem que,
presentemente, atingiu dezasseis anos de nova existência terrestre. Suas
disposições, contudo, são bastante diversas. Ela consegue receber nossos
pensamentos e traduzi-los em linguagem edificante. Não está propriamente em
serviço técnico da mediunidade, mas no abençoado trabalho de espiritualização.
E indicando a mocinha,
cercada de maravilhoso halo de luz, acrescentou:
-Conserva, ainda, o seu
vaso orgânico na mesma pureza com que o recebeu dos benfeitores que lhe
prepararam a presente reencarnação. Ainda não foi conduzida ao plano de emoções
mais fortes, e as suas possibilidades de recepção, no domínio intuitivo, conservam-se
claras e maleáveis. Suas células ainda se encontram absolutamente livres de
influências tóxicas; seus órgãos vocais, por enquanto, não foram viciados pela
maledicência, pela revolta, pela hipocrisia; seus centros de sensibilidade não
sofreram desvios, até agora; seu sistema nervoso goza de harmonia invejável, e
o seu coração, envolvido em bons sentimentos, comunga com a beleza das verdades
eternas, através da crença sincera e consoladora. E, além disso, não tendo
débitos muito graves do pretérito, condição que a isenta do contacto com as
entidades perversas que se movimentam na sombra, pode refletir com exatidão os
nossos pensamentos mais íntimos. Vivendo muito mais pelo espírito, nas atuais
condições em que se encontra, basta a permuta magnética para que nos traduza as
idéias essenciais.
-Não tanto. Ela ainda
conserva os benefícios que trouxe do plano espiritual e as cartas da felicidade
ainda permanecem nas suas mãos para extrair as melhores vantagens no jogo da
vida, mas dependerá dela o ganhar ou perder, futuramente. A consciência é livre.
-Então -continuei
perguntando -não seria difícil prepararem-se todas as criaturas para receberem
a influenciação superior?
-De modo algum
-esclareceu ele -todas as almas retas, dentro do espírito de serviço e de
equilíbrio, podem comungar perfeitamente com os mensageiros divinos e
receber-lhes os programas de trabalho e iluminação, independentemente da
técnica do mediunismo que, presentemente, se desenvolve no mundo. Não há
privilegiado na Criação. Existem, sim, os trabalhadores fiéis, compensados com
justiça, seja onde for."
2.2 Como Descobrir se Alguém é Médium
Não existem indícios
físicos que possam revelar a mediunidade, contudo, alguns médiuns podem ter sua
saúde agravada pela mediunidade descontrolada, porém, de forma alguma podemos
criar uma regra para estereotipar um médium.
O Corpo Etérico ou
Duplo Etérico, composto pelos quatro sub-planos mais sutis do plano físico
podem indicar a mediunidade, porém, somente médiuns clarividentes conseguem
acessar esse plano.
Ramatís fala no livro
"Elucidações do Além" que o Duplo Etérico de um médium é inclinado,
permitindo o acesso mais fácil ao plano espiritual. Não conseguimos encontrar
outra referência a esse tema, contudo, é possível que isso ocorra, mas acredito
que essa inclinação esteja vinculada a determinados tipos de mediunidade,
principalmente as que demandam doação de ectoplasma por parte do médium.
Mas vamos ao assunto
principal deste tópico - Como descobrir se você é médium??
A mediunidade não
aparece de repente, ela vai se manifestando durante um bom tempo de forma suave
(na maioria dos casos) e vai se tornando intensa até o ponto em que a pessoa
tem que assumir que possui algum tipo de sensibilidade, que não consegue
explicar, mas que é extremamente real para ela.
Não temos como criar
regras, contudo, podemos dar algumas dicas para avaliar o que está sentindo:
• Procure não
sentir medo das sensações que tem, essa é a pior coisa a se fazer. Comece a
observar a periodicidade, intensidade e como acontece cada sensação.
• Seja imparcial,
ser médium não é sinônimo de salvação ou perdição, é um caminho a ser trilhado,
por isso não fique procurando sentir as “coisas”, se você for médium as
sensações se repetirão. Tentar forçá-las é tão ruim ou pior do que ter medo, porque
você pode atrair espíritos zombeteiros e brincalhões.
• Não se preocupe
inicialmente em desenvolver a mediunidade, busque estudar, conhecer, freqüentar
algum centro, deixe que naturalmente as coisas aconteçam.
• Não procure
lugares que "Libertam sua Mediunidade" ou que fazem exercícios ou
passes para "Despertar a Mediunidade". A mediunidade aparece
naturalmente e está latente no espírito que possui o compromisso de exercê-la.
Na hora certa ela
aparecerá e como o próprio Allan Kardec informa no Livro dos Méiduns, ela deve
se desenvolver naturalmente através do equilíbrio e burilamento do médium.
Se você está lendo esse
artigo porque está preocupado ou por que sente uns "troços", umas
"coisas" que não consegue explicar e que deixam você extremamente
apavorado, então você é um bom candidato a ser médium.
Quando chega a hora da
mediunidade "aflorar" ela aparece e não pode ser negada pelo médium,
embora alguns façam um esforço enorme para se enganar. No próximo tópico
falaremos mais sobre o afloramento da mediunidade.
Sem dúvida nenhuma o
despertar da mediunidade é uma etapa marcante na vida de qualquer médium, a
grande maioria não aceita as sensações que percebe, alguns levam meses, a
maioria anos e outros terminam sua vida sem aceitar sua sensibilidade
mediúnica.
Quanto mais força se
faz para controlar a mediunidade, ou melhor dizendo, para abafá-la, mais
doloroso é o seu despertamento. Alguns "fingem", mentindo para si
mesmo e afirmando copiosamente que não sentem "aquelas coisas". Os
motivos que levam o médium a fazer isso são geralmente medo, ansiedade,
teimosia ou vergonha.
Segundo Allan Kardec
não existem indícios físicos que diferenciem uma pessoa com sensibilidade
mediúnica de outra que não a possui em grau avançado, por isso, diferente do
que muitos filmes e revistas afirmam, o médium não é aquela pessoa velha,
desfigurada ou caolha, os médiuns são pessoas com aparências e hábitos normais.
Atualmente os médiuns
que trabalham em Templos de Umbanda ou Centros Espíritas são pessoas de nossa
família ou de nosso ambiente profissional. Ser médium não é ser anormal ou
diferente, é ter uma aptidão a ser desenvolvida e dedicada ao próximo.
Quando penso na
mediunidade, seu despertamento, aprimoramento, utilização em favor do próximo e
continuidade do trabalho me lembro da história que ouvi das tartarugas.
As tartarugas filhotes
tem que "quebrar" o ovo que as prende, SOZINHAS. Isso deve ocorrer à
noite, no escuro, senão serão alvos fáceis para os predadores, pois seus cascos
ainda não as protegem. Elas acabam de nascer e devem caminhar para um foco de
luz que desconhecem (o mar é sempre a parte mais clara, é o lugar que estarão a
salvo). Elas devem correr, porque se não chegarem até a água antes do amanhecer
serão café da manhã para seus predadores. Ao chegarem na água elas se tornam
mais ágeis, porém, ainda são alvo de inúmeros predadores. Por isso são muito
poucas tartarugas que sobrevivem.
No entanto, crescendo
elas se tornam belas criaturas, protegidas por um casco duríssimo, ficam
enormes.
Bom, voltando para a
mediunidade...
Como foi dito por Allan
Kardec a manifestação inicial da mediunidade pode ocorrer de várias formas, de
acordo com a aptidão do médium e seu compromisso.
Vou explorar alguns
aspectos sobre o despertar da mediunidade.
Não existe idade para o
afloramento da mediunidade, mas é claro que um bebê não poderá se ligar a um
espírito e começar a falar, algumas etapas deverão ser alcançadas para que
ocorra a ligação espiritual.
Também devemos ter
cuidado para não achar que uma criança é médium antes dos sete anos, já que
nesse período ela está se ajustando ao mundo físico, sendo por isso mais fácil
o contato com espíritos desencarnados.
Em vários livros vemos
exemplos de espíritos que se aproximam de crianças para influenciá-las a fazer
uma prece ou levantar algum assunto importante. Pela sua pureza, inocência e
por ainda não estarem completamente ligadas ao plano físico elas são muitas
vezes o canal mais receptivo para influencias espirituais.
Porém existem crianças
que desde cedo mantém um contato "mais intenso" com o mundo
espiritual, tendo visões, conversando e até brincando com crianças
desencarnadas.
O desabrochar da
mediunidade pode ocorrer em qualquer idade, criança, jovem, adulto e até
pessoas mais velhas.
Não acredito ser uma
boa opção o aprimoramento mediúnico para crianças e jovens, na minha humilde
opinião elas devem ser preparadas através de estudos espiritualistas e
principalmente do Evangelho, para quando se tornarem mais velhas possuírem uma
base sólida para a execução de sua tarefa. Muitos podem achar que o afloramento
prematuro indica início de trabalho prematuro, porém isso também pode indicar
INICIO DE ESTUDO E PREPARAÇÃO PREMATURO.
A tarefa do médium
demandará confiança, maturidade, fé, coragem e vontade, atribuitos que muitas
crianças ou jovens geralmente ainda não consolidaram em seu caráter, por isso
mais vale um trabalho iniciado aos 20 anos e executado durante toda uma existência
do que uma explosão aos 15 anos com término aos 19.
Allan Kardec fala sobre
o desenvolvimento mediúnico de crianças no Livro dos Médiuns:
" Haverá inconveniente em
desenvolver-se a mediunidade nas crianças?
Em que idade se pode ocupar, sem inconvenientes, de
mediunidade?
A maior parte dos
centros possui evangelização infantil, passando os conhecimentos espirituais
para os pequenos de forma suave, de acordo com a idade em que se encontra,
acredito que essa é uma das melhores formas de prepará-los, além é claro do
Evangelho no Lar.
Pessoas em idades
avançadas também podem sentir o despertar de suas faculdades mediúnicas, isso
não invalida o trabalho, não é mérito ou demérito. Não podemos julgar a vontade
de nosso Pai e dos espíritos superiores, que sabem o exato momento que tudo deve
acontecer.
Muitos médiuns evitam
se dedicar ao trabalho por falarem que não tem tempo, o trabalho, os amigos,
tudo tem prioridade e sempre pensão em um dia se dedicarem só que....
Você não sabe o tempo
de vida que terá...
Você não sabe ao certo
o tempo necessário para o início de sua tarefa mediúnica...
Muitas vezes, quando
decidir iniciar o estudo e trabalho não lhe será mais permitido, porque já é
época da colheita e você não plantou.
Não é você que escolhe
a idade de iniciar o estudo e trabalho espiritual, Deus o chama e esse deve ser
o momento de iniciar a preparação, pois quando estiver preparado ele o chamará
novamente, só que agora para auxiliar os irmãos necessitados de Luz.
Isso não quer dizer que
o(s) espírito(s) protetor(es) e mentor(es) do médium não estejam próximos,
muitas vezes eles tentam de forma suave fazer o médium despertar para sua
sensibilidade, porém.... pelo medo (alguns tem pavor) ou vergonha eles não
aceitam a aproximação.
Os espíritos superiores
então se afastam, não como castigo e sim por afinidade. Os espíritos inferiores
se aproximam e acabam "acordando" o médium de forma mais agresssiva.
