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quarta-feira, 13 de março de 2013

Aceitando a mediunidade

1. Introdução

Inúmeros irmãos sofrem com o afloramento descontrolado da mediunidade, longe de ser uma doença ou um castigo, ela é uma joia em estado bruto, que tanto pode ser lapidada para brilhar em resplendor quanto inutilizada, tornando-se um enfeite sem valor, um peso a ser carregado durante toda a vida.

Esse artigo é o primeiro de uma série que busca falar um pouco mais sobre a mediunidade, aqui você não encontrará respostas, somente conselhos e explicações para entender o que deve fazer, pois o controle da mediunidade e seu entendimento é tarefa pessoal e intransferível, só podendo ser alcançado após estudo, prática e perseverança.

Ninguém melhor que Chico Xavier para finalizar a introdução com um trecho retirado do livro Seara dos Médiuns.

"Considerando-se a força mediúnica como recurso inerente à personalidade humana, de vez que, dentro de grau menor ou maior, transparece de todas as criaturas, comparemo-la à visão comum.

Efetuado o confronto, reconheceremos que, em essência, os olhos de um analfabeto, de um preguiçoso, de um malfeitor e de um missionário do bem não exibem qualquer diferença na histologia da retina.

Em todos eles, a mesma estrutura e a mesma destinação.

Imaginemos fosse concedida, aos quatro, determinada máquina com vistas à produção de certos benefícios, acompanhada de respectivas carta de instruções para o necessário aproveitamento.

O analfabeto teria, debalde, o aparelho, por desconhecer como deletrear o processo de utilização.

O preguiçoso conheceria o engenho, mas deixá-lo-ia na poeira da inércia.
O malfeitor aproveitá-lo-ia para explorar os semelhantes ou perpetrar algum crime.

O missionário do bem, contudo, guarda-lo-ia sob a sua responsabilidade, orientando-lhe o funcionamento na utilidade geral.

Força medianímica, desse modo, quanto acontece à capacidade visual, é dom que a vida outorga a todos.

O que difere, em cada pessoa, é o problema de rumo.

Nisso reside a razão pela qual os Mensageiros Divinos insistirão, ainda por muito tempo, pela sublimação das energias psíquicas, a fim de que os frutos do bem se multipliquem por toda a Terra.

Não valem médiuns que apenas produzam fenômenos.

Não valem fenômenos que apenas estabeleçam convicções.

Não valem convicções que criem apenas palavras.

Não valem palavras que apenas articulem pensamentos vazios.

A vida e o tempo exigem trabalho e melhoria, progresso e aprimoramento.

Mediunidade, assim, tanto quanto a visão física, representa, do ponto de vista moral, força neutra em si própria.

A importância e a significação que possa adquirir dependem da orientação que se lhe dê.

Por isso mesmo, os amigos desencarnados, sempre que responsáveis e conscientes dos próprios deveres diante das Leis Divinas, estarão entre os homens exortando-os à bondade e ao serviço, ao estudo e ao discernimento, porquanto a força mediúnica, em verdade, não ajuda e nem edifica quando esteja distante da caridade e ausente da educação."

 2. Mediunidade e Médiuns

A definição abaixo foi retirada do Livro dos Médiuns.

"Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. E de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos. Geralmente, os médiuns têm uma aptidão especial para os fenômenos desta, ou daquela ordem, donde resulta que formam tantas variedades, quantas são as espécies de manifestações."

Dois conceitos muito importantes podem ser extraídos das palavras de Allan Kardec:

O primeiro informa que TODOS são médiuns e recebem conscientes ou não a sua influência.

O segundo fala sobre a REVELAÇÃO da mediunidade, que ocorre de forma diferente em cada médium, envolvendo fatores como tipo de aptidão mediúnica, compromissos e dedicação.

 2.1 Todos São Médiuns

Entendamos melhor a quem chamamos por médiuns. Chamamos por médium a pessoa que tem a sensibilidade espiritual aflorada, seja ela descontrolada, em aprimoramento, desenvolvida ou completamente sob controle (mais raro, somente espíritos evoluídos).

Essa distinção de forma alguma elimina a sensibilidade e o contato espiritual que todos os homens, mulheres e crianças possuem. Todos recebem influências benéficas ou não, sejam de espíritos bondosos ou trevosos.

A principal diferença entre a pessoa comum e o médium é que este último sente de forma mais intensa o contato espiritual, podendo até se ligar ao espírito para que ele se comunique (psicofonia, também conhecida como incorporação).

Se o médium optar por aprimorar a sua sensibilidade ele aprenderá a controlá-la, utilizando-a em benefício do próximo e não mais sofrendo os incômodos normais que ocorrem no seu desabrochar.

Podemos comparar o médium ao homem que tem sensibilidade musical e decide estudar música, com o tempo ele desenvolve e aprimora sua faculdade, que já existia latente de nascença, mas que precisou de aprimoramento e esforço para se tornar útil.

Além do contato com outros espíritos, também recebemos as próprias vibrações de nossos veículos superiores, que trazem mensagens, estímulos, pensamentos, emoções, intuições e desejos de nosso "Eu Superior", que também é conhecido como “Centelha Divina” ou “Individualidade”.

A mediunidade independe de religião e muitos encarnados não acreditam ou não a aceitam, porém, pelo seu elevado grau de moralidade e pureza atraem a companhia de espíritos puros, que os inspiram e auxiliam através de sua intuição ou de sua mediunidade. Tudo depende da tarefa de cada um, os espíritos podem se servir de pessoas com elevada vibração, que captam seus pensamentos para ajudar o próximo, não sendo essa pessoa necessariamente um médium de uma casa espírita.

André Luiz resume o assunto no trecho abaixo, retirado do livro Missionários da Luz:

"Sem titubear, Alexandre explicou:

-Aqui, André, observa você o trabalho simples da transmissão mental e não pode esquecer que o intercâmbio do pensamento é movimento livre no Universo. Desencarnados e encarnados, em todos os setores de atividade terrestre, vivem na mais ampla permuta de idéias. Cada mente é um verdadeiro mundo de emissão e recepção e cada qual atrai os que se lhe assemelham. Os tristes agradam aos tristes, os ignorantes se reúnem, os criminosos comungam na mesma esfera, os bons estabelecem laços recíprocos de trabalho e realização. Aqui temos o fenômeno intuitivo, que, com maior ou menor intensidade, é comum a todas as criaturas, não só no plano construtivo, mas também no círculo de expressões menos elevadas. Temos, sob nossos olhos, uma velha irmã e seu filho maior completamente ambientados na exploração inferior de amigos desencarnados, presas de ignorância e enfermidade, estabelecendo perfeito comércio de vibrações inferiores. Falam sob a determinação direta dos vampiros infelizes, transformados em hóspedes efetivos do continente de suas possibilidades físico-psíquicas. Permanece também sob nossa análise uma jovem que, presentemente, atingiu dezasseis anos de nova existência terrestre. Suas disposições, contudo, são bastante diversas. Ela consegue receber nossos pensamentos e traduzi-los em linguagem edificante. Não está propriamente em serviço técnico da mediunidade, mas no abençoado trabalho de espiritualização.

E indicando a mocinha, cercada de maravilhoso halo de luz, acrescentou:

-Conserva, ainda, o seu vaso orgânico na mesma pureza com que o recebeu dos benfeitores que lhe prepararam a presente reencarnação. Ainda não foi conduzida ao plano de emoções mais fortes, e as suas possibilidades de recepção, no domínio intuitivo, conservam-se claras e maleáveis. Suas células ainda se encontram absolutamente livres de influências tóxicas; seus órgãos vocais, por enquanto, não foram viciados pela maledicência, pela revolta, pela hipocrisia; seus centros de sensibilidade não sofreram desvios, até agora; seu sistema nervoso goza de harmonia invejável, e o seu coração, envolvido em bons sentimentos, comunga com a beleza das verdades eternas, através da crença sincera e consoladora. E, além disso, não tendo débitos muito graves do pretérito, condição que a isenta do contacto com as entidades perversas que se movimentam na sombra, pode refletir com exatidão os nossos pensamentos mais íntimos. Vivendo muito mais pelo espírito, nas atuais condições em que se encontra, basta a permuta magnética para que nos traduza as idéias essenciais.

-Isto significa -perguntei -que esta jovem é bastante pura e que continuará com semelhantes facilidades, em toda a existência?
Alexandre sorriu e observou:

-Não tanto. Ela ainda conserva os benefícios que trouxe do plano espiritual e as cartas da felicidade ainda permanecem nas suas mãos para extrair as melhores vantagens no jogo da vida, mas dependerá dela o ganhar ou perder, futuramente. A consciência é livre.

-Então -continuei perguntando -não seria difícil prepararem-se todas as criaturas para receberem a influenciação superior?