Não devemos pensar
nisso como um castigo, simplesmente o médium tem um canal de contato
espiritual, se não existe um espírito superior protegendo esse canal os
espíritos inferiores passam a utilizá-lo, é simples, podemos comparar a uma
casa abandonada.
O médium se comprometeu
antes de encarnar a realizar uma tarefa e para realizá-la ele recebeu uma
"hipersensibilização" nos canais de contato com o mundo espiritual
(chakras).
O médium tem então uma
"porta", que será utilizada pelos instrutores espirituais para
auxiliar os encarnados ou espíritos sofredores. Essa porta precisa ser
protegida, pois pode também ser utilizada por espíritos inferiores que
subjugariam o médium e o fariam de marionete para os seus desejos egoístas e
mesquinhos.
Por esse motivo um
médium com compromissos espirituais sempre encarna sob a tutela de um ou mais
mentores, ou seja, espíritos de luz que se comprometem a protegê-lo e
prepará-lo para sua tarefa.
Embora a misericórdia
de Deus seja infinita e a dedicação dos guias e mentores seja imensa, o médium
precisa fazer sua parte, estudando, moldando seu caráter e atingindo o
equilíbrio emocional necessário.
Quando se aproxima o
momento da preparação do médium, os guias começam a chamá-lo, de forma suave,
encaminhando-o para lugares e pessoas que auxiliarão na formação de sua base
espiritual.
Se o médium não aceita
os chamados “suaves” do mentor então ele se afasta, porque não lhe é mais
permitido interceder pelo médium, já que não mais lhe interessa trabalhar com o
plano espiritual QUE ELE MESMO SOLICITOU ANTES DE ENCARNAR.
O médium se torna alvo
de espíritos trevosos, mas o mentor não o abandona, embora tenha que esperar
que ele “acorde” e que realmente deseje mudar sua conduta para então se
reaproximar.
A intensidade que a
mediunidade aflora, bem como o nível de proteção que você recebe do seu mentor
estão muitas vezes ligados a comprometimentos com vidas anteriores.
Alguns médiuns já
tentaram outras vezes a tarefa mediúnica e falharam, alguns a negaram ou a
utilizaram de forma mercenária. Podem também existir comprometimentos por causa
de um suicídio (Yvone A. Pereira é um exemplo) e por isso sofrem com a
mediunidade, mesmo sendo ela trabalhada para o bem do próximo.
Se você pensar ....
Ah... já que vou sofrer mesmo então não vou estudar e me dedicar tanto....
Engano seu... porque se já é difícil para esses médiuns trabalhando, nem
imagine como seria se eles negassem a mediunidade. Lembre-se, os médiuns que
estão nesse grupo são reincidentes, podemos compará-los a infratores que são
levados a julgamento pela segunda vez, o juiz com certeza terá mais rigor ao
aplicar a sentença, já que existem agravantes.
Se o médium antes de
encarnar se compromete com muitos espíritos encarnados e desencarnados então
fica muito difícil dele fugir da sua tarefa, porque de forma mais acentuada
será chamado pelos mentores. Os espíritos trevosos o perseguirão também,
fazendo de tudo para obsediá-lo e subjugá-lo, já que reconhecem nele grande
potencial para ajudar os sofredores (para eles ajudar o próximo é igual a
atrapalhar).
Alguns médiuns chegam
ao fundo do poço, fugindo de qualquer forma da sua mediunidade, seja por causa
do orgulho, medo ou vergonha, contudo, quando aceitam a verdade, recebem cedo
ou tarde a mensagem de consolo do plano espiritual, informando sobre o seu comprometimento.
Tudo Isso não impede
que o médium rejeite o trabalho, os espíritos superiores sempre deixam a seu
cargo a decisão final, o livre arbítrio não pode ser ferido. O empenho da
espiritualidade é no sentido de INFORMÁR ao médium de forma bem clara sobre o
seu potencial e também o compromisso que o acompanha.
O médium não deve ficar
pensando na importância do seu trabalho espiritual ou qual será sua
notoriedade, porque muitos serão trabalhadores simples e anônimos que formarão
a base para divulgação da mensagem de Jesus seja por todo o planeta.
Poucos aparecerão para
o mundo, porém todos são importantes para a obra de Deus. Retiramos uma
oportuna mensagem de Emmanuel,
escrita por Chico Xavier:
“Há diversidade de dons
espirituais, mas a Espiritualidade é a mesma.
Há diversidade de
ministérios, mas é o mesmo Senhor que a todos administra.
Há diversidade de
operações para o bem; todavia, é a mesma Lei de Deus que tudo opera em todos.
A manifestação
espiritual, porém, é distribuída a cada um para o que for útil.
Assim é que a um, pelo
espírito, é dada a palavra da sabedoria divina e a outro, pelo mesmo espírito,
a palavra da ciência humana.
A outro é confiado o
serviço da fé e a outro o dom de curar.
A outro é concedida a
produção de fenômenos, a outro a profecia, a outro a faculdade de discernir os
Espíritos, a outro a variedade das línguas e ainda a outro a interpretação
dessas mesmas línguas.
Como é fácil de ver, a
consonância entre o Espiritismo e o Cristianismo ressalta, perfeita, em cada
estudo correto que se efetue, compreendendo-se na mensagem de Allan Kardec a
chave de elucidações mais amplas dos ensinos de Jesus e dos seus continuadores.
Cada médium é
mobilizado na obra do bem, conforme as possibilidades de que dispõe.
3.4 Merecimento
Falamos um pouco no
item anterior sobre o merecimento.
O merecimento do médium
no que se refere ao despertar da sua mediunidade tem relação com:
• Trabalho espiritual
realizado na erraticidade (antes de reencarnar) - se o médium enquanto
desencarnado conquistou muitas amizades e a muitos auxiliou é bastante lógico
que esses irmãos busquem sempre interceder para auxiliar seu querido amigo.
• Desenvolvimento
mediúnico em vidas anteriores – se o médium já lidou com a mediunidade em vidas
anteriores fica mais fácil o seu aprimoramento. Já para aqueles que a
utilizaram para o mal ou a inutilizaram tem maior dificuldades e muitas vezes
são perturbados por espíritos sofredores.
• Comprometimento
Karmico com espíritos inferiores - nesse caso o médium terá mais dificuldade,
pois além de sentir o afloramento da mediunidade ele possui brechas espirituais
para contato com espíritos que ele prejudicou no passado.
Inicialmente pode
parecer um castigo mas na verdade é uma oportunidade de “pescar” os irmãos que
um dia ele afundou na lama das paixões inferiores. O médium nesse caso deve
sublimar com todas as suas forças as influências inferiores que receberá e com
o tempo acabará vencendo seus opositores, pois ele não estará sozinho.
Vencendo pelo cansaço,
seu exemplo acabará levando esses irmãos de volta ao caminho da Luz e ao mesmo
tempo saldará sua dívida para com eles.
Ramatís fala sobre esse
assunto no livro Mediunismo.
"... O próprio
médium é que oferece ensejo para a perturbação ou prsença indesejável no seu
trabalho. Algumas vezes a base da mistificação é cármica, e por isso o médium
não consegue livrar-se dos adversários pregressos, que o importunam a todo momento,
procurando mistificá-lo de qualquer modo e dificultar-lhe a recuperação
espiritual na tarefa árdua da mediunidade."
3.5 Obsessores
O contato dos guias e
mentores dos médiuns é muito sutil, eles sempre deixam que o seu pupilo escolha
o caminho que deve tomar, eles aconselham, tentam encaminhar, intuem irmãos
mais sensíveis a chamá-lo para ouvir palestras ou ler um livro, etc... Eles são
suaves, até porque não podem ser grosseiros devido o grau de evolução que
alcançaram.
A grande maioria dos
médiuns fecha seus ouvidos, tampa seus olhos ou se esconde embaixo do cobertor,
obstruindo todos os canais disponíveis para o chamado do alto. A conseqüência é
o afastamento dos mentores que protegem o médium do contato com os espíritos
inferiores e energias mais densas.
Eles amam médiuns
medrosos porque fazem o possível para incutir o medo de entrar em comunicação
com o mundo espiritual, mas na verdade o médium acaba entrando em contato com o
mundo espiritual, só que através da fascinação criada pelo espírito obsessor.
Eles se divertem com os
que fingem que não tem as sensações mediúnicas.
E fazem o possível para
envergonhar mais ainda os que têm vergonha de expor a sua sensibilidade.
Os obsessores também
sabem que um médium treinado e atuante é um inimigo, porque ajuda muitas
pessoas, sejam elas encarnadas ou desencarnadas. Várias vezes são responsáveis
pelo enfraquecimento das falanges de espíritos trevosos, porque seu exemplo e
fé atuam de forma decisiva nos espíritos que se encontram entediados de
praticar o mal.
Por esse motivo as
falanges de obsessores perseguem os médiuns e fazem o possível para
obsediá-los, buscando afastá-lo de qualquer contato com a oração, centros
espíritas ou grupos de estudo.
Mesmo quando o médium
busca o aprimoramento mediúnico e o estudo os obsessores continuam próximos,
esperando sempre uma brecha, pois sabem que os médiuns são espíritos que podem
fraquejar (como qualquer ser humano).
A única forma de
proteção para o médium é a elevação de sua vibração, mesmo trabalhando em uma
casa espírita ele precisará manter seu coração nas alturas se deseja se isolar
do contato espiritual inferior.
Não se enganem achando
que os médiuns que trabalham em um centro espírita ou templo de umbanda estão
imunizados contra o astral inferior, se eles não estiverem equilibrados serão
alvos da obsessão e os mentores não poderão auxiliá-los, porque baixaram demais
sua vibração. O médium acaba se tornando surdo ao guia e ligado ao obsessor.
Ramatís fala sobre
esse problema no livro Mediunismo,
mostrando também como podem os nos imunizar contra os espíritos mistificadores:
"... Não cremos
que a vaidade dos médiuns desapareça só porque sejam vítimas da mistificação
corretiva. Em geral, quando eles comprovam que foram iludidos pelos
desencarnados, sentem-se profundamente feridos no seu amor-próprio e então se
revoltam contra a sua própria faculdade mediúnica. E assim, em muitos casos, o
médium mistificado e revoltado pela decepção de ter sido humilhado na
mistificação, mais rapidamente desiste da tarefa mediúnica que o ajudava a
amortizar a dívida cármica, terminando por corresponder exatamente aos
propósitos maquiavélicos dos seus perseguidores do Além. Alguns médiuns já
abandonaram a prática mediúnica, alegando que foram traídos na sua boa intenção
e não receberam o devido adjutório do Alto, o que eles seria justo esperar.
Qual o meio mais eficiente para o médium livrar-se das
mistificações dos desencarnados?
Sem dúvida é a sua
conduta moral e integração incondicional aos preceitos sublimes da vida
espiritual superior. Se o médium pautar todos os seus atos e subordinar seus
pensamentos à diretriz doutrinária do Cristo-Jesus, ele há de se ligar
definitivamente às entidades superiores responsáveis pelo desenvolvimento da
humanidade terrena... "
Aceitando a Mediunidade
Depois de aceitar a
mediunidade o médium deve ter paciência, embora seja difícil porque muitas
vezes está desesperado com as sensações mediúnicas. Contudo, querendo ou não
ele deverá esperar, porque o alívio será gradual e o controle somente ocorrerá
depois de algum tempo de aprimoramento.
Vamos abordar algumas
dúvidas comuns para os que sentem sua mediunidade aflorar de forma
descontrolada.
4.1 – Não adianta fugir ou fingir, você sempre terá essas sensações.
Mediunidade é uma
aptidão, o médium foi preparado antes de nascer para obter uma sensibilidade
que está além do seu estado evolutivo, seu corpo astral e etérico estão
preparados para comunicação (de acordo com o tipo de mediunidade) com o mundo
espiritual, por isso não adianta achar que “aquela sensação” não acontecerá
novamente.
O estudo e
aprimoramento são importantes porque o médium passa a entender suas sensações
(perde o medo) e também a manter contato com espíritos superiores, que trazem
sensações suaves e agradáveis. Falaremos mais sobre esse assunto no item 5.
Alguns médiuns são
afastados do trabalho mediúnico quando chegam a idade avançada, já que existe
um desgaste físico, principalmente em reuniões de desobsessão. Nesses casos o
médium cumpriu seu “mandato” mediúnico, sendo sempre auxiliado por seu mentor.
Allan Kardec fala sobre
o assunto no Livro dos
Médiuns:
4.2 – Não adianta fazer
"trabalhos" para "fechar" a mediunidade.
Os trabalhos podem
isolar temporariamente o médium ou colocar um espírito "de guarda"
para que ninguém se aproxime (isso só funciona para espíritos inferiores),
contudo, cedo ou tarde o médium sentirá novamente o contato com o mundo
espiritual, muitas vezes de forma mais agressiva ou intensa do que tinha
anteriormente.
Existem casos em que o
médium é muito novo ou por algum motivo excepcional pede que seja
temporariamente atenuada sua sensibilidade para que no futuro ela possa
desenvolver sua faculdade com segurança e harmonia. Isso pode acontecer,
contudo, é raro e é necessário autorização dos espíritos superiores.
Não
adianta orar e pedir que isso aconteça devido a problemas egoístas, isso não
vai adiantar, embora o médium não lembre, foi ele solicitou a mediunidade.
4.3 – Nunca, vou repetir,
NUNCA pague a médiuns que se dizem terapeutas para desenvolver sua mediunidade.
Não existe personal espiritual trainer
Escrevo esse tópico com
minhas próprias lembranças.
Bom, pelo motivo citado
acima muitos procuram (como eu fiz) alguém que possa ajudá-lo, e, muitas vezes
acabam caindo em "consultórios" de médiuns que chamamos de
mercenários ou interesseiros, porque cobram pelos dons espirituais que possuem.
Volto a dizer, lugar de
médium se tratar é no Centro Espírita ou Templo de Umbanda, primeiro
participando do tratamento e palestras, depois estudando e finalmente, se assim
desejar, iniciando o aprimoramento mediúnico para utilizar sua aptidão em favor
do próximo.
4.4 – Terrorismo Espiritual: "Ihhh... É médium... TEM QUE TRABALHAR!!"
Esquecem que o médium
descontrolado que pede ajuda está massacrado pelo mundo espiritual (para ele o
astral inferior é o mundo espiritual, ele só conhece o que sente) e o querido
amigo médium fala para ele que ele tem que trabalhar....???!!
Tenhamos um pouco de
sensibilidade e humildade, uma conversa amiga, um conselho, ouvir o que o irmão
precisa falar, é disso que ele precisa.
O médium descontrolado
não pode ser obrigado a trabalhar, se o mentor que o acompanha não se faz
visível e fala que ele tem que trabalhar então que dirá do médium que o recebe
no centro.
Na hora certa ele
poderá escolher, porque o trabalho mediúnico tem que ser realizado de corpo e
alma, restrições, mudanças, muita força de vontade, coragem, perseverança,
etc... Não se pode obrigar ninguém a fazer isso, é uma opção e ela tem que vir
de dentro.
Temos a obrigação de
aconselhar o estudo, mostrar a importância da freqüência ao centro, falar sobre
o Evangelho no Lar, etc.
Existem também alguns
que se aproximarão da casa espírita como doadores de energia, sua presença é
importantíssima para os trabalhos de cura ou de desobsessão, não é obrigatório
que ele se aprimore mediunicamente, seu infinito amor por Jesus é importante
para auxiliar nas reuniões.
Cada médium deve
trilhar o seu caminho, o mentor estará sempre próximo, fazendo o possível para
auxiliar, mas o médium deve fazer as suas escolhas e se responsabilizar por
elas, pois caso contrário não terá evoluído.
Muitos querem ser
fantoches, mas isso não é a vontade do guia espiritual, seu maior desejo é o
crescimento espiritual do pupilo, mesmo que seja mais demorado, difícil e
doloroso.
Para aquele que se
encontra desesperado com suas sensações mediúnicas peço paciência, confiança e
que frequente uma casa para depois de harmonizado escolher o caminho deseja
seguir.
4.5 – O melhor lugar para o médium se tratar é em um Centro Espírita ou Templo de Umbanda
Mesmo que o médium em
desequilíbrio não deseje “aprender” a controlar a sua mediunidade, ele deve
freqüentar um centro para receber o tratamento espiritual. Serão afastados
obsessores, ele receberá algumas instruções sobre o que sente e receberá passes
de limpeza e vitalização. Com o decorrer do tratamento ele se sentirá mais
tranqüilo e poderá avaliar melhor o que está passando.
A grande maioria dos centros SÉRIOS possuem tratamento
espiritual, QUE NUNCA É COBRADO e que NÃO OBRIGA ninguém a se tornar médium. O
paciente pode freqüentar a casa durante o tempo que desejar, sem ter nenhuma
obrigação de se tornar médium, qualquer casa que fale o contrário não deve ser
freqüentada, pois ninguém pode obrigar um médium a trabalhar.
As seguintes opções devem
ser descartadas para tratamento e aprimoramento do médium em desequilíbrio:
•
"Terapeutas Espirituais" que cobram pelo serviço.
• Aprimoramento
mediúnico com um amigo médium ou amigo do amigo que conhece.
É muito importante que
o médium freqüente uma casa espírita, mesmo que opte por não fazer parte do
corpo mediúnico. Sua hipersensibilidade precisa de ambientes que o acalmem e
que possibilitem o contato com energias superiores.
O contato com a
natureza, banho de mar, cachoeiras, lugares silenciosos e arejados são de
grande importância para manutenção do padrão vibratório do médium.
5. Desenvolvimento ou Aprimoramento da Mediunidade
Allan Kardec – Livro dos
Espíritos
Esse tópico é muito
importante!!!
A palavra aprimoramento
é a mais indicada para expressar o esforço que o médium realizará para aprender
a controlar a sua hipersensibilidade. Seria uma forma natural de entender como
controlar essa faculdade. Allan Kardec fala sobre isso no Livro dos Médiuns:
"O que há a
fazer-se, quando uma faculdade dessa natureza se desenvolve espontaneamente num
indivíduo, é deixar que o fenômeno siga o seu curso natural: a Natureza é mais
prudente do que os homens. Acresce que a Providência tem seus desígnios e aos
maiores destes pode servir de instrumento a mais pequenina das criaturas"
A palavra
desenvolvimento deixa no "ar" uma idéia de que mediunidade é igual a
aprender um esporte, basta pegar uma raquete e bolas, treinar e partir para o
jogo, mas na verdade as coisas não são assim, na mediunidade não se brinca e
somente aqueles que nasceram com a mediunidade aflorada devem trabalhá-la.
Não é aconselhado o
desenvolvimento de nenhuma faculdade mediúnica. Em um centro espírita SÉRIO as
reuniões de aferimento mediúnico buscam o controle e equilíbrio da(s)
faculdade(s) latentes no médium.
Desencorajamos qualquer
forma, prática ou ato que busque o desenvolvimento prematuro das faculdades
mediúnicas, as conseqüências desses atos podem ser muito sérias, podendo levar
até a loucura. Conheci uma pessoa que passou por isso e até onde sei não conseguiu
se recuperar. Allan Kardec foi muito claro sobre isso no Livro dos Médiuns quando
falou sobre a clarividência:
"A faculdade de
ver os Espíritos pode, sem dúvida, desenvolver-se, mas é uma das de que convém
esperar o desenvolvimento natural, sem o provocar, em não se querendo ser
joguete da própria imaginação. Quando o gérmen de uma faculdade existe, ela se
manifesta de si mesma. Em princípio, devemos contentar-nos com as que Deus nos
outorgou, sem procurarmos o impossível, por isso que, pretendendo ter muito,
corremos o risco de perder o que possuímos."
O aprimoramento
mediúnico nunca deve ocorrer enquanto o médium está desequilibrado, ele deve
passar pelas seguintes etapas:
• Tratamento
espiritual, para se harmonizar, recebendo passes e bebendo água fluidificada. A
maior parte dos obsessores são afastados no tratamento.
• Assistir durante
algum tempo as palestras públicas.
• Buscar livros que
ajudem a formar a base de conhecimento necessária para o início do
desenvolvimento mediúnico, sem essa formação o médium pode ser facilmente
fascinado ou deixar que sua vaidade e orgulho o dominem. Indicamos a leitura
dos seguintes livros : Livro dos Espíritos, série de André Luiz psicografados
por Chico Xavier, Evangelho Segundo o Espiritismo, Violetas na Janela.
Quando o médium se
sentir preparado deve ingressar no grupo de aprendizes, o nome aprendiz é
utilizado somente para facilitar a diferenciação entre os médiuns experientes e
aqueles que estão iniciando o aprimoramento.
Nos exercícios práticos
o médium é levado a harmonização interior para elevar sua vibração e sentir a
aproximação do mentor, que buscará o contado espiritual de acordo com a aptidão
do médium, seja pela visão (clarividência), fala (psicofonia), escrita (psicografia),
ouvido (clariaudiência), ...
Como falei acima, no
aprimoramento o médium é levado a SOZINHO buscar o equilíbrio e SOZINHO sentir
e reconhecer a proximidade do seu mentor. Aqui digo sozinho porque em alguns
lugares as pessoas realizam passes nos chakras (pontos chaves para comunicação
com os planos superiores) para aumentar a sensibilidade. Na minha opinião, que
também é seguida pela casa que freqüento, isso não deve ser feito.
O médium deve buscar o
afinamento mediúnico para que reconheça a proximidade do seu mentor e também
para criar a confiança necessária para executar a sua tarefa.
De forma alguma, em
qualquer hipótese, em circunstância nenhuma o médium em aprimoramento mediúnico
deve realizar exercícios fora do centro, somente exercícios de harmonização QUE
SEJAM INDICADOS pelos responsáveis pela reunião devem ser realizados em casa.
O Lar não é o lugar
indicado para aprimoramento mediúnico, mesmo para aqueles que acham que sua
casa é o "lugar ideal", o ambiente familiar está sempre sujeito a
desavenças, discussões irritações, etc, e por isso não deve ser utilizado, já
que não possui a mesma proteção e amparo que um centro. Se insistirem nesse
erro, provavelmente abrirão brechas para o contato com espíritos inferiores.
A maior parte dos
"médiuns apressados" não aceita a idéia de primeiro passar pelo
tratamento, estudar, se aprimorar e depois de preparado iniciar seu trabalho.
Seja por vaidade, orgulho ou teimosia eles acham que já estão prontos. A
mediunidade deles pode até estar pronta, a flor da pele, mas eles não se
encontram preparados para dominá-la.