-De modo algum -esclareceu ele -todas as almas retas, dentro do espírito de serviço e de equilíbrio, podem comungar perfeitamente com os mensageiros divinos e receber-lhes os programas de trabalho e iluminação, independentemente da técnica do mediunismo que, presentemente, se desenvolve no mundo. Não há privilegiado na Criação. Existem, sim, os trabalhadores fiéis, compensados com justiça, seja onde for."

 2.2 Como Descobrir se Alguém é Médium

Não existem indícios físicos que possam revelar a mediunidade, contudo, alguns médiuns podem ter sua saúde agravada pela mediunidade descontrolada, porém, de forma alguma podemos criar uma regra para estereotipar um médium.

O Corpo Etérico ou Duplo Etérico, composto pelos quatro sub-planos mais sutis do plano físico podem indicar a mediunidade, porém, somente médiuns clarividentes conseguem acessar esse plano.

Ramatís fala no livro "Elucidações do Além" que o Duplo Etérico de um médium é inclinado, permitindo o acesso mais fácil ao plano espiritual. Não conseguimos encontrar outra referência a esse tema, contudo, é possível que isso ocorra, mas acredito que essa inclinação esteja vinculada a determinados tipos de mediunidade, principalmente as que demandam doação de ectoplasma por parte do médium.

Mas vamos ao assunto principal deste tópico - Como descobrir se você é médium??

A mediunidade não aparece de repente, ela vai se manifestando durante um bom tempo de forma suave (na maioria dos casos) e vai se tornando intensa até o ponto em que a pessoa tem que assumir que possui algum tipo de sensibilidade, que não consegue explicar, mas que é extremamente real para ela.

Não temos como criar regras, contudo, podemos dar algumas dicas para avaliar o que está sentindo:

•  Procure não sentir medo das sensações que tem, essa é a pior coisa a se fazer. Comece a observar a periodicidade, intensidade e como acontece cada sensação.

•  Seja imparcial, ser médium não é sinônimo de salvação ou perdição, é um caminho a ser trilhado, por isso não fique procurando sentir as “coisas”, se você for médium as sensações se repetirão. Tentar forçá-las é tão ruim ou pior do que ter medo, porque você pode atrair espíritos zombeteiros e brincalhões.

•  Ver um espírito não é sinônimo de ser médium. Como o próprio Allan Kardec informa no Livro dos Médiuns, a regularidade e repetição do fenômeno indicam a mediunidade.
Existem casos de espíritos recém-mortos que fazem questão de se despedir dos que lhe foram caros e por isso podem aparecer para dar o último adeus. Esse acontecimento não indica que o espírito encarnado recebeu uma hipersenbilização para poder entrar em contato com o plano espiritual.

•  Não se preocupe inicialmente em desenvolver a mediunidade, busque estudar, conhecer, freqüentar algum centro, deixe que naturalmente as coisas aconteçam.

•  Não procure lugares que "Libertam sua Mediunidade" ou que fazem exercícios ou passes para "Despertar a Mediunidade". A mediunidade aparece naturalmente e está latente no espírito que possui o compromisso de exercê-la.

Na hora certa ela aparecerá e como o próprio Allan Kardec informa no Livro dos Méiduns, ela deve se desenvolver naturalmente através do equilíbrio e burilamento do médium.

Se você está lendo esse artigo porque está preocupado ou por que sente uns "troços", umas "coisas" que não consegue explicar e que deixam você extremamente apavorado, então você é um bom candidato a ser médium.

Quando chega a hora da mediunidade "aflorar" ela aparece e não pode ser negada pelo médium, embora alguns façam um esforço enorme para se enganar. No próximo tópico falaremos mais sobre o afloramento da mediunidade.

 3.  O Despertamento da Mediunidade

Sem dúvida nenhuma o despertar da mediunidade é uma etapa marcante na vida de qualquer médium, a grande maioria não aceita as sensações que percebe, alguns levam meses, a maioria anos e outros terminam sua vida sem aceitar sua sensibilidade mediúnica.

Quanto mais força se faz para controlar a mediunidade, ou melhor dizendo, para abafá-la, mais doloroso é o seu despertamento. Alguns "fingem", mentindo para si mesmo e afirmando copiosamente que não sentem "aquelas coisas". Os motivos que levam o médium a fazer isso são geralmente medo, ansiedade, teimosia ou vergonha.

Segundo Allan Kardec não existem indícios físicos que diferenciem uma pessoa com sensibilidade mediúnica de outra que não a possui em grau avançado, por isso, diferente do que muitos filmes e revistas afirmam, o médium não é aquela pessoa velha, desfigurada ou caolha, os médiuns são pessoas com aparências e hábitos normais.

Atualmente os médiuns que trabalham em Templos de Umbanda ou Centros Espíritas são pessoas de nossa família ou de nosso ambiente profissional. Ser médium não é ser anormal ou diferente, é ter uma aptidão a ser desenvolvida e dedicada ao próximo.

Quando penso na mediunidade, seu despertamento, aprimoramento, utilização em favor do próximo e continuidade do trabalho me lembro da história que ouvi das tartarugas.

As tartarugas filhotes tem que "quebrar" o ovo que as prende, SOZINHAS. Isso deve ocorrer à noite, no escuro, senão serão alvos fáceis para os predadores, pois seus cascos ainda não as protegem. Elas acabam de nascer e devem caminhar para um foco de luz que desconhecem (o mar é sempre a parte mais clara, é o lugar que estarão a salvo). Elas devem correr, porque se não chegarem até a água antes do amanhecer serão café da manhã para seus predadores. Ao chegarem na água elas se tornam mais ágeis, porém, ainda são alvo de inúmeros predadores. Por isso são muito poucas tartarugas que sobrevivem.

No entanto, crescendo elas se tornam belas criaturas, protegidas por um casco duríssimo, ficam enormes.

Bom, voltando para a mediunidade...

Como foi dito por Allan Kardec a manifestação inicial da mediunidade pode ocorrer de várias formas, de acordo com a aptidão do médium e seu compromisso.

Vou explorar alguns aspectos sobre o despertar da mediunidade.

3.1  Idade

Não existe idade para o afloramento da mediunidade, mas é claro que um bebê não poderá se ligar a um espírito e começar a falar, algumas etapas deverão ser alcançadas para que ocorra a ligação espiritual.

Também devemos ter cuidado para não achar que uma criança é médium antes dos sete anos, já que nesse período ela está se ajustando ao mundo físico, sendo por isso mais fácil o contato com espíritos desencarnados.

Em vários livros vemos exemplos de espíritos que se aproximam de crianças para influenciá-las a fazer uma prece ou levantar algum assunto importante. Pela sua pureza, inocência e por ainda não estarem completamente ligadas ao plano físico elas são muitas vezes o canal mais receptivo para influencias espirituais.

Porém existem crianças que desde cedo mantém um contato "mais intenso" com o mundo espiritual, tendo visões, conversando e até brincando com crianças desencarnadas.

O desabrochar da mediunidade pode ocorrer em qualquer idade, criança, jovem, adulto e até pessoas mais velhas.

Não acredito ser uma boa opção o aprimoramento mediúnico para crianças e jovens, na minha humilde opinião elas devem ser preparadas através de estudos espiritualistas e principalmente do Evangelho, para quando se tornarem mais velhas possuírem uma base sólida para a execução de sua tarefa. Muitos podem achar que o afloramento prematuro indica início de trabalho prematuro, porém isso também pode indicar INICIO DE ESTUDO E PREPARAÇÃO PREMATURO.

A tarefa do médium demandará confiança, maturidade, fé, coragem e vontade, atribuitos que muitas crianças ou jovens geralmente ainda não consolidaram em seu caráter, por isso mais vale um trabalho iniciado aos 20 anos e executado durante toda uma existência do que uma explosão aos 15 anos com término aos 19.

Allan Kardec fala sobre o desenvolvimento mediúnico de crianças no Livro dos Médiuns:

" Haverá inconveniente em desenvolver-se a mediunidade nas crianças?

Certamente e sustento mesmo que é muito perigoso, pois que esses organismos
débeis e delicados sofreriam por essa forma grandes abalos, e as respectivas imaginações excessiva sobreexcitação. Assim, os pais prudentes devem afastá-las dessas idéias, ou, quando nada, não lhes falar do assunto, senão do ponto de vista das conseqüências morais.

Há, no entanto, crianças que são médiuns naturalmente, quer de efeitos
físicos, quer de escrita e de visões. Apresenta isto o mesmo inconveniente?

Não; quando numa criança a faculdade se mostra espontânea, é que está na sua
natureza e que a sua constituição se presta a isso O mesmo não acontece, quando é provocada e sobreexcitada. Nota que a criança, que tem visões, geralmente não se impressiona com estas, que lhe parecem coisa naturalíssima, a que dá muito pouca atenção e quase sempre esquece. Mais tarde, o fato lhe volta à memória e ela o explica facilmente, se conhece o Espiritismo.