Nenhum centro sério
aceita médium sem preparo porque eles sabem que terão mais trabalho do que
benefícios, prejudicarão mais pacientes do que auxiliarão e serão o ponto fraco
para o ataque dos espíritos inferiores.
Alguns raros irmãos
realizam trabalhos em casa, a grande maioria é de psicografia e somente com
autorização da espiritualidade superior isso é possível, porque espíritos terão
que proteger e limpar o ambiente. Na verdade é um caso a parte, e deve ser tratado
com muita cautela devido aos perigos que o médium se expõe.
Se desejar fazer uma
reunião em casa realize o Evangelho no Lar, com certeza os espíritos amigos
estarão presentes e você e sua família serão beneficiados.
Ao contrário do que os
médiuns desequilibrados acham, o aprimoramento mediúnico abranda e às vezes
cessa as sensações incômodas da mediunidade, transformando-as em contatos
suaves e agradáveis, muitas vezes imperceptíveis. Vamos explicar...
O despertamento muitas
vezes acontece com o médium obsediado e/ou em um estado emocional
descontrolado, por isso as sensações são muito intensas e de baixo teor
vibratório, gerando incômodo e algumas vezes descontrole.
O contato com uma casa
espírita afasta, aos poucos, os obsessores que entravam em contato de forma
"agressiva", e no seu lugar entram o(s) mentor(es), que primeiramente
harmonizam seu pupilo para depois se aproximarem e entrarem em contato.
Também é comum o médium
desenvolver durante o tratamento um tipo de mediunidade que não aflorou
inicialmente, isso pode acontecer.
O mais importante é que
o contato com o mentor é suave e agradável, inspirativo e tranqüilizante, é um
bálsamo porque ele derrama com muito amor suas vibrações amorosas, bem
diferente do obsessor, que buscava vampirizar e derramava suas energias
degradantes na aura do médium.
Em um centro existem
pessoas preparadas para auxiliar os médiuns e equipes espirituais
experimentadas no assunto, por isso, por mais demorado que aparente, o centro é
o meio mais seguro e tranqüilo de aprimorar a mediunidade.
Allan Kardec nos alerta
sobre isso no Livro dos
Médiuns:
"Algumas pessoas,
na impaciência de verem desenvolver-se em si as faculdades mediúnicas,
desenvolvimento que consideram muito demorado, se lembram de buscar o auxílio
de um Espírito qualquer, ainda que mau, contando despedi-lo logo. Muitas hão
tido plenamente satisfeitos seus desejos e escrito imediatamente. Porém, o
Espírito, pouco se incomodando com o ter sido chamado na pior das hipóteses,
menos dócil se mostrou em ir-se do que em vir. Diversas conhecemos, que foram
punidas da presunção de se julgarem bastante fortes para afastá-los quando o
quisessem, por anos de obsessões de toda espécie, pelas mais ridículas
mistificações, por uma fascinação tenaz e, até, por desgraças materiais e pelas
mais cruéis decepções. O Espírito se mostrou, a princípio, abertamente mau,
depois hipócrita, a fim de fazer crer na sua conversão, ou no pretendido poder
do seu subjugado, para repeli-lo à vontade."
5.2 Os Vícios
Para o médium trabalhar
com as energias sutis do mundo espiritual ele deve largar os vícios que abaixam
sua vibração e perturbam o seu equilíbrio físico e espiritual.
Entre os principais que
podemos citar estão o álcool, fumo, sexo desregrado, drogas e quaisquer tipos
de compulsão.
André Luiz nos fala
sobre a importância da renovação e força de vontade para o médium no livro Nos Domínios da Mediunidade:
"Médiuns repontam
em toda parte, entretanto, raros já se desvencilharam do passado sombrio para
servir no presente à causa comum da Humanidade, sem os enigmas do caminho que
lhes é particular. E como ninguém avança para diante, com a serenidade possível,
sem pagar os tributos que deve à retaguarda, saibamos tolerar e ajudar,
edificando com o bem..."
Se o médium insistir em
trabalhar quando está desequilibrado então ele prejudicará a casa que freqüenta
e também as pessoas que ele tenta ajudar, vamos pensar em alguns casos:
• Médiuns Passistas
doarão energias negativas e de baixo padrão, prejudicando o paciente. Em alguns
casos ele pode até absorver energias positivas do paciente.
• Médiuns de Caridade –
Reunião de Desobsessão – Ao se tornarem escravos dos vícios também se tornam
escravos dos obsessores e criam uma brecha no trabalho espiritual. Muitas vezes
se ligam a espíritos durante a sessão e não conseguem se desvencilhar, gerando
trabalho e preocupação para o dirigente da reunião.
• Médiuns que trabalham
no atendimento ou em passes. Existem casos de médiuns extremamente
desequilibrados na parte sexual que aproveitam a fragilidade dos pacientes para
obter algum benefício próprio. Geralmente estão sendo assediados por obsessores
que tudo fazem para afastá-lo do centro, além de comprometer o trabalho da casa
de caridade.
5.3 Paciência,
Perseverança, Instrução e Humildade
Muitos médiuns ficam
extremamente ansiosos ao aceitarem a sua faculdade, iludem-se achando que serão
uma janela aberta para as mais lindas mensagens do céu e que tudo acontecerá
como que por encanto.
"...O desejo
natural de todo aspirante a médium é o de poder confabular com os Espíritos das
pessoas que lhe são caras; deve, porém, moderara sua impaciência, porquanto a
comunicação com determinado Espírito apresenta muitas vezes dificuldades materiais
que a tornam impossível ao principiante. Para que um Espírito possa
comunicar-se, preciso é que haja entre ele e o médium relações fluídicas, que
nem sempre se estabelecem instantaneamente. Só à medida que a faculdade se
desenvolve, é que o médium adquire pouco a pouco a aptidão necessária para
pôr-se em comunicação com o Espírito que se apresente. Pode dar-se, pois, que
aquele com quem o médium deseje comunicar-se, não esteja em condições propícias
a fazê-lo, embora se ache presente, como também pode acontecer que não tenha
possibilidade, nem permissão para acudir ao chamado que lhe é dirigido. Convém,
por isso, que no começo ninguém se obstine em chamar determinado Espírito, com
exclusão de qualquer outro, pois amiúde sucede não ser com esse que as relações
fluídicas se estabelecem mais facilmente, por maior que seja a simpatia que lhe
vote o encarnado. Antes, pois, de pensar em obter comunicações de tal ou tal
Espírito, importa que o aspirante leve a efeito o desenvolvimento da sua
faculdade, para o que deve fazer um apelo geral e dirigir-se principalmente ao
seu anjo guardião.
Suponhamos agora que a faculdade mediúnica esteja completamente desenvolvida; que o médium escreva com facilidade; que seja, em suma, o que se chama um médium feito. Grande erro de sua parte fora crer-se dispensado de qualquer instrução mais, porquanto apenas terá vencido uma resistência material. Do ponto a que chegou é que começam as verdadeiras dificuldades, é que ele mais do que nunca precisa dos conselhos da prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe vão ser preparadas. Se pretender muito cedo voar com suas próprias asas, não tardará em ser vítima de Espíritos mentirosos, que não se descuidarão de lhe explorar a presunção.
A facilidade de execução é uma questão de hábito e que muitas vezes se adquire em pouco tempo, enquanto que a experiência resulta de um estudo sério de todas as dificuldades que se apresentam na prática do Espiritismo. A experiência dá ao médium o tato necessário para apreciar a natureza dos Espíritos que se manifestam, para lhes apreciar as qualidades boas ou más, pelos mais minuciosos sinais, para distinguir o embuste dos Espíritos zombeteiros, que se acobertam com as aparências da verdade. Facilmente se compreende a importância desta qualidade, sem a qual todas as Outras ficam destituídas de real utilidade. O mal é que muitos médiuns confundem a experiência, fruto do estudo, com a aptidão, produto da organização física. Julgam-se mestres, porque escrevem com facilidade; repelem todos os conselhos e se tomam presas de Espíritos mentirosos e hipócritas, que os captam, lisonjeando-lhes o orgulho.
Deixo nas palavras de
Allan Kardec o aviso para os médiuns:
"... preocupar com
o saber se esse pensamento promana do seu Espírito ou de uma fonte diversa: a
experiência lhe ensinará a distinguir.
Aliás, é freqüente
acontecer que o movimento mecânico se desenvolva ulteriormente.
Dissemos acima haver
casos em que é indiferente saber o médium se o pensamento vem de si próprio, ou
de outro Espírito. Isso ocorre quando, sendo ele puramente intuitivo ou
inspirado, executa por si mesmo um trabalho de imaginação.
Pouco importa atribua a
si próprio um pensamento que lhe foi sugerido; se lhe acodem boas idéias,
agradeça ao seu bom gênio, que não deixará de lhe sugerir outros. Tal é a
inspiração dos poetas, dos filósofos e dos sábios."
Allan Kardec - Livro dos Médiuns
A confiança é importantíssima para o sucesso do contato espiritual, será uma das conquistas mais importantes do médium e somente será adquirida com muito esforço, discernimento e vontade.
Trecno retirado do
livro Nos Domínios da
Mediunidade, de Chico Xavier:
"Não será, porém,
tão fácil estabelecer a diferença entre a criação mental que nos pertence
daquela que se nos incorpora à cabeça... - ponderou meu colega intrigado.
- Sua afirmativa carece
de base - exclamou o Assistente. — Qualquer pessoa que saiba manejar a própria
atenção observará a mudança, de vez que o nosso pensamento vibra em certo grau
de freqüência, a concretizar-se em nossa maneira especial de expressão, no círculo
dos hábitos e dos pontos de vista, dos modos e do estilo que nos são
peculiares."
5.6 Desenvolvimento Mediúnico Forçado
Em alguns centros,
principalmente de Quimbanda e Candomblé, o desenvolvimento dos médiuns é
forçado, ou seja, ele realiza rituais, recebe passes magnéticos nos seus
chakras, raspa a cabeça, faz juramentos, etc..
Muito cuidado com essas
práticas porque elas firmam o vínculo com espíritos que, na maior parte das
vezes, não são mentores, e em sua maioria ainda vivem apegados ao mundo
material.
Eles ainda não tem
condições de realizar a preparação espiritual de um médium. Na maior parte das
vezes o seu contato mediúnico é interesseiro.
Os falsos mentores que
se vinculam aos médiuns desprevenidos são egoístas, interesseiros e orgulhosos,
e como a maior parte dos encarnados ainda não atingiram o padrão evolutivo dos
espíritos superiores.
Os mentores
responsáveis pela ajuda aos médiuns estão ligados em uma cadeia ascendente de
espíritos cada vez mais puros, e deles recebem intuições, sugestões e
permissões para intervir ou não nos problemas dos encarnados. É por esse motivo
que os mentores só realizam o bem, porque eles estão sempre conectados com a
vontade de nosso Pai.
Depois que o médium se
vincula a um "falso mentor" fica MUITO complicado se desligar desse
espírito, já que por sua opção ele entrou em contato e usufruiu
"favores" desse espírito. É importante entender favores, porque para
os espíritos inferiores se você solicita alguma informação ou ajuda então você
pede um favor e fica em dívida com esse espírito (muito humana essa forma de
pensar).
Em contrapartida,
quando você solicita a ajuda de um espírito superior ele faz o que lhe for
permitido sem o menor interesse de retribuição.