Em que idade se pode ocupar, sem inconvenientes, de mediunidade?

Não há idade precisa, tudo dependendo inteiramente do desenvolvimento físico
e, ainda mais, do desenvolvimento moral. Há crianças de doze anos a quem tal coisa afetará menos do que a algumas pessoas já feitas. Falo da mediunidade, em geral; porém, a de efeitos físicos é mais fatigante para o corpo; a da escrita tem outro inconveniente, derivado da inexperiência da criança, dado o caso de ela querer entregar-se a sós ao exercício da sua faculdade e fazer disso um brinquedo.

222. A prática do Espiritismo, como veremos mais adiante, demanda muito tato,
para a inutilização das tramas dos Espíritos enganadores. Se estes iludem a homens feitos, claro é que a infância e a juventude mais expostas se acham a ser vítimas deles.
Sabe-se, além disso, que o recolhimento é uma condição sem a qual não se pode lidar com Espíritos sérios. As evocações feitas estouvadamente e por gracejo constituem verdadeira profanação, que facilita o acesso aos Espíritos zombeteiros, ou malfazejos.
Ora, não se podendo esperar de uma criança a gravidade necessária a semelhante ato, muito de temer é que ela faça disso um brinquedo, se ficar entregue a si mesma. Ainda nas condições mais favoráveis, é de desejar que uma criança dotada de faculdade mediúnica não a exercite, senão sob a vigilância de pessoas experientes, que lhe ensinem, pelo exemplo, o respeito devido às almas dos que viveram no mundo. Por aí se vê que a questão de idade está subordinada às circunstâncias, assim de temperamento, como de caráter. Todavia, o que ressalta com clareza das respostas acima é que não se deve forçar o desenvolvimento dessas faculdades nas crianças, quando não é espontânea, e que, em todos os casos, se deve proceder com grande circunspeção, não convindo nem excitá-las, nem animá-las nas pessoas débeis. Do seu exercício cumpre afastar, por todos os meios possíveis, as que apresentem sintomas, ainda que mínimos, de excentricidade nas idéias, ou de enfraquecimento das faculdades mentais, porquanto, nessas pessoas, há predisposição evidente para a loucura, que se pode manifestar por efeito de qualquer sobreexcitação. As idéias espíritas não têm, a esse respeito, maior influência do que outras, mas, vindo a loucura a declarar-se, tomará o caráter de preocupação dominante, como tomaria o caráter religioso, se a pessoa se entregasse em excesso às práticas de devoção, e a responsabilidade seria lançada ao Espiritismo. O que de melhor se tem a fazer com todo indivíduo que mostre tendência à idéia fixa é dar outra diretriz às suas preocupações, a fim de lhe proporcionar repouso aos órgãos enfraquecidos."

A maior parte dos centros possui evangelização infantil, passando os conhecimentos espirituais para os pequenos de forma suave, de acordo com a idade em que se encontra, acredito que essa é uma das melhores formas de prepará-los, além é claro do Evangelho no Lar.

Pessoas em idades avançadas também podem sentir o despertar de suas faculdades mediúnicas, isso não invalida o trabalho, não é mérito ou demérito. Não podemos julgar a vontade de nosso Pai e dos espíritos superiores, que sabem o exato momento que tudo deve acontecer.

Muitos médiuns evitam se dedicar ao trabalho por falarem que não tem tempo, o trabalho, os amigos, tudo tem prioridade e sempre pensão em um dia se dedicarem só que....

Você não sabe o tempo de vida que terá...

Você não sabe ao certo o tempo necessário para o início de sua tarefa mediúnica...

Muitas vezes, quando decidir iniciar o estudo e trabalho não lhe será mais permitido, porque já é época da colheita e você não plantou.

Não é você que escolhe a idade de iniciar o estudo e trabalho espiritual, Deus o chama e esse deve ser o momento de iniciar a preparação, pois quando estiver preparado ele o chamará novamente, só que agora para auxiliar os irmãos necessitados de Luz.

3.2  Intensidade

A intensidade com que a mediunidade se apresenta também varia de acordo com o médium.
Médiuns com aptidão para psicofonia (incorporação) geralmente “sentem” de forma mais agressiva o contato espiritual, porque muitas vezes espíritos inferiores se aproximam quando sua mediunidade aflora.

Isso não quer dizer que o(s) espírito(s) protetor(es) e mentor(es) do médium não estejam próximos, muitas vezes eles tentam de forma suave fazer o médium despertar para sua sensibilidade, porém.... pelo medo (alguns tem pavor) ou vergonha eles não aceitam a aproximação.

Os espíritos superiores então se afastam, não como castigo e sim por afinidade. Os espíritos inferiores se aproximam e acabam "acordando" o médium de forma mais agresssiva.

Não devemos pensar nisso como um castigo, simplesmente o médium tem um canal de contato espiritual, se não existe um espírito superior protegendo esse canal os espíritos inferiores passam a utilizá-lo, é simples, podemos comparar a uma casa abandonada.

O médium se comprometeu antes de encarnar a realizar uma tarefa e para realizá-la ele recebeu uma "hipersensibilização" nos canais de contato com o mundo espiritual (chakras).

O médium tem então uma "porta", que será utilizada pelos instrutores espirituais para auxiliar os encarnados ou espíritos sofredores. Essa porta precisa ser protegida, pois pode também ser utilizada por espíritos inferiores que subjugariam o médium e o fariam de marionete para os seus desejos egoístas e mesquinhos.

Por esse motivo um médium com compromissos espirituais sempre encarna sob a tutela de um ou mais mentores, ou seja, espíritos de luz que se comprometem a protegê-lo e prepará-lo para sua tarefa.

Embora a misericórdia de Deus seja infinita e a dedicação dos guias e mentores seja imensa, o médium precisa fazer sua parte, estudando, moldando seu caráter e atingindo o equilíbrio emocional necessário.

Quando se aproxima o momento da preparação do médium, os guias começam a chamá-lo, de forma suave, encaminhando-o para lugares e pessoas que auxiliarão na formação de sua base espiritual.

Se o médium não aceita os chamados “suaves” do mentor então ele se afasta, porque não lhe é mais permitido interceder pelo médium, já que não mais lhe interessa trabalhar com o plano espiritual QUE ELE MESMO SOLICITOU ANTES DE ENCARNAR.

O médium se torna alvo de espíritos trevosos, mas o mentor não o abandona, embora tenha que esperar que ele “acorde” e que realmente deseje mudar sua conduta para então se reaproximar.

Porém, o médium pode continuar avesso ao contato espiritual, fugindo durante toda sua encarnação das responsabilidades assumidas. É muito improvável que esse irmão consiga ter uma vida tranqüila, pois sua “porta” para o mundo espiritual será povoada de espíritos inferiores que farão de tudo para vampirizá-lo. Ele provavelmente terá muitos desequilíbrios emocionais e contrairá doenças pelo déficit de vitalidade, já que compartilhará sua energia com os obsessores.
Muitos médiuns que estão lendo o artigo pensam assim: - Eu não lembro de que forma suave meu mentor me chamou... Pois bem, as formas suaves podem ser um conselho, um convite de um amigo, uma palestra, um livro espírita ou espiritualista que uma pessoa próxima está lendo e oferece a você, uma conversa sobre mediunidade entre pessoas próximas, você passar em frente ao centro espírita justo na hora que está começando uma palestra e "acidentalmente" encontrar um amigo(a) entrando, e outras inúmeros formas "suaves" de chamar sua atenção.

A intensidade que a mediunidade aflora, bem como o nível de proteção que você recebe do seu mentor estão muitas vezes ligados a comprometimentos com vidas anteriores.

Alguns médiuns já tentaram outras vezes a tarefa mediúnica e falharam, alguns a negaram ou a utilizaram de forma mercenária. Podem também existir comprometimentos por causa de um suicídio (Yvone A. Pereira é um exemplo) e por isso sofrem com a mediunidade, mesmo sendo ela trabalhada para o bem do próximo.

Se você pensar .... Ah... já que vou sofrer mesmo então não vou estudar e me dedicar tanto.... Engano seu... porque se já é difícil para esses médiuns trabalhando, nem imagine como seria se eles negassem a mediunidade. Lembre-se, os médiuns que estão nesse grupo são reincidentes, podemos compará-los a infratores que são levados a julgamento pela segunda vez, o juiz com certeza terá mais rigor ao aplicar a sentença, já que existem agravantes.

3.3  A importância da Tarefa Espiritual do Médium

Se o médium antes de encarnar se compromete com muitos espíritos encarnados e desencarnados então fica muito difícil dele fugir da sua tarefa, porque de forma mais acentuada será chamado pelos mentores. Os espíritos trevosos o perseguirão também, fazendo de tudo para obsediá-lo e subjugá-lo, já que reconhecem nele grande potencial para ajudar os sofredores (para eles ajudar o próximo é igual a atrapalhar).