Isso nos faz pensar a
diferença de abordagem: espíritos superiores nunca fazem promessas de resolver
problemas ou se comprometem com as preocupações mesquinhas dos encarnados, eles
sempre pregam a necessidade de melhora interior e informam que farão o possível
para auxiliar, mas ele só fará o que Deus permitir.
O falso mentor se torna
um obsessor implacável quando o médium deseja se desligar de sua influência.
São casos muito complicados de Possessão, ou, como Allan Kardec designa,
Subjugação. Para maiores informações sobre esse assunto consulte a série de
artigos que escrevi sobre Obsessão.
Abaixo copio uma
mensagem que se aplica perfeitamente a esse tema:
Para Deus não importa
se um médium cura 1.000 pacientes ou se ora por 10.000 pessoas, o amor que ele
canaliza no seu ato o torna receptor das energias do alto.
Busque realizar a
tarefa que lhe foi indicada com o maior amor possível.
Se for recepcionista,
busque atender os sofridos que chegam, Jesus sabia como ninguém aconchegar os
sofredores que lhe procuravam.
Se atua na organização
dos grupos faça com amor porque o Mestre conhecia seus irmãos de caminhada como
ninguém.
Se és responsável pela
tesouraria esforça-te porque depende de ti a continuidade do trabalho.
E olha para o céu e
busca o teu Pai, porque muitos que se encontram em posições inferiores e hoje
obedecem, na vida além-túmulo se tornam grandes, vivendo no verdadeiro reino
dos céus.
O amor pelo ato de
ajuda ao próximo é que importa a Deus, a recompensa está nas vibrações
superiores que o seguidor do Cristo recolhe como pagamento.
Seu júbilo não pode ser
falado, só sentido.
A vaidade e o orgulho
na posição ocupada é o pagamento do que busca somente poder ou dominação
enquanto ajuda o próximo.
Faça sua parte e cresça
porque Deus é misericórdia, compaixão e amor."
Para os espíritos
mistificadores e encarnados aproveitadores é interessante que o médium que eles
desejam explorar não se instrua e aprimore. Assim se torna fácil mistificá-lo e
subjugá-lo. Tome cuidado com lugares que não preparam o corpo mediúnico e que
não fazem continuamente um trabalho aprimoramento do seu grupo de médiuns.
6. O Mentor ou Guia Espiritual
Diferente do que muitos
pensam o Mentor ou Guia Espiritual é, na maior parte das vezes, um espírito
ainda em evolução, ou seja, imperfeito, mas que já alcançou um grau de pureza
maior que seu pupilo, sendo por isso capaz de auxiliá-lo no caminho espiritual
da atual encarnação. Isso não desmerece o seu trabalho, muito pelo contrário,
já que deixa de utilizar se tempo livre para a própria evolução e o dedica a
outro espírito.
Um mentor não é igual a
um Mestre, os Mestres não precisam mais encarnar, são perfeitos e possuem um
grau de evolução muito superior aos mentores.
Alguns
médiuns podem entrar em contato com os Mestres, que estão sempre dispostos a
ajudar, bastando para isso elevar sua vibração. Esse contato é realizado, na
maior parte das vezes, no plano mental, porque é muito sacrificante para um
Mestre aparecer em corpo astral. Os médiuns não devem ficar preocupados ou com
a mente fixa em entrar em contato com os Mestres, se um dia isso for permitido
então acontecerá.
6.2 - O Mentor e Anjo da Guarda
O mentor também não é o
mesmo que anjo da guarda, embora, não haja indícios que isso não possa
acontecer, são papéis diferentes que um ou mais espíritos exercem durante a
encarnação de um médium.
Todos possuem um
espírito protetor, mesmo os que não são médiuns, até os sete anos de idade ele
fica muito perto do seu tutelado, auxiliando na ambientação com o novo plano de
vida e afastando (de acordo com os méritos do espírito reencarnante) os espíritos
obsessores e adversários de vidas pregressas.
Foram muitas vezes
pais, mães, amigos muito próximos que se predispõe a olhar de muito perto o
espírito encarnado, aconselhando, fazendo o possível para auxiliar nos momentos
difíceis e tentando afastar os espíritos obsessores que se aproximam. Contudo, é
importante lembrar que a influência que esses abnegados irmãos podem exercer
está diretamente ligada ao tipo de vida e esforço pessoal que o espírito
realiza para se purificar, eles nada podem fazer por aqueles que fecham os
ouvidos aos seus conselhos.
6.3 - A Tarefa do Mentor
O mentor é um espírito
que se comprometeu com o trabalho espiritual do médium, dedicando parte do seu
tempo para preparar o médium para sua tarefa, trabalhar ao seu lado e fazer o
possível para protegê-lo do contato com as energias degradantes do astral inferior.
Abaixo segue um trecho do livro Missionários
da Luz – Chico Xavier, que fala um pouco sobre a tarefa dos
mentores:
"Este irmão não é
um simples aparelho. É um Espírito que deve ser tão livre quanto o nosso e que,
a fim de se prestar ao intercâmbio desejado, precisa renunciar a si mesmo, com
abnegação e humildade, primeiros fatores na obtenção de acesso à permuta com as
regiões mais elevadas. Necessita calar, para que outros falem; dar de si
próprio, para que outros recebam. Em suma, deve servir de ponte, onde se
encontrem interesses diferentes. Sem essa compreensão consciente do espírito de
serviço, não poderia atender aos propósitos edificantes. Naturalmente, ele é
responsável pela manutenção dos recursos interiores, tais como a tolerância, a
humildade, a disposição fraterna, a paciência e o amor cristão; todavia,
precisamos cooperar no sentido de manter-lhe os estímulos de natureza exterior,
porque se o companheiro não tem pão, nem paz relativa, se lhe falta assistência
nas aquisições mais simples, não poderemos exigir-lhe a colaboração, redundante
em sacrifício. Nossas responsabilidades, portanto, estão conjugadas nos mínimos
detalhes da tarefa a cumprir.
Observe. Estamos diante do psicógrafo comum. Antes do trabalho a que se submete, neste momento, nossos auxiliares já lhe prepararam as possibilidades para que não se lhe perturbe a saúde física. A transmissão da mensagem não será simplesmente <tomar a mão>. Há processos intrincados, complexos."
O mentor e seu pupilo
se comprometem com o trabalho espiritual antes da encarnação do médium e,
diferente do que muitos acham, o médium não é obrigado a receber sua aptidão,
ele que a solicita para saldar débitos contraídos em vidas anteriores e
acelerar a sua evolução espiritual. O trecho abaixo, retirado do livro Missionários da Luz, fala
sobre os compromissos assumidos entre médium e mentor:
"Assinalando a
perfeita comunhão entre o mentor e a tutelada, indaguei por minha vez se uma
associação daquela ordem não estaria vinculada a compromissos assumidos pelos
médiuns, antes da reencarnação, ao que Áulus respondeu, prestimoso:
- Ah! sim, semelhantes
serviços não se efetuam sem programa. O acaso é uma palavra inventada pelos
homens para disfarçar o menor esforço. Gabriel e Ambrosina planejaram a
experiência atual, muito antes que ela se envolvesse nos densos fluidos da vida
física."
Conforme o médium vai
se aproximando da idade chave para início da sua tarefa espiritual o mentor
atua de forma mais intensa, buscando levar o seu tutelado para uma casa onde
ele possa receber os ensinamentos que serão à base de seu trabalho.
Como falamos em um
tópico anterior o chamado do mentor é suave, se o médium se recusa a iniciar
sua tarefa então ele se afasta para retornar no caso do médium desejar
sinceramente iniciar seu trabalho espiritual. Sob o ponto de vista espiritual
podemos traduzir isso como um afastamento vibratório, ou seja, o médium não
consegue sintonizar na faixa vibratória do mentor, isso acontece pelo tipo de
vida física, emocional e mental que ele leva.
O mentor então não tem
outra opção além de se afastar para se aproximarem os que se afinizam com o
grau vibratório do médium, os obsessores.
O afastamento do mentor
por “quebra” de compromisso por parte do médium abre a janela que ele possui
para o mundo espiritual, deixando-a desguarnecida, o caminho fica livre para a
obsessão e vampirismo de espíritos do astral inferior. Copio abaixo um trecho
do livro Dr. Fritz, o Médico
e sua Missão:
Narci Castro também
fala sobre o afastamento dos mentores no livro Mediunidade e Médiuns:
"Porque o
responsável pela abertura prematura do chakra - o mentor do médium ou seja, seu
espírito protetor – se coloca como guardião do mesmo , impedindo que energias
hostis o perturbem. Daí a necessidade imperiosa do médium não deixar de cumprir
seu compromisso de se tornar intermediário para minorar o sofrimento dos que
padecem sobre o efeito de obsessões. Pode-se entender, então, o sofrimento
vivenciado pelo médium antes de começar sua tarefa mediúnica quando ele não
responde prontamente ao chamado para tal. São muitos os casos, de nosso
conhecimento, de severas perturbações, vivenciadas pelo médium, que podem
provocar a sua passagem por tratamentos psiquiátricos."
Se o médium não
procurar ajuda, a obsessão e vampirismo acabarão se tornando possessão, ficando
cada vez mais difícil afastar o(s) obsessor(es).
O mentor acompanha o
médium mais de perto, contudo, dependendo do trabalho que será exercido, outros
espíritos podem fazer parte do grupo que o auxilia. Se um médium se vincula a
um centro espírita ou templo de umbanda ele também recebe a proteção e auxílio
da equipe espiritual da casa.
6.5 - Substituição do Mentor
O Mentor pode ser
substituído durante o trabalho do médium, por vários motivos, entre eles
podemos citar:
• Necessidade do
mentor encarnar.
• O Mentor
receberá uma nova incumbência espiritual e suas responsabilidades não
permitirão o apoio necessário ao médium.
• O Médium pode
receber novas responsabilidades espirituais, como por exemplo se tornar
responsável pelo centro.
• O Médium desperdiça
as várias oportunidades de seguir o caminho espiritual, nesse caso o mentor
pode receber novas responsabilidades e o médium recebe um novo mentor, que
nesse caso se chama Obsessor.
Na umbanda é muito
comum o médium possuir vários guias, sejam eles caboclos, pretos velhos,
crianças, exus, indianos, etc. Geralmente o espírito que se manifesta é o mais
adequado para o tipo de trabalho realizado. O médium da Umbanda treinado
incorpora (psicofonia) qualquer um dos seus guias.
Os médiuns da Umbanda
tem um profundo respeito e amor pelos seus guias e os cantos que realizam são
formas de “firmar” sua ligação, é uma forma de "puxar" o guia. Todo o
trabalho realizado com as energias da natureza pelos pretos velhos e caboclos é
muito bonito e pode ser sentido pelas pessoas mais sensíveis. É importante
lembrar mais uma vez que na Umbanda não existe morte de animais, somente
plantas são utilizadas.
Todo médium deve saber
a diferença entre respeito e carinho da idolatria, o mentor é um espírito ainda
em evolução, não alcançou a perfeita ligação com Deus, como os Anjos e Mestres,
por isso todo ensinamento, intuição, informação, etc, que o médium ache que foi
passada pelo mentor deve sempre passar pelo crivo de sua razão, pois o
responsável pelo ato é o médium.
Allan Kardec fala sobre
isso diversas vezes no Livro dos Médiuns, ressaltando sempre a importância de
analisar o conteúdo das informações passadas e escutar opiniões de outros
médiuns, assumindo sempre uma posição de humildade, assim ele evitará a fascinação
que pode ser exercida por espíritos obsessores.