Alguns médiuns chegam ao fundo do poço, fugindo de qualquer forma da sua mediunidade, seja por causa do orgulho, medo ou vergonha, contudo, quando aceitam a verdade, recebem cedo ou tarde a mensagem de consolo do plano espiritual, informando sobre o seu comprometimento.

Tudo Isso não impede que o médium rejeite o trabalho, os espíritos superiores sempre deixam a seu cargo a decisão final, o livre arbítrio não pode ser ferido. O empenho da espiritualidade é no sentido de INFORMÁR ao médium de forma bem clara sobre o seu potencial e também o compromisso que o acompanha.

O médium não deve ficar pensando na importância do seu trabalho espiritual ou qual será sua notoriedade, porque muitos serão trabalhadores simples e anônimos que formarão a base para divulgação da mensagem de Jesus seja por todo o planeta.

Poucos aparecerão para o mundo, porém todos são importantes para a obra de Deus. Retiramos uma oportuna mensagem de Emmanuel, escrita por Chico Xavier:

“Há diversidade de dons espirituais, mas a Espiritualidade é a mesma.

Há diversidade de ministérios, mas é o mesmo Senhor que a todos administra.

Há diversidade de operações para o bem; todavia, é a mesma Lei de Deus que tudo opera em todos.

A manifestação espiritual, porém, é distribuída a cada um para o que for útil.

Assim é que a um, pelo espírito, é dada a palavra da sabedoria divina e a outro, pelo mesmo espírito, a palavra da ciência humana.

A outro é confiado o serviço da fé e a outro o dom de curar.

A outro é concedida a produção de fenômenos, a outro a profecia, a outro a faculdade de discernir os Espíritos, a outro a variedade das línguas e ainda a outro a interpretação dessas mesmas línguas.

No entanto, o mesmo poder espiritual realiza todas essas coisas, repartindo os seus recursos particularmente a cada um, como julgue necessário."

Quem analise despreocupadamente o texto acima, decerto julgará estar lendo moderno autor espírita, definindo o problema da mediunidade; contudo, as afirmações que transcrevemos saíram do punho do apóstolo Paulo, há dezenove séculos, e constam no capítulo doze de sua primeira carta aos coríntios.

Como é fácil de ver, a consonância entre o Espiritismo e o Cristianismo ressalta, perfeita, em cada estudo correto que se efetue, compreendendo-se na mensagem de Allan Kardec a chave de elucidações mais amplas dos ensinos de Jesus e dos seus continuadores.

Cada médium é mobilizado na obra do bem, conforme as possibilidades de que dispõe.

Esse orienta, outro esclarece; esse fala, outro escreve; esse ora, outro alivia.

Em mediunidade, portanto, não te dês à preocupação de admirar ou provocar admiração.

Procuremos, acima de tudo, em favor de nós mesmos, o privilégio
de aprender e o lugar de servir."

3.4  Merecimento

Falamos um pouco no item anterior sobre o merecimento.

O merecimento do médium no que se refere ao despertar da sua mediunidade tem relação com:

• Trabalho espiritual realizado na erraticidade (antes de reencarnar) - se o médium enquanto desencarnado conquistou muitas amizades e a muitos auxiliou é bastante lógico que esses irmãos busquem sempre interceder para auxiliar seu querido amigo.

• Desenvolvimento mediúnico em vidas anteriores – se o médium já lidou com a mediunidade em vidas anteriores fica mais fácil o seu aprimoramento. Já para aqueles que a utilizaram para o mal ou a inutilizaram tem maior dificuldades e muitas vezes são perturbados por espíritos sofredores.

• Comprometimento Karmico com espíritos inferiores - nesse caso o médium terá mais dificuldade, pois além de sentir o afloramento da mediunidade ele possui brechas espirituais para contato com espíritos que ele prejudicou no passado.

Inicialmente pode parecer um castigo mas na verdade é uma oportunidade de “pescar” os irmãos que um dia ele afundou na lama das paixões inferiores. O médium nesse caso deve sublimar com todas as suas forças as influências inferiores que receberá e com o tempo acabará vencendo seus opositores, pois ele não estará sozinho.

Vencendo pelo cansaço, seu exemplo acabará levando esses irmãos de volta ao caminho da Luz e ao mesmo tempo saldará sua dívida para com eles.

Ramatís fala sobre esse assunto no livro Mediunismo.

"... O próprio médium é que oferece ensejo para a perturbação ou prsença indesejável no seu trabalho. Algumas vezes a base da mistificação é cármica, e por isso o médium não consegue livrar-se dos adversários pregressos, que o importunam a todo momento, procurando mistificá-lo de qualquer modo e dificultar-lhe a recuperação espiritual na tarefa árdua da mediunidade."

3.5  Obsessores

O contato dos guias e mentores dos médiuns é muito sutil, eles sempre deixam que o seu pupilo escolha o caminho que deve tomar, eles aconselham, tentam encaminhar, intuem irmãos mais sensíveis a chamá-lo para ouvir palestras ou ler um livro, etc... Eles são suaves, até porque não podem ser grosseiros devido o grau de evolução que alcançaram.

A grande maioria dos médiuns fecha seus ouvidos, tampa seus olhos ou se esconde embaixo do cobertor, obstruindo todos os canais disponíveis para o chamado do alto. A conseqüência é o afastamento dos mentores que protegem o médium do contato com os espíritos inferiores e energias mais densas.

Casa desprotegida invasão garantida, os espíritos inferiores que já eram atraídos pelas tendências inferiores agora encontram caminho livre para subjugar e vampirizar o médium.
Os obsessores ADORAM médiuns.

Eles amam médiuns medrosos porque fazem o possível para incutir o medo de entrar em comunicação com o mundo espiritual, mas na verdade o médium acaba entrando em contato com o mundo espiritual, só que através da fascinação criada pelo espírito obsessor.

Eles se divertem com os que fingem que não tem as sensações mediúnicas.

E fazem o possível para envergonhar mais ainda os que têm vergonha de expor a sua sensibilidade.

Os obsessores também sabem que um médium treinado e atuante é um inimigo, porque ajuda muitas pessoas, sejam elas encarnadas ou desencarnadas. Várias vezes são responsáveis pelo enfraquecimento das falanges de espíritos trevosos, porque seu exemplo e fé atuam de forma decisiva nos espíritos que se encontram entediados de praticar o mal.

Por esse motivo as falanges de obsessores perseguem os médiuns e fazem o possível para obsediá-los, buscando afastá-lo de qualquer contato com a oração, centros espíritas ou grupos de estudo.

Mesmo quando o médium busca o aprimoramento mediúnico e o estudo os obsessores continuam próximos, esperando sempre uma brecha, pois sabem que os médiuns são espíritos que podem fraquejar (como qualquer ser humano).

A única forma de proteção para o médium é a elevação de sua vibração, mesmo trabalhando em uma casa espírita ele precisará manter seu coração nas alturas se deseja se isolar do contato espiritual inferior.

Não se enganem achando que os médiuns que trabalham em um centro espírita ou templo de umbanda estão imunizados contra o astral inferior, se eles não estiverem equilibrados serão alvos da obsessão e os mentores não poderão auxiliá-los, porque baixaram demais sua vibração. O médium acaba se tornando surdo ao guia e ligado ao obsessor.

Ramatís fala sobre esse problema no livro Mediunismo, mostrando também como podem os nos imunizar contra os espíritos mistificadores:

"... Não cremos que a vaidade dos médiuns desapareça só porque sejam vítimas da mistificação corretiva. Em geral, quando eles comprovam que foram iludidos pelos desencarnados, sentem-se profundamente feridos no seu amor-próprio e então se revoltam contra a sua própria faculdade mediúnica. E assim, em muitos casos, o médium mistificado e revoltado pela decepção de ter sido humilhado na mistificação, mais rapidamente desiste da tarefa mediúnica que o ajudava a amortizar a dívida cármica, terminando por corresponder exatamente aos propósitos maquiavélicos dos seus perseguidores do Além. Alguns médiuns já abandonaram a prática mediúnica, alegando que foram traídos na sua boa intenção e não receberam o devido adjutório do Alto, o que eles seria justo esperar.

São raros os médiuns que admitem, sem quaisquer susceptibilidade, que dia mais ou dia menos podem ser mistificados, não por culpa dos seus mentores, mas pela imprudência, pelo descaso, vaidade ou interesse utilitarista com que às vezes são dominados, oferecendo ensejos para a infiltração de espíritos levianos, irresponsáveis e malévolos no exercício da sua mediunidade. Os desocupados do Além-Túmulo espreitam astutamente qualquer brecha vulnerável que se faça no caráter do médium ou perturbação no seu trato com a família amiga ou ambiente de trabalho, para assim interferirem durante a queda na freqüência vibratória espiritual e lograrem a mistificação que depois desanima, decepciona ou enfraquece a confiança. A mistificação ainda significa determinada cota de sacrifício na prática mediúnica, assim como acontece em certas profissões humanas, seja a engenharia, a advocacia ou a medicina, em que os seus profissionais, com o decorrer do tempo, vão eliminando gradativamente os equívocos dos primeiros dias...
Muitos médiuns, apesar de bem intencionados, são no entanto vaidosos, ingênuos, ignorantes, fanáticos ou excessivamente personalistas, oferecendo ensejo para os desencarnados perversos os perturbarem no intercâmbio mediúnico....