Mesmo médiuns
experientes podem ser vítimas da fascinação, por isso devem estar sempre
alertas, assumindo uma postura de humildade.
Fechando esse tópico
falamos sobre um assunto que preocupa alguns médiuns - a casa que deve
freqüentar.
Existem médiuns que não
têm perfeita sintonia com local onde se encontram, diferente do que muitos
acham isso não é problema da casa ou do médium, muitas vezes aquele não é o
lugar do médium e essa sensação (em alguns casos) é um aconselhamento para buscar
um novo local.
Cuidado para não
generalizar essa informação, somente depois de algum tempo freqüentando um
centro você consegue ter uma idéia se aquele é o seu lugar. O médium não deve
deixar o centro por pequenas discussões ou porque pequenas coisas o desagradam,
lembre-se que nenhum local será perfeito.
Alguns médiuns se
perguntam... Mas e o mentor?? Vou perder o mentor??
O mentor (o verdadeiro)
pode ir a qualquer casa ou templo, somente espíritos inferiores são barrados em
centros sérios.
Mesmo em tipos de
reuniões que o médium freqüenta com desaprovação do mentor (geralmente onde o
intercambio mediúnico tem interesses inferiores ou egoístas) ele pode estar
presente, contudo, nessas reuniões ele não se manifestará, somente em situações
extremas.
O caboclo pode se
expressar em um centro espírita e o doutor se apresentar em um templo de
Umbanda, isso é permitido e já foi relatado em alguns livros (Tambores de
Angola explora esse assunto com bastante profundidade).
O médium deve
freqüentar a casa que o agrade, se ele gosta dos cantos da Umbanda, das
energias da Natureza, dos tipos de trabalho realizado nos templos então que
siga esse caminho, os centros espíritas já trabalham de outra forma, existe
espaço para todos. Atualmente existem centros, como o que freqüento, onde os
caboclos e os pretos velhos auxiliam nas reuniões de desobsessão e em vários
trabalhos, contudo, a forma de trabalhar é parecida com a do centro espírita.
Existe uma grande
diversidade de casas espiritualistas, não estar harmonizado com a casa que
frequenta não é desculpa para parar com o estudo e trabalho espiritual.
7. O Trabalho do Médium
Aqueles que não
conhecem o funcionamento de um centro acreditam que todos os médiuns TÊM que se
ligar aos espíritos para falar (psicofonia ou incorporação), escrever
(psicografia), etc, contudo, isso é uma visão errada, pois nem todos os médiuns
trabalham dessa forma. Alguns atendem na recepção de novos visitantes, outros
auxiliam na administração interna, há os que trabalham na evangelização de
crianças, existem inúmeras funções que não exigem a manifestação ostensiva da
faculdade mediúnica e que nem por isso deixam de ser importantes.
Falaremos agora um
pouco mais sobre o trabalho dos médiuns que utilizam sua faculdade em favor do
próximo.
A importância da
mediunidade foi definida de forma clara por Allan Kardec no Livro dos Médiuns:
O trabalho mediúnico é
o início de uma nova fase para o médium, depois de ter passado por um
tratamento espiritual, assistido a palestras, ele incorpora a equipe de
aprendizes de um centro, estudando e “treinando a sua mediunidade”. Um dia,
quando menos espera ele começa a recepcionar pessoas, depois é escalado para
dar passes, depois de alguma experiência pode passar a trabalhar com
psicografia ou participar de reuniões de desobsessão, cada um vai trilhar seu
caminho e chegar no exercício para que foi preparado PELA ESPIRITUALIDADE.
Geralmente os diferentes tipos de trabalho que realiza embasam seu
conhecimento, fortalecendo sua confiança e o preparam para a tarefa que
realizará.
7.1 Equilíbrio Interior
Para exercer o trabalho
mediúnico o médium deve sempre buscar o equilíbrio e a harmonia, pois somente
assim poderá servir de canal para a luz da espiritualidade superior.
Segue abaixo trechos do
livro Missionários da Luz
de Chico Xavier:
"Preliminarmente,
devemos reconhecer que, nos serviços mediúnicos, preponderam os fatores morais.
Neste momento, o médium, para ser fiel ao mandato superior, necessita clareza e
serenidade, como o espelho cristalino dum lago. De outro modo, as ondas de
inquietude perturbariam a projeção de nossa espiritualidade sobre a
materialidade terrena, como as águas revoltas não refletem as imagens sublimes
do céu e da Natureza ambiente.
- Acredita que o intermediário - perguntou - possa improvisar o estado receptivo? De nenhum modo. A sua preparação espiritual deve ser incessante. Qualquer incidente pode perturbar-lhe o aparelhamento sensível, como a pedrada que interrompe o trabalho da válvula receptora. Além disso, a nossa cooperação magnética é fundamental para a execução da tarefa. Examine atentamente. Estamos notando as singularidades do corpo perispiritual. Pode reconhecer, agora, que todo centro glandular é uma potência elétrica. No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera. É nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande maioria deles, a potência divina dorme embrionária."
O médium deve evitar
lugares com excessiva carga negativa, optando sempre por ambientes arejados,
impregnados de natureza, como praias, cachoeiras e lugares ermos, onde poderá
meditar e se revitalizar.
O médium é na grande
maioria das vezes um espírito em débito e por isso está sujeito a passar por
dificuldades durante seu trabalho de amor ao próximo, contudo, longe de tornar
impossível sua obra, os percalços enchem sua história de luz.
André Luiz nos traz uma
reflexão sobre a mediunidade e suas dificuldades no livro Nos Domínios da Mediunidade.
" - Não podemos
realizar qualquer estudo de faculdades medianímicas, sem o estudo da
personalidade. Considero, assim, de extrema importância a apreciação dos
centros cerebrais, que representam bases de operação do pensamento e da
vontade, que influem de modo compreensível em todos os fenômenos mediúnicos,
desde a intuição pura à materialização objetiva. Esses recursos, que merecem a
defesa e o auxílio das entidades sábias e benevolentes, em suas tarefas de amor
e sacrifício junto dos homens, quando os medianeiros se sustentam no ideal
superior da bondade e do serviço ao próximo, em muitas ocasiões podem ser
ocupados por entidades inferiores ou animalizadas, em lastimáveis processos de
obsessão.
Logo após, colocando a
destra paternal sobre a fronte da médium, prosseguiu:
— Nossa irmã vem
atravessando os seus testemunhos de boa-vontade, fé viva, caridade e paciência.
Tanto quanto nós, ainda não possui plena quitação com o passado. Somos vasta
legião de combatentes em vias de vencer os inimigos que nos povoam a fortaleza
íntima ou o mundo de nós mesmos, inimigos simbolizados em nossos velhos hábitos
de convívio com a natureza inferior, a nos colocarem em sintonia com os
habitantes das sombras, evidentemente perigosos ao nosso equilíbrio. Se nossa
amiga Celina, quanto qualquer de nós, abandonar a disciplina a que somos
constrangidos para manter a boa forma na recepção da luz, rendendo-se às
sugestões da vaidade ou do desânimo, que costumamos fantasiar como sendo
direitos adquiridos ou injustificável desencanto, decerto sofrerá o assédio de
elementos destrutivos que lhe perturbarão a nobre experiência atual de subida.
Muitos médiuns se arrojam a prejuízos dessa ordem. Depois de ensaios
promissores e começo brilhante, acreditam-se donos de recursos espirituais que
lhes não pertencem ou temem as aflições prolongadas da marcha e recolhem-se à
inutilidade, descendo de nível moral ou conchegando-se a improdutivo repouso,
porqüanto retomam inevitavelmente a cultura dos impulsos primitivos que o
trabalho incessante no bem os induziria a olvidar.
Copio abaixo a
advertência de Allan Kardec no Livro
dos Médiuns:
O trabalho mediúnico
pode gerar um desgaste para o médium, porém isso depende do tipo de reunião que
ele frequenta. Repousando de forma correta o médium refaz suas energias,
contudo, ele deve estar sempre atento a uma alimentação equilibrada e evitar
uma vida sedentária.
Médiuns que trabalham
em reuniões de desobsessão não devem participar de mais de duas sessões
semanais.
Os médiuns que
trabalham doando energia (passes, reuniões de cura, etc) devem se preocupar com
o descanso e alimentação antes e depois da reunião, para não sentirem nenhum
desgaste físico.
Os mentores sempre
auxiliam os médiuns, harmonizando seus veículos físicos (corpo físico e duplo
etérico) e astral para realização do trabalho espiritual, contudo, é
imprescindível que o médium faça sua parte, não podemos achar que os mentores
vão fazer com que possamos trabalhar após uma noite sem dormir, ou doentes.
Os que trabalham se
ligando a espíritos sofredores em reuniões de obsessão precisam estar sempre
equilibrados para não sofrerem o impacto das energias opressivas, mesmo com a
presença dos mentores a ascendência moral e a força de vontade do médium são necessárias
para "domar" o espírito que será doutrinado.
Copio abaixo um trecho
do livro Nos Domínios da
Mediunidade, que fala sobre a proteção do médium nas reuniões de
desobsessão:
— Acalmem-se, O amigo
dementado penetrou o templo com a supervisão e o consentimento dos mentores da
casa. Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam
instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga ou desintegra. É por isso
que cada médium possui ambiente próprio e cada assembléia se caracteriza por
uma corrente magnética particular de preservação e defesa. Nuvens infecciosas
da Terra são diariamente extintas ou combatidas pelas irradiações solares, e
formações fluídicas, inquietantes, a todo momento são aniquiladas ou varridas
do Planeta pelas energias superiores do Espírito. Os raios luminosos da mente
orientada para o bem incidem sobre as construções do mal, à feição de descargas
elétricas. E, compreendendo-se que mais ajuda aquele que mais pode, nossa irmã
Celina é a companheira ideal para o auxílio desta hora."
7.5 Proteção dos Médiuns
Os médiuns que
trabalham em um centro espírita e se dedicam a auxiliar o próximo recebem apoio
de equipes especializadas, que fazem o que podem para auxiliá-lo. Dependendo da
sua tarefa e da dedicação que necessita, os amigos espirituais podem intercedem
mais ou menos.
Podemos comparar a um
atleta, que precisa de treino, alimentação, fisioterapia, etc, da mesma forma
um médium que trabalha em um centro precisa estar "em forma
espiritual" para servir de intermediário do mundo espiritual.
Lembramos que essas
equipes não podem realizar o esforço de equilíbrio que é responsabilidade do
próprio médium, por isso é indicado para o médium realizar em seu lar a reunião
semanal do Evangelho, sempre no mesmo dia e hora ele deve buscar nas palavras
de Jesus o entendimento maior sobre a vida. Dessa forma ele protegerá o seu lar
e sua família contra energias hostis, pois não existe proteção maior no mundo
que a evangelização do coração. Os espíritos amigos também freqüentam as
reuniões de evangelho no lar, limpando o ambiente doméstico e afastando
espíritos inferiores.
Abaixo segue um trecho
do livro Obreiros da Vida
Eterna, de Chico Xavier, que fala um pouco mais sobre as equipes
espirituais que apóiam os médiuns:
"Sempre tive por
Dimas sincera admiração, pelo proveitoso concurso que soube oferecer-nos.