Qual o meio mais eficiente para o médium livrar-se das mistificações dos desencarnados?

Sem dúvida é a sua conduta moral e integração incondicional aos preceitos sublimes da vida espiritual superior. Se o médium pautar todos os seus atos e subordinar seus pensamentos à diretriz doutrinária do Cristo-Jesus, ele há de se ligar definitivamente às entidades superiores responsáveis pelo desenvolvimento da humanidade terrena... "

Aceitando a Mediunidade

Depois dos primeiros indícios do afloramento da mediunidade os médiuns menos teimosos buscam auxílio com pessoas mais experientes, sejam outros médiuns ou estudiosos do assunto.
MUITO CUIDADO NESSE MOMENTO, todo o trabalho de preparação montado pelos mentores pode desmoronar porque a pessoa que foi falar com o médium é um radical ou alguém que usa o contato com o plano espiritual para obter benefícios próprios.

Depois de aceitar a mediunidade o médium deve ter paciência, embora seja difícil porque muitas vezes está desesperado com as sensações mediúnicas. Contudo, querendo ou não ele deverá esperar, porque o alívio será gradual e o controle somente ocorrerá depois de algum tempo de aprimoramento.

Vamos abordar algumas dúvidas comuns para os que sentem sua mediunidade aflorar de forma descontrolada.

4.1 – Não adianta fugir ou fingir, você sempre terá essas sensações.

Mediunidade é uma aptidão, o médium foi preparado antes de nascer para obter uma sensibilidade que está além do seu estado evolutivo, seu corpo astral e etérico estão preparados para comunicação (de acordo com o tipo de mediunidade) com o mundo espiritual, por isso não adianta achar que “aquela sensação” não acontecerá novamente.

O estudo e aprimoramento são importantes porque o médium passa a entender suas sensações (perde o medo) e também a manter contato com espíritos superiores, que trazem sensações suaves e agradáveis. Falaremos mais sobre esse assunto no item 5.

Alguns médiuns são afastados do trabalho mediúnico quando chegam a idade avançada, já que existe um desgaste físico, principalmente em reuniões de desobsessão. Nesses casos o médium cumpriu seu “mandato” mediúnico, sendo sempre auxiliado por seu mentor.

Allan Kardec fala sobre o assunto no Livro dos Médiuns:

"Para isso, em vez de pôr óbices ao fenômeno, coisa que raramente se consegue e que nem sempre deixa de ser perigosa, o que se tem de fazer é concitar o médium a produzi-los à sua vontade, impondo-se ao Espírito. Por esse meio, chega o médium a sobrepujá-lo e, de um dominador às vezes tirânico, faz um ser submisso e, não raro, dócil. "

4.2 – Não adianta fazer "trabalhos" para "fechar" a mediunidade.

A aptidão do médium é um presente dado por Deus, é uma oportunidade recebida para acelerar sua evolução espiritual e ao mesmo tempo auxiliar os irmãos que sofrem na Terra.
Não é possível que espíritos ajam contra a vontade do Pai, retirando a mediunidade.

Os trabalhos podem isolar temporariamente o médium ou colocar um espírito "de guarda" para que ninguém se aproxime (isso só funciona para espíritos inferiores), contudo, cedo ou tarde o médium sentirá novamente o contato com o mundo espiritual, muitas vezes de forma mais agressiva ou intensa do que tinha anteriormente.

Existem casos em que o médium é muito novo ou por algum motivo excepcional pede que seja temporariamente atenuada sua sensibilidade para que no futuro ela possa desenvolver sua faculdade com segurança e harmonia. Isso pode acontecer, contudo, é raro e é necessário autorização dos espíritos superiores.

Não adianta orar e pedir que isso aconteça devido a problemas egoístas, isso não vai adiantar, embora o médium não lembre, foi ele solicitou a mediunidade.

4.3 – Nunca, vou repetir, NUNCA pague a médiuns que se dizem terapeutas para desenvolver sua mediunidade. Não existe personal espiritual trainer

Escrevo esse tópico com minhas próprias lembranças.

Assim como aconteceu comigo, alguns médiuns ficam desesperados quando a sua mediunidade aflora e morrem de medo de ir ao centro espírita porque acham que quando colocarem o pé nessas casas vão começar a gritar e cantar, perdendo o controle sobre si mesmo.
Isso não é verdade, aliás, muito pelo contrário, como falamos em artigos anteriores uma casa de trabalhos espirituais é protegida por espíritos que não permitem a entrada de quem não é desejado.

Bom, pelo motivo citado acima muitos procuram (como eu fiz) alguém que possa ajudá-lo, e, muitas vezes acabam caindo em "consultórios" de médiuns que chamamos de mercenários ou interesseiros, porque cobram pelos dons espirituais que possuem.

Esses médiuns não são indicados para acompanhar o aprimoramento mediúnico e não devem ser seguidos porque ao seu lado estão falanges de espíritos ainda despreparados para tarefas de tão grande responsabilidade. Alguns podem até ter algum conhecimento espiritual, mas não tem o grau de evolução suficiente para guiar um médium em sua tarefa espiritual, os mentores da Umbanda e de Centros Espíritas se especializam em auxiliar médiuns, além de possuírem um grau de evolução que lhes permite um contato mais puro com o Pai, desprovido de interesses próprios.
Os médiuns interesseiros são subjugados por essas falanges que só ajudam quando existe algum interesse envolvido. Alguns não são maus, contudo, ainda são egoístas e interesseiros.

Volto a dizer, lugar de médium se tratar é no Centro Espírita ou Templo de Umbanda, primeiro participando do tratamento e palestras, depois estudando e finalmente, se assim desejar, iniciando o aprimoramento mediúnico para utilizar sua aptidão em favor do próximo.

4.4 – Terrorismo Espiritual: "Ihhh... É médium... TEM QUE TRABALHAR!!"

Infelizmente muitos médiuns esquecem de como chegaram ao centro que hoje frequentam, é muito humano o esquecimento, a vaidade, o orgulho, a sensação de superioridade.
Por terem encontrado no trabalho espiritual uma fonte de luz acreditam que essa é a solução, se trabalhar espiritualmente o seu problema acaba.

Esquecem que o médium descontrolado que pede ajuda está massacrado pelo mundo espiritual (para ele o astral inferior é o mundo espiritual, ele só conhece o que sente) e o querido amigo médium fala para ele que ele tem que trabalhar....???!!

Tenhamos um pouco de sensibilidade e humildade, uma conversa amiga, um conselho, ouvir o que o irmão precisa falar, é disso que ele precisa.

O médium descontrolado não pode ser obrigado a trabalhar, se o mentor que o acompanha não se faz visível e fala que ele tem que trabalhar então que dirá do médium que o recebe no centro.

Na hora certa ele poderá escolher, porque o trabalho mediúnico tem que ser realizado de corpo e alma, restrições, mudanças, muita força de vontade, coragem, perseverança, etc... Não se pode obrigar ninguém a fazer isso, é uma opção e ela tem que vir de dentro.

Temos a obrigação de aconselhar o estudo, mostrar a importância da freqüência ao centro, falar sobre o Evangelho no Lar, etc.

Existem também alguns que se aproximarão da casa espírita como doadores de energia, sua presença é importantíssima para os trabalhos de cura ou de desobsessão, não é obrigatório que ele se aprimore mediunicamente, seu infinito amor por Jesus é importante para auxiliar nas reuniões.

Cada médium deve trilhar o seu caminho, o mentor estará sempre próximo, fazendo o possível para auxiliar, mas o médium deve fazer as suas escolhas e se responsabilizar por elas, pois caso contrário não terá evoluído.

Muitos querem ser fantoches, mas isso não é a vontade do guia espiritual, seu maior desejo é o crescimento espiritual do pupilo, mesmo que seja mais demorado, difícil e doloroso.

Para aquele que se encontra desesperado com suas sensações mediúnicas peço paciência, confiança e que frequente uma casa para depois de harmonizado escolher o caminho deseja seguir.

 4.5 – O melhor lugar para o médium se tratar é em um Centro Espírita ou Templo de Umbanda

Mesmo que o médium em desequilíbrio não deseje “aprender” a controlar a sua mediunidade, ele deve freqüentar um centro para receber o tratamento espiritual. Serão afastados obsessores, ele receberá algumas instruções sobre o que sente e receberá passes de limpeza e vitalização. Com o decorrer do tratamento ele se sentirá mais tranqüilo e poderá avaliar melhor o que está passando.

A grande maioria dos centros SÉRIOS possuem tratamento espiritual, QUE NUNCA É COBRADO e que NÃO OBRIGA ninguém a se tornar médium. O paciente pode freqüentar a casa durante o tempo que desejar, sem ter nenhuma obrigação de se tornar médium, qualquer casa que fale o contrário não deve ser freqüentada, pois ninguém pode obrigar um médium a trabalhar.

As seguintes opções devem ser descartadas para tratamento e aprimoramento do médium em desequilíbrio:

 • "Terapeutas Espirituais" que cobram pelo serviço.

• Aprimoramento mediúnico com um amigo médium ou amigo do amigo que conhece.

É muito importante que o médium freqüente uma casa espírita, mesmo que opte por não fazer parte do corpo mediúnico. Sua hipersensibilidade precisa de ambientes que o acalmem e que possibilitem o contato com energias superiores.

O contato com a natureza, banho de mar, cachoeiras, lugares silenciosos e arejados são de grande importância para manutenção do padrão vibratório do médium.

5. Desenvolvimento ou Aprimoramento da Mediunidade

"Como pode um homem aperfeiçoar-se mediante o ensino dos Espíritos,
quando não tem, nem por si mesmo, nem com o auxílio de outros médiuns, os meios de receber de modo direto esse ensinamento?

Não tem ele os livros, como tem o cristão o Evangelho? Para praticar a moral
de Jesus, não é preciso que o cristão tenha ouvido as palavras ao lhe saírem da boca."

                                                                              Allan Kardec – Livro dos Espíritos

Esse tópico é muito importante!!!

A palavra aprimoramento é a mais indicada para expressar o esforço que o médium realizará para aprender a controlar a sua hipersensibilidade. Seria uma forma natural de entender como controlar essa faculdade. Allan Kardec fala sobre isso no Livro dos Médiuns:

"O que há a fazer-se, quando uma faculdade dessa natureza se desenvolve espontaneamente num indivíduo, é deixar que o fenômeno siga o seu curso natural: a Natureza é mais prudente do que os homens. Acresce que a Providência tem seus desígnios e aos maiores destes pode servir de instrumento a mais pequenina das criaturas"

A palavra desenvolvimento deixa no "ar" uma idéia de que mediunidade é igual a aprender um esporte, basta pegar uma raquete e bolas, treinar e partir para o jogo, mas na verdade as coisas não são assim, na mediunidade não se brinca e somente aqueles que nasceram com a mediunidade aflorada devem trabalhá-la.

Não é aconselhado o desenvolvimento de nenhuma faculdade mediúnica. Em um centro espírita SÉRIO as reuniões de aferimento mediúnico buscam o controle e equilíbrio da(s) faculdade(s) latentes no médium.

Desencorajamos qualquer forma, prática ou ato que busque o desenvolvimento prematuro das faculdades mediúnicas, as conseqüências desses atos podem ser muito sérias, podendo levar até a loucura. Conheci uma pessoa que passou por isso e até onde sei não conseguiu se recuperar. Allan Kardec foi muito claro sobre isso no Livro dos Médiuns quando falou sobre a clarividência:

"A faculdade de ver os Espíritos pode, sem dúvida, desenvolver-se, mas é uma das de que convém esperar o desenvolvimento natural, sem o provocar, em não se querendo ser joguete da própria imaginação. Quando o gérmen de uma faculdade existe, ela se manifesta de si mesma. Em princípio, devemos contentar-nos com as que Deus nos outorgou, sem procurarmos o impossível, por isso que, pretendendo ter muito, corremos o risco de perder o que possuímos."

O aprimoramento mediúnico nunca deve ocorrer enquanto o médium está desequilibrado, ele deve passar pelas seguintes etapas:

• Tratamento espiritual, para se harmonizar, recebendo passes e bebendo água fluidificada. A maior parte dos obsessores são afastados no tratamento.

• Assistir durante algum tempo as palestras públicas.

• Buscar livros que ajudem a formar a base de conhecimento necessária para o início do desenvolvimento mediúnico, sem essa formação o médium pode ser facilmente fascinado ou deixar que sua vaidade e orgulho o dominem. Indicamos a leitura dos seguintes livros : Livro dos Espíritos, série de André Luiz psicografados por Chico Xavier, Evangelho Segundo o Espiritismo, Violetas na Janela.

Quando o médium se sentir preparado deve ingressar no grupo de aprendizes, o nome aprendiz é utilizado somente para facilitar a diferenciação entre os médiuns experientes e aqueles que estão iniciando o aprimoramento.

O aprimoramento mediúnico deve ser composto por estudos e práticas, no estudo o médium deve se aprofundar nos conhecimentos espirituais, lendo obras que o auxiliem na compreensão das suas sensações e que evitem que ele seja mistificado por espíritos obsessores.
O livro dos médiuns é obra obrigatória para preparação do médium. Temas como perispírito (corpo astral e mental), duplo etérico, chakras, obsessão, passes magnéticos e espirituais, etc devem ser estudados.

Nos exercícios práticos o médium é levado a harmonização interior para elevar sua vibração e sentir a aproximação do mentor, que buscará o contado espiritual de acordo com a aptidão do médium, seja pela visão (clarividência), fala (psicofonia), escrita (psicografia), ouvido (clariaudiência), ...

Como falei acima, no aprimoramento o médium é levado a SOZINHO buscar o equilíbrio e SOZINHO sentir e reconhecer a proximidade do seu mentor. Aqui digo sozinho porque em alguns lugares as pessoas realizam passes nos chakras (pontos chaves para comunicação com os planos superiores) para aumentar a sensibilidade. Na minha opinião, que também é seguida pela casa que freqüento, isso não deve ser feito.

O médium deve buscar o afinamento mediúnico para que reconheça a proximidade do seu mentor e também para criar a confiança necessária para executar a sua tarefa.

De forma alguma, em qualquer hipótese, em circunstância nenhuma o médium em aprimoramento mediúnico deve realizar exercícios fora do centro, somente exercícios de harmonização QUE SEJAM INDICADOS pelos responsáveis pela reunião devem ser realizados em casa.

O Lar não é o lugar indicado para aprimoramento mediúnico, mesmo para aqueles que acham que sua casa é o "lugar ideal", o ambiente familiar está sempre sujeito a desavenças, discussões irritações, etc, e por isso não deve ser utilizado, já que não possui a mesma proteção e amparo que um centro. Se insistirem nesse erro, provavelmente abrirão brechas para o contato com espíritos inferiores.

Para se ter idéia do perigo dessas práticas, até para os médiuns mais experientes não é indicado o contato mediúnico no lar, salvo em casos específicos, onde o mentor procura o médium e esse por ter desenvolvido sua sensibilidade reconhece-o e tem confiança no que está sentindo.
É comum chegarem médiuns nas palestras públicas falando que Precisam Trabalhar, geralmente alguém falou para eles que se trabalharem passarão a se sentir melhor, criando toda essa expectativa e ansiedade.

A maior parte dos "médiuns apressados" não aceita a idéia de primeiro passar pelo tratamento, estudar, se aprimorar e depois de preparado iniciar seu trabalho. Seja por vaidade, orgulho ou teimosia eles acham que já estão prontos. A mediunidade deles pode até estar pronta, a flor da pele, mas eles não se encontram preparados para dominá-la.

Nenhum centro sério aceita médium sem preparo porque eles sabem que terão mais trabalho do que benefícios, prejudicarão mais pacientes do que auxiliarão e serão o ponto fraco para o ataque dos espíritos inferiores.

Alguns raros irmãos realizam trabalhos em casa, a grande maioria é de psicografia e somente com autorização da espiritualidade superior isso é possível, porque espíritos terão que proteger e limpar o ambiente. Na verdade é um caso a parte, e deve ser tratado com muita cautela devido aos perigos que o médium se expõe.

Se desejar fazer uma reunião em casa realize o Evangelho no Lar, com certeza os espíritos amigos estarão presentes e você e sua família serão beneficiados.

5.1  No centro espírita ou Templo de Umbanda

Ao contrário do que os médiuns desequilibrados acham, o aprimoramento mediúnico abranda e às vezes cessa as sensações incômodas da mediunidade, transformando-as em contatos suaves e agradáveis, muitas vezes imperceptíveis. Vamos explicar...

O despertamento muitas vezes acontece com o médium obsediado e/ou em um estado emocional descontrolado, por isso as sensações são muito intensas e de baixo teor vibratório, gerando incômodo e algumas vezes descontrole.

O contato com uma casa espírita afasta, aos poucos, os obsessores que entravam em contato de forma "agressiva", e no seu lugar entram o(s) mentor(es), que primeiramente harmonizam seu pupilo para depois se aproximarem e entrarem em contato.