Integro a comissão espiritual de serviço que vem atendendo aos necessitados,
por intermédio dele, nos últimos seis anos. Foi sempre assíduo nas obrigações,
bom companheiro, leal irmão.
— Não me reporto à
generalidade — redarguiu o interlocutor —, porque a mediunidade é título de
serviço como qualquer outro. E há pessoas que pugnam pela obtenção dos títulos,
mas desestimam as obrigações que lhes correspondem. Gostariam, por certo, do intercâmbio
com o nosso plano, mas, não cogitam de finalidades e responsabilidades. Em
vista disso não se estabelecem conjuntos de cooperação para os médiuns em
geral, mas apenas para aqueles que estejam dispostos ao trabalho ativo. Há
muitos aprendizes que não ultrapassam a fronteira da tentativa, da observação.
Desejariam o caminho bem aplainado, exigindo a convivência exclusiva dos
Espíritos genuinamente bondosos. Experimentam a luta construtiva, através de
sondagens superficiais e, à primeira dificuldade, abandonam compromissos
assumidos. A aquisição da fortaleza moral não prescinde das provas arriscadas e
angustiosas. Entretanto, em face das exigências naturais do aprendizado,
dizem-se feridos na dignidade pessoal. Não suportam a aproximação de infelizes
encarnados ou desencarnados, estacionando à menor picada de dor. Para
semelhantes experimentadores, seria extremamente difícil a formação de equipes
eficientes, representativas de nosso plano. Não se sabe quando estão dispostos
a servir. Se recebem faculdades intuitivas, pedem a incorporação; se contam com
a vidência, querem a possibilidade de exteriorizar fluidos vitais para os
fenômenos de materialização."
7.6 Médiuns de Terreiro(Umbanda) e Kardecistas (Mesa)
Não existe dúvida que a
forma de trabalhar em um templo de Umbanda e um centro Espírita são bastante
diferentes, contudo, cada uma tem um objetivo, atendendo a preferências
pessoais. O erro que existe é achar que uma é melhor que a outra. Copio abaixo
trechos do livro Aruanda, de Robson Pinheiro, onde o sábio Preto-Velho nos fala
um pouco sobre a mediunidade na Umbanda e os espíritos que nela trabalham.
"Ainda a velha
questão da vibração, meu filho - respondeu Pai João. - Ocorre com os espíritos
algo semelhante ao que há com os médiuns: alguns reencarnam com o psiquismo e a
vibração apropriada para os trabalhos de terreiro, enquanto outros são preparados
vibratoriamente para a mesa kardecista. com os espíritos não é diferente.
Muitos deles oferecem a possibilidade de serem socorridos através do diálogo
fraterno ou terapia espiritual, que despertará suas mentes para as leis da
vida; portanto, demonstram predisposição para uma sessão espírita. Mas nem
todos são iguais; há aqueles que não têm o perfil psicológico e espiritual
necessário. Precisam do impacto anímico-mediúnico dos chamados médiuns de
terreiro, com os quais encontram maior afinidade. Nesse contato intenso com o
ectoplasma exsudado pelos médiuns umbandistas, ganham tratamento especializado,
que funciona como uma terapia de choque. O mesmo ocorre entre os encarnados,
quanto à questão terapêutica. Alguns de meus filhos no plano físico respondem integralmente
ao tratamento homeopático, pois trazem em seu psiquismo as vibrações
compatíveis com o medicamento dinamizado. Outros, que possuem estado
vibracional diferente, só respondem aos métodos convencionais da alopatia. Há
ainda aqueles que respondem significativamente às influências energéticas do
reiki, dos passes ou dos medicamentos florais, por exemplo.
Em casos como o que acompanhamos. Ângelo, não existe uma forma melhor que a outra. Nem o método espírita é o melhor, nem a metodologia umbandista é mais forte e eficaz. Tudo depende das características de
A distância, as divergências ou as separações que se vêm entre as diferentes formas de trabalho são, em grande parte vezes, estabelecidas pelos encarnados, que trazem ainda resquícios de preconceito religioso e racial. Do lado de cá da vida, ao contrário, somos apenas filhos de Deus, todos parceiros na construção de sua obra; não há partidarismo religioso. Tanto faz para um espírito elevado atuar como pai-velho numa tenda umbandista humilde ou escrever a orientação psicografada sob a luz do espiritismo cristão, desde que seu trabalho seja em benefício da humanidade e do próximo."
7.7 Médiuns Mercenários
Chamamos de médiuns
mercenários aqueles que utilizam suas aptidões para algum tipo de benefício
próprio, recebendo “recompensas” pelo seu contato com o mundo espiritual.
Allan Kardec chama esse
médiuns de interesseiros e informa que qualquer tipo de retribuição é
desaconselhada:
"Médiuns
interesseiros não são apenas os que porventura exijam uma retribuição fixa; o
interesse nem sempre se traduz pela esperança de um ganho material, mas também
pelas ambições de toda sorte, sobre as quais se fundem esperanças pessoais. E
esse um dos defeitos de que os Espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar
partido e de que se aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente
notáveis, embalando com falaciosas ilusões os que desse modo se lhes colocam
sob a dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade concedida para o
bem e os bons Espíritos se afastam de quem pretenda fazer dela um degrau para
chegar ao que quer que seja, que não corresponda às vistas da Providência. O
egoísmo é a chaga da sociedade; os bens Espíritos a combatem; a ninguém,
portanto, assiste o direito de supor que eles o venham servir. Isto é tão
racional, que inútil fora insistir mais sobre este ponto."
Uma característica
comum desses irmãos é a falta de estudo sobre a mediunidade, as formas de
comunicação, suas conseqüências e principalmente os perigos da obsessão (todos
eles se tornam vítimas da obsessão). Todos aqueles que lerem o Livro dos
Médiuns poderão comprovar que Allan Kardec repete várias e várias vezes a
necessidade de vigilância para não se tornar vítima da fascinação e subjugação.
A maioria tem grandes
aptidões mediúnicas e por isso tem contato intenso com os espíritos que os
acompanham, contudo, seja por preguiça ou ansiedade eles não realizam a
necessária preparação moral, mental e emocional para exercer tão sagrada
tarefa.
Vamos falar um pouco
sobre como isso começa, se desenvolve e termina...
Todos, sem exceção,
recebem em algum momento advertências sobre o tipo de trabalho que realizam e
seus perigos, contudo, a grande maioria ignora os avisos e cada vez mais se
ligam aos seus novos "amiguinhos".
Os novos
"diretores" do médium fazem o possível para fasciná-lo com símbolos,
figuras, nomes pomposos, etc... são inúmeras formas diferentes de subjugar o
médium.
André Luiz nos traz um
exemplo perfeito de um médium fascinado pelo seu obsessor:
"Observando os
beberrões, cujas taças eram partilhadas pelos sócios que lhes eram invisíveis,
Hilário recordou:
— Ontem, visitamos um
templo, em que desencarnados sofredores se exprimiam por intermédio de
criaturas necessitadas de auxílio, e ali estudamos algo sobre mediunidade...
Aqui, vemos entidades viciosas valendo-se de pessoas que com elas se afinam
numa perfeita comunhão de forças superiores... Aqui, tanto quanto lá, seria
lícito ver a mediunidade em ação?
— Sem qualquer dúvida —
confirmou o orientador —; recursos psíquicos, nesse ou naquele grau de
desenvolvimento, são peculiares a todos, tanto quanto o poder de locomoção ou a
faculdade de respirar, constituindo forças que o Espírito encarnado ou desencarnado
pode empregar no bem ou no mal de si mesmo. Ser médium não quer dizer que a
alma esteja agraciada por privilégios ou conquistas feitas. Muitas vezes, é
possível encontrar pessoas altamente favorecidas com o dom da mediunidade, mas
dominadas, subjugadas por entidades sombrias ou delinqüentes, com as quais se
afinam de modo perfeito, servindo ao escândalo e à perturbação, em vez de
cooperarem na extensão do bem. Por isso é que não basta a mediunidade para a
concretização dos serviços que nos competem. Precisamos da Doutrina do
Espiritismo, do Cristianismo Puro, a fim de controlar a energia medianímica, de
maneira a mobilizá-la em favor da sublimação espiritual na fé religiosa, tanto
quanto disciplinamos a eletricidade, a benefício do conforto na Civilização.
Em mesa lautamente
provida com fino conhaque, um rapaz, fumando com volúpia e sob o domínio de uma
entidade digna de compaixão pelo aspecto repelente em que se mostrava,
escrevia, escrevia, escrevia...
— Neste instante —
anunciou Aulus, atencioso —, nosso irmão desconhecido é hábil médium
psicógrafo. Tem as células do pensamento integralmente controladas pelo infeliz
cultivador de crueldade sob a nossa vista. Imanta-se-lhe à imaginação e lhe
assimila as idéias, atendendo-lhe aos propósitos escusos, através dos
princípios da indução magnética, de vez que o rapaz, desejando produzir páginas
escabrosas, encontrou quem lhe fortaleça a mente e o ajude nesse mister.
Muitos médiuns
mercenários acabam utilizando suas aptidões como forma de sobrevivência,
cobrando por consultas, favores, para trazer pessoa amada, para prejudicar
outras pessoas, para "tentar" prever o futuro, etc...
A previsão do futuro é
uma dos maiores atrativos para que os menos avisados se vinculem a esse tipo de
médium, por isso retiramos um trecho do livro dos médiuns que explora esse
assunto:
É esse ainda um ponto
sobre o qual insistis sempre, no desejo de obter uma resposta precisa. Grande
erro há nisso, porquanto a manifestação dos Espíritos não é um meio de
adivinhação. Se fizerdes questão absoluta de uma resposta, recebê-la-eis de um
Espírito doidivanas, temo-lo dito a todo momento." (Veja-se O Livro dos
Espíritos - "Conhecimento do futuro", n. 868.)
Existem também aqueles
que vão até as consultas espirituais para buscar conselhos, falar sobre seus
problemas pessoais, Allan Kardec nos traz sérias advertências sobre esse tipo
de comunicação:
Fora abusar da
condescendência dos Espíritos familiares e equivocar-se quanto à missão que
lhes cabe o interrogá-los a cada instante sobre as coisas mais vulgares, como o
fazem certos médiuns. Alguns há que, por um sim, por um não, tomam o lápis e
podem conselho para o ato mais simples. Esta mania denota pequenez nas idéias,
ao mesmo tempo que a presunção de supor, quem quer que seja, que tem sempre um
Espírito servidor às suas ordens, sem outra coisa mais a fazer senão cuidar
dele e dos seus mínimos interesses. Além disso, quem assim procede aniquila o
seu próprio juízo e se reduz a um papel passivo, sem utilidade para a vida
presente e indubitavelmente prejudicial ao adiantamento futuro. Se há
puerilidade em interrogarmos os Espíritos sobre coisas fúteis, menos
puerilidade não há da parte dos Espíritos que se ocupam espontaneamente com o
que se pode chamar - negócios caseiros. Em tal caso, eles poderão ser bons,
mas, inquestionavelmente, ainda são muito terrestres."
Bom, as expectativas
espirituais desses médiuns não são boas e vamos avaliar porque:
1. Ele cobra por uma
aptidão que recebeu de graça e como um favor para auxiliar o próximo e acelerar
sua própria evolução.
2. Muitos fazem
trabalhos para prejudicar o próximo, criando comprometimentos cármicos.
3. Divulgam de forma
errada a doutrina dos espíritos.