Também é comum o médium desenvolver durante o tratamento um tipo de mediunidade que não aflorou inicialmente, isso pode acontecer.

O mais importante é que o contato com o mentor é suave e agradável, inspirativo e tranqüilizante, é um bálsamo porque ele derrama com muito amor suas vibrações amorosas, bem diferente do obsessor, que buscava vampirizar e derramava suas energias degradantes na aura do médium.

Em um centro existem pessoas preparadas para auxiliar os médiuns e equipes espirituais experimentadas no assunto, por isso, por mais demorado que aparente, o centro é o meio mais seguro e tranqüilo de aprimorar a mediunidade.

Allan Kardec nos alerta sobre isso no Livro dos Médiuns:

"Algumas pessoas, na impaciência de verem desenvolver-se em si as faculdades mediúnicas, desenvolvimento que consideram muito demorado, se lembram de buscar o auxílio de um Espírito qualquer, ainda que mau, contando despedi-lo logo. Muitas hão tido plenamente satisfeitos seus desejos e escrito imediatamente. Porém, o Espírito, pouco se incomodando com o ter sido chamado na pior das hipóteses, menos dócil se mostrou em ir-se do que em vir. Diversas conhecemos, que foram punidas da presunção de se julgarem bastante fortes para afastá-los quando o quisessem, por anos de obsessões de toda espécie, pelas mais ridículas mistificações, por uma fascinação tenaz e, até, por desgraças materiais e pelas mais cruéis decepções. O Espírito se mostrou, a princípio, abertamente mau, depois hipócrita, a fim de fazer crer na sua conversão, ou no pretendido poder do seu subjugado, para repeli-lo à vontade."

5.2  Os Vícios

Para o médium trabalhar com as energias sutis do mundo espiritual ele deve largar os vícios que abaixam sua vibração e perturbam o seu equilíbrio físico e espiritual.

Entre os principais que podemos citar estão o álcool, fumo, sexo desregrado, drogas e quaisquer tipos de compulsão.

André Luiz nos fala sobre a importância da renovação e força de vontade para o médium no livro Nos Domínios da Mediunidade:

"Médiuns repontam em toda parte, entretanto, raros já se desvencilharam do passado sombrio para servir no presente à causa comum da Humanidade, sem os enigmas do caminho que lhes é particular. E como ninguém avança para diante, com a serenidade possível, sem pagar os tributos que deve à retaguarda, saibamos tolerar e ajudar, edificando com o bem..."

Se o médium insistir em trabalhar quando está desequilibrado então ele prejudicará a casa que freqüenta e também as pessoas que ele tenta ajudar, vamos pensar em alguns casos:

• Médiuns Passistas doarão energias negativas e de baixo padrão, prejudicando o paciente. Em alguns casos ele pode até absorver energias positivas do paciente.

• Médiuns de Caridade – Reunião de Desobsessão – Ao se tornarem escravos dos vícios também se tornam escravos dos obsessores e criam uma brecha no trabalho espiritual. Muitas vezes se ligam a espíritos durante a sessão e não conseguem se desvencilhar, gerando trabalho e preocupação para o dirigente da reunião.

• Médiuns que trabalham no atendimento ou em passes. Existem casos de médiuns extremamente desequilibrados na parte sexual que aproveitam a fragilidade dos pacientes para obter algum benefício próprio. Geralmente estão sendo assediados por obsessores que tudo fazem para afastá-lo do centro, além de comprometer o trabalho da casa de caridade.

5.3  Paciência, Perseverança, Instrução e Humildade

Muitos médiuns ficam extremamente ansiosos ao aceitarem a sua faculdade, iludem-se achando que serão uma janela aberta para as mais lindas mensagens do céu e que tudo acontecerá como que por encanto.

A vida real é mais dura e difícil, o médium terá que estudar e aprender a lidar com o seu tipo de mediunidade, terá que arregaçar as mangas e passar a vida estudando e se aprimorando.
Retirei trechos do Livro dos Médiuns que mostram a necessidade de estudo, paciência e perseverança:

"...O desejo natural de todo aspirante a médium é o de poder confabular com os Espíritos das pessoas que lhe são caras; deve, porém, moderara sua impaciência, porquanto a comunicação com determinado Espírito apresenta muitas vezes dificuldades materiais que a tornam impossível ao principiante. Para que um Espírito possa comunicar-se, preciso é que haja entre ele e o médium relações fluídicas, que nem sempre se estabelecem instantaneamente. Só à medida que a faculdade se desenvolve, é que o médium adquire pouco a pouco a aptidão necessária para pôr-se em comunicação com o Espírito que se apresente. Pode dar-se, pois, que aquele com quem o médium deseje comunicar-se, não esteja em condições propícias a fazê-lo, embora se ache presente, como também pode acontecer que não tenha possibilidade, nem permissão para acudir ao chamado que lhe é dirigido. Convém, por isso, que no começo ninguém se obstine em chamar determinado Espírito, com exclusão de qualquer outro, pois amiúde sucede não ser com esse que as relações fluídicas se estabelecem mais facilmente, por maior que seja a simpatia que lhe vote o encarnado. Antes, pois, de pensar em obter comunicações de tal ou tal Espírito, importa que o aspirante leve a efeito o desenvolvimento da sua faculdade, para o que deve fazer um apelo geral e dirigir-se principalmente ao seu anjo guardião.

Suponhamos agora que a faculdade mediúnica esteja completamente desenvolvida; que o médium escreva com facilidade; que seja, em suma, o que se chama um médium feito. Grande erro de sua parte fora crer-se dispensado de qualquer instrução mais, porquanto apenas terá vencido uma resistência material. Do ponto a que chegou é que começam as verdadeiras dificuldades, é que ele mais do que nunca precisa dos conselhos da prudência e da experiência, se não quiser cair nas mil armadilhas que lhe vão ser preparadas. Se pretender muito cedo voar com suas próprias asas, não tardará em ser vítima de Espíritos mentirosos, que não se descuidarão de lhe explorar a presunção.

A facilidade de execução é uma questão de hábito e que muitas vezes se adquire em pouco tempo, enquanto que a experiência resulta de um estudo sério de todas as dificuldades que se apresentam na prática do Espiritismo. A experiência dá ao médium o tato necessário para apreciar a natureza dos Espíritos que se manifestam, para lhes apreciar as qualidades boas ou más, pelos mais minuciosos sinais, para distinguir o embuste dos Espíritos zombeteiros, que se acobertam com as aparências da verdade. Facilmente se compreende a importância desta qualidade, sem a qual todas as Outras ficam destituídas de real utilidade. O mal é que muitos médiuns confundem a experiência, fruto do estudo, com a aptidão, produto da organização física. Julgam-se mestres, porque escrevem com facilidade; repelem todos os conselhos e se tomam presas de Espíritos mentirosos e hipócritas, que os captam, lisonjeando-lhes o orgulho.

As reuniões de estudo são, além disso, de imensa utilidade para os médiuns
de manifestações inteligentes, para aqueles, sobretudo, que seriamente desejam aperfeiçoar-se e que a elas não comparecerem dominados por tola presunção de infalibilidade. Constituem um dos grandes tropeços da mediunidade, como já tivemos ocasião de dizer, a obsessão e a fascinação. Eles, pois, podem iludir-se de muito boa-fé, com relação ao mérito do que alcançam e facilmente se concebe que os Espíritos enganadores têm o caminho aberto, quando apenas lidam com um cego. Por essa razão é que afastam o seu médium de toda fiscalização; que chegam mesmo, se for preciso, a fazê-lo tomar aversão a quem quer que o possa esclarecer. Graças ao insulamento e à fascinação, conseguem sem dificuldade levá-lo a aceitar tudo o que eles queiram.

5.4  Aptidões Mediúnicas

Deixo nas palavras de Allan Kardec o aviso para os médiuns:

"Todas estas variedades de médiuns apresentam uma infinidade de graus em
sua intensidade. Muitas há que, a bem dizer, apenas constituem matizes, mas que, nem por isso, deixam de ser efeito de aptidões especiais. Concebe-se que há de ser muito raro esteja a faculdade de um médium rigorosamente circunscrita a um só gênero. Um médium pode, sem dúvida, ter muitas aptidões, havendo, porém, sempre uma dominante. Ao cultivo dessa é que, se for útil, deve ele aplicar-se. Em erro grave incorre quem queira forçar de todo modo o desenvolvimento de uma faculdade que não possua.
Deve a pessoa cultivar todas aquelas de que reconheça possuir os gérmens. Procurar ter as outras é, acima de tudo, perder tempo e, em segundo lugar, perder talvez, enfraquecer com certeza, as de que seja dotado.