4. Alguns desvirtuam
outros médiuns.
5. Se ligam a espíritos
trevosos, que além de vampirizá-los acreditam que tem direito de receber pelos
favores espirituais que realizam, por isso, após o desencarne do médium
mercenário ele se torna escravo daquele falso mentor que o acompanhou. Somente
após muito tempo sofrendo e aprendendo ele poderá ser socorrido pelas colônias
espirituais, e então recomeçar seu caminho de luz, tentando quitar os débitos
contraídos pela sua irresponsabilidade.
Allan Kardec no Livro dos Médiuns relata a
resposta de um espírito sobre as conseqüências do mau uso da mediunidade:
Existe um conflito
muito grande no coração das pessoas que têm a sensibilidade mediúnica e não são
adeptas de reuniões espiritualistas.
Esses médiuns sofrem
bastante porque têm medo de contar o que sentem, já que muitos não aceitarão,
possivelmente zombarão dele ou pensarão coisas ruins, como por exemplo a falta
de fé ou indício de loucura.
A mediunidade não é
exclusividade das filosofias espiritualistas, muitos padres, pastores e líderes
filosóficos e religiosos são grandes médiuns, embora, infelizmente, alguns se
liguem a entidades do astral inferior.
Muitos médiuns já
relataram que viram próximos à palestrantes de religiões não espiritualistas
espíritos de luz. Lembre-se que o contato espiritual tem como objetivo a
evolução espiritual da humanidade, isso não é exclusividade do Espiritismo ou
qualquer outra religião espiritualista.
E o que fazer então??
Vou iniciar a resposta
com o exemplo de uma querida e amada amiga, que conheci em um grupo de estudos
do Evangelho.
Ela é praticante
FERVOROSA de uma filosofia não espiritualista e um dia, ao olhar para o
palestrante, que estava muito inspirado, notou que a sua volta existiam faíscas
de luz, ela piscava, balançava a cabeça e isso continuava, e continuou
ocorrendo, mais de uma vez.
A resposta é não, ela
adora os cantos, as reuniões, as pessoas que freqüentam, aquilo faz bem a ela,
não atrapalha. Deus e os espíritos superiores jamais poderiam exigir que você
largasse um grupo que só faz o bem e busca vivenciar os ensinamentos de Jesus.
Acho que o exemplo
responde tudo, se você é praticante de outra religião não espiritualista e tem
dúvidas sobre as sensações espirituais que lhe acometem então procure uma
pessoa amiga espírita ou leia o livro dos espíritos e o livro dos médiuns,
achará muitas respostas nesses livros. Nunca pense que estudar sobre a
espiritualidade diminuirá sua fé ou fará com que você mude de religião. Temos
vários exemplos de pessoas que largaram religiões espiritualistas para
freqüentar religiões que não acreditam na reencarnação e na vida além-túmulo,
com disse antes é uma questão de afinidade, porém o conhecimento é importante,
compreender a Verdade é muito importante, para todos!!
O conhecimento das
verdades espirituais não atrapalha, só completa.
7.9 Mediunidade Natural e de Prova
Basicamente falaremos
nesse tópico sobre a diferença entre o médium que recebe a concessão espiritual
de encarnar com hipersensibilidade e o espírito evoluído, que já conquistou
essa sensibilidade por esforço próprio.
Vamos começar com
exemplos de médiuns naturais para depois passar a explicação:
• João Batista –
recebe naturalmente mensagens espirituais, no evangelho existem várias
passagens que atestam seu alto grau de evolução e as próprias revelações
espirituais que tem contato. O próprio Jesus revela que João Batista é o maior
entre os nascido de mulher, ou seja, ele não alcançou a perfeição, mas já é
grande no reino dos céus.
• Buda – Mestre
Iluminado que encarnou na Terra, ele tinha acesso às suas encarnações
anteriores e também das pessoas que se aproximavam.
• Jesus – O ser
mais evoluído, mais perfeito que já encarnou em nosso planeta. Todas as
faculdades mediúnicas eram perfeitas. O contato espiritual de Jesus era como
água cristalina, não havia ruído ou imperfeição, não existia medo ou receio, a
entrega e confiança eram completas. Existem várias passagens no Novo Testamento
que mostram a perfeição espiritual do Mestre Nazareno.
Vamos voltar no tempo e
falar um pouco sobre o médium de prova antes da atual encarnação.
Espírito endividado com
as leis divinas, decide trabalhar no mundo espiritual, ajudando o próximo,
adquire grandes amizades e conquista merecimentos, contudo, seu passado aflora
como um vulcão, sua consciência não consegue ficar totalmente tranqüila, pois
dentro de si sente ainda as marcas do passado.
Graças ao bem praticado
no mundo espiritual ele pode optar por nascer médium, ou seja, através de
intercessões antes da encarnação, os técnicos da espiritualidade
hipersensibilizarão seus veículos para poder entrar em contato com o plano
espiritual de forma mais intensa do que normalmente faria em seu atual estado
evolutivo.
Para não se tornar uma
presa dos espíritos inferiores o espírito reencarnante recebe o apoio e
proteção do(s) Guia(s) ou Mentor(es) Espiritual(ais), que se compromete(m) a
auxiliá-lo para trabalharem juntos a favor do próximo.
O que podemos concluir
então... o Médium de Prova não tem evolução suficiente para INICIALMENTE
controlar sua sensibilidade espiritual e precisa de um guia, para protegê-lo e
ajudá-lo no trabalho que irá realizar.
O médium de prova
precisará então de aprimoramento, estudo e muita força de vontade, porque terá
que dominar algo que desconhece. Esse descontrole é bem conhecido dos médiuns,
pois a grande maioria busca ajuda quando fica totalmente desnorteado.
Falemos sobre o médium
natural antes de encarnar...
O médium natural
encarna com uma missão, seja ela pelo bem da humanidade, de uma grupo ou de um
espírito. A própria encarnação que realiza é um ato de amor ao próximo porque a
grande maioria não precisa encarnar ou pode escolher exatamente como deseja voltar.
Ele também recebe o
auxílio dos espíritos, mas não por suas imperfeições e sim pela dificuldade da
tarefa ou importância.
O afloramento da
mediunidade ocorre nele de forma tranqüila e seu contato com o mundo espiritual
é "natural", é claro que ele também precisa se aprimorar, contudo, é
totalmente diferente do médium de prova. Na verdade um afina o instrumento, enquanto
o outro aprende a manuseá-lo.
Esse tópico é muito
importante para podemos concluir:
• Dificilmente
você é um médium natural, por isso busque a humildade, porque dificilmente os
médiuns naturais acham que são perfeitos.
• Se você é
médium não se ache melhor que os outros, aliás, na maioria das vezes é o
contrário, você teve essa faculdade como oportunidade de resgatar erros e
crescer.
• Se você não é
médium tenha paciência com os que são médiuns, pois eles também estão evoluindo
e podem cometer erros.
• Embora o médium
de prova não possua a faculdade e seja (na grande maioria das vezes) um
espírito endividado, se ele concluir sua tarefa com sucesso terá conseguido
crescer espiritualmente e também resgatar débitos. A faculdade espiritual que
recebeu por hipersensibilização se tornará natural ou quase e a facilidade de
dominá-la em um encarnação posterior será infinitamente maior.
Retiramos um trecho
interessante do livro Nos
Domínios da Mediunidade, de Chico Xavier:
"O círculo de
percepção varia em cada um de nós. Há diferentes gêneros de mediunidade;
contudo, importa reconhecer que cada Espírito vive em determinado degrau de
crescimento mental e, por isso, as equações do esforço mediúnico diferem de
indivíduo para indivíduo, tanto quanto as interpretações da vida se modificam
de alma para alma. As faculdades medianímicas podem ser idênticas em pessoas
diversas, entretanto, cada pessoa tem a sua maneira particular de empregá-las.
Um modelo, em muitas ocasiões, é o mesmo para grande assembléia de pintores,
todavia, cada artista fixá-lo-á na tela a seu modo. Uma lâmpada exibirá
claridade lirial, em jacto contínuo, mas, se essa claridade for filtrada por
focos múltiplos, decerto estará submetida à cor e ao potencial de cada um
desses filtros, embora continue sendo sempre a mesma lâmpada a fulgurar em seu
campo central de ação. Mediunidade é sintonia e filtragem. Cada Espírito vive
entre as forças com as quais se combina, transmitindo-as segundo as concepções
que lhe caracterizam o modo de ser."
8. Conclusão
O objetivo desse artigo
foi falar um pouco sobre mediunidade para as pessoas que desconhecem o assunto
e que buscam desesperadamente saber se são ou não médiuns.
Tratamos os conceitos
mais simples e não nos aprofundamos nos tipos de mediunidade e outros assuntos
mais específicos.
Fecho o artigo com
trechos de uma mensagem do livro Nos
Domínios da Mediunidade, onde o mentor espiritual de uma casa
transmite linda mensagem para o corpo mediúnico.
Fiquem em Paz e nunca
se esqueçam do Infinito Amor de nosso Pai e de Jesus. Nunca desistam, porque o
Pai jamais desiste de seus filhos.
" A mediunidade
torturada não é senão o enlace de almas comprometidas em aflitivas provações,
nos lances do reajuste.
Ninguém é realmente espírita à altura desse nome, tão-só porque haja conseguido a cura de uma escabiose renitente, com o amparo de entidades amigas, e se decida, por isso, a aceitar a intervenção do Além-Túmulo na sua existência; e ninguém é médium, na elevada conceituação do termo, somente porque se faça órgão de comunicação entre criaturas visíveis e invisíveis.
Convicção de imortalidade, sem altura de espírito que lhe corresponda, será projeção de luz no deserto.
Mediação entre dois
planos diferentes, sem elevação de nível moral, é estagnação na inutilidade.
O pensamento é tão
significativo na mediunidade, quanto o leito é importante para o rio. Ponde as
águas puras sobre um leito de lama pútnida e não tereis senão a escura corrente
da viciação.
Indubitavelmente,
divinas mensagens descerão do Céu à Terra. Entretanto, para isso, é imperioso
construir canalização adequada.
Jesus espera pela
formação de mensageiros humanos capazes de projetar no mundo as maravilhas do
seu Reino.
Para atingir esse
aprimoramento ideal é imprescindível que o detentor de faculdades psíquicas não
se detenha no simples intercâmbio. Ser-lhe-áindispensável a consagração de suas
forças às mais altas formas de vida, buscando na educação de si mesmo e no
serviço desinteressado a favor do próximo o material de pavimentação de sua
própria senda.
A comunhão com os orientadores do progresso espiritual do mundo, através do livro, nos enriquece de conhecimento, acentuando-nos o valor mental; e a plantação de bondade constante traz consigo a colheita de simpatia, sem a qual o celeiro da existência se reduz a furna de desespero e desânimo.
Não basta ver, ouvir ou
incorporar Espíritos desencarnados, para que alguém seja conduzido à
respeitabilidade.
Que mensageiro do Céu fará fulgir a mensagem celestial em nosso entendimento, quando o espelho de nossa alma jaz denegrido pelos mais inferiores dos interesses?
Saibamos refletir-lhe a glória e o amor, a fim de que a luz celeste se espelhe sobre as almas, como o esplendor solar se estende sobre o mundo.
Comecemos nosso esforço de soerguimento espiritual desde hoje e, amanhã, teremos avançado consideravelmente no grande caminho!.."