Quando existe o princípio, o gérmen de uma faculdade, esta se manifesta
sempre por sinais inequívocos. Limitando-se à sua especialidade, pode o médium tornar-se excelente e obter grandes e belas coisas; ocupando-se de todo, nada de bom obterá.
Notai, de passagem, que o desejo de ampliar indefinidamente o âmbito de suas
faculdades é uma pretensão orgulhosa, que os Espíritos nunca deixam impune. Os bons abandonam o presunçoso, que se torna então joguete dos mentirosos. Infelizmente, não é raro verem-se médiuns que, não contentes com os dons que receberam, aspiram, por amor-próprio, ou ambição, a possuir faculdades excepcionais, capazes de os tornarem notados. Essa pretensão lhes tira a qualidade mais preciosa: a de médiuns seguros. - (SÓCRATES.) “

5.5  Confiança

"... preocupar com o saber se esse pensamento promana do seu Espírito ou de uma fonte diversa: a experiência lhe ensinará a distinguir.

Aliás, é freqüente acontecer que o movimento mecânico se desenvolva ulteriormente.

Dissemos acima haver casos em que é indiferente saber o médium se o pensamento vem de si próprio, ou de outro Espírito. Isso ocorre quando, sendo ele puramente intuitivo ou inspirado, executa por si mesmo um trabalho de imaginação.

Pouco importa atribua a si próprio um pensamento que lhe foi sugerido; se lhe acodem boas idéias, agradeça ao seu bom gênio, que não deixará de lhe sugerir outros. Tal é a inspiração dos poetas, dos filósofos e dos sábios."

                                                             Allan Kardec - Livro dos Médiuns

A confiança é importantíssima para o sucesso do contato espiritual, será uma das conquistas mais importantes do médium e somente será adquirida com muito esforço, discernimento e vontade.

Trecno retirado do livro Nos Domínios da Mediunidade, de Chico Xavier:

"Não será, porém, tão fácil estabelecer a diferença entre a criação mental que nos pertence daquela que se nos incorpora à cabeça... - ponderou meu colega intrigado.

- Sua afirmativa carece de base - exclamou o Assistente. — Qualquer pessoa que saiba manejar a própria atenção observará a mudança, de vez que o nosso pensamento vibra em certo grau de freqüência, a concretizar-se em nossa maneira especial de expressão, no círculo dos hábitos e dos pontos de vista, dos modos e do estilo que nos são peculiares."

5.6  Desenvolvimento Mediúnico Forçado

Em alguns centros, principalmente de Quimbanda e Candomblé, o desenvolvimento dos médiuns é forçado, ou seja, ele realiza rituais, recebe passes magnéticos nos seus chakras, raspa a cabeça, faz juramentos, etc..

Muito cuidado com essas práticas porque elas firmam o vínculo com espíritos que, na maior parte das vezes, não são mentores, e em sua maioria ainda vivem apegados ao mundo material.

Eles ainda não tem condições de realizar a preparação espiritual de um médium. Na maior parte das vezes o seu contato mediúnico é interesseiro.

Os falsos mentores que se vinculam aos médiuns desprevenidos são egoístas, interesseiros e orgulhosos, e como a maior parte dos encarnados ainda não atingiram o padrão evolutivo dos espíritos superiores.

Os mentores responsáveis pela ajuda aos médiuns estão ligados em uma cadeia ascendente de espíritos cada vez mais puros, e deles recebem intuições, sugestões e permissões para intervir ou não nos problemas dos encarnados. É por esse motivo que os mentores só realizam o bem, porque eles estão sempre conectados com a vontade de nosso Pai.

Depois que o médium se vincula a um "falso mentor" fica MUITO complicado se desligar desse espírito, já que por sua opção ele entrou em contato e usufruiu "favores" desse espírito. É importante entender favores, porque para os espíritos inferiores se você solicita alguma informação ou ajuda então você pede um favor e fica em dívida com esse espírito (muito humana essa forma de pensar).

Em contrapartida, quando você solicita a ajuda de um espírito superior ele faz o que lhe for permitido sem o menor interesse de retribuição.

Isso nos faz pensar a diferença de abordagem: espíritos superiores nunca fazem promessas de resolver problemas ou se comprometem com as preocupações mesquinhas dos encarnados, eles sempre pregam a necessidade de melhora interior e informam que farão o possível para auxiliar, mas ele só fará o que Deus permitir.

O falso mentor se torna um obsessor implacável quando o médium deseja se desligar de sua influência. São casos muito complicados de Possessão, ou, como Allan Kardec designa, Subjugação. Para maiores informações sobre esse assunto consulte a série de artigos que escrevi sobre Obsessão.

Abaixo copio uma mensagem que se aplica perfeitamente a esse tema:

"Meus irmãos de fé, o médium não é um ser infalível, não é um astro, uma estrela de cinema, muito pelo contrário, erram aqueles que acham que ser médium é ser o centro das atenções.
Muitos médiuns se tornam públicos e famosos, mas isso também é uma prova. Lidar com a fama é uma prova como a riqueza, o poder, etc.

Para Deus não importa se um médium cura 1.000 pacientes ou se ora por 10.000 pessoas, o amor que ele canaliza no seu ato o torna receptor das energias do alto.

Busque realizar a tarefa que lhe foi indicada com o maior amor possível.

Se for recepcionista, busque atender os sofridos que chegam, Jesus sabia como ninguém aconchegar os sofredores que lhe procuravam.

Se atua na organização dos grupos faça com amor porque o Mestre conhecia seus irmãos de caminhada como ninguém.

Se és responsável pela tesouraria esforça-te porque depende de ti a continuidade do trabalho.

E olha para o céu e busca o teu Pai, porque muitos que se encontram em posições inferiores e hoje obedecem, na vida além-túmulo se tornam grandes, vivendo no verdadeiro reino dos céus.

O amor pelo ato de ajuda ao próximo é que importa a Deus, a recompensa está nas vibrações superiores que o seguidor do Cristo recolhe como pagamento.

Seu júbilo não pode ser falado, só sentido.

A vaidade e o orgulho na posição ocupada é o pagamento do que busca somente poder ou dominação enquanto ajuda o próximo.

Faça sua parte e cresça porque Deus é misericórdia, compaixão e amor."

Para os espíritos mistificadores e encarnados aproveitadores é interessante que o médium que eles desejam explorar não se instrua e aprimore. Assim se torna fácil mistificá-lo e subjugá-lo. Tome cuidado com lugares que não preparam o corpo mediúnico e que não fazem continuamente um trabalho aprimoramento do seu grupo de médiuns.

6. O Mentor ou Guia Espiritual

Diferente do que muitos pensam o Mentor ou Guia Espiritual é, na maior parte das vezes, um espírito ainda em evolução, ou seja, imperfeito, mas que já alcançou um grau de pureza maior que seu pupilo, sendo por isso capaz de auxiliá-lo no caminho espiritual da atual encarnação. Isso não desmerece o seu trabalho, muito pelo contrário, já que deixa de utilizar se tempo livre para a própria evolução e o dedica a outro espírito.

6.1 - Mentores e Mestres

Um mentor não é igual a um Mestre, os Mestres não precisam mais encarnar, são perfeitos e possuem um grau de evolução muito superior aos mentores.

Alguns médiuns podem entrar em contato com os Mestres, que estão sempre dispostos a ajudar, bastando para isso elevar sua vibração. Esse contato é realizado, na maior parte das vezes, no plano mental, porque é muito sacrificante para um Mestre aparecer em corpo astral. Os médiuns não devem ficar preocupados ou com a mente fixa em entrar em contato com os Mestres, se um dia isso for permitido então acontecerá.

6.2 - O Mentor e Anjo da Guarda

O mentor também não é o mesmo que anjo da guarda, embora, não haja indícios que isso não possa acontecer, são papéis diferentes que um ou mais espíritos exercem durante a encarnação de um médium.

Todos possuem um espírito protetor, mesmo os que não são médiuns, até os sete anos de idade ele fica muito perto do seu tutelado, auxiliando na ambientação com o novo plano de vida e afastando (de acordo com os méritos do espírito reencarnante) os espíritos obsessores e adversários de vidas pregressas.

Foram muitas vezes pais, mães, amigos muito próximos que se predispõe a olhar de muito perto o espírito encarnado, aconselhando, fazendo o possível para auxiliar nos momentos difíceis e tentando afastar os espíritos obsessores que se aproximam. Contudo, é importante lembrar que a influência que esses abnegados irmãos podem exercer está diretamente ligada ao tipo de vida e esforço pessoal que o espírito realiza para se purificar, eles nada podem fazer por aqueles que fecham os ouvidos aos seus conselhos.

6.3 - A Tarefa do Mentor

O mentor é um espírito que se comprometeu com o trabalho espiritual do médium, dedicando parte do seu tempo para preparar o médium para sua tarefa, trabalhar ao seu lado e fazer o possível para protegê-lo do contato com as energias degradantes do astral inferior. Abaixo segue um trecho do livro Missionários da Luz – Chico Xavier, que fala um pouco sobre a tarefa dos mentores:

"Este irmão não é um simples aparelho. É um Espírito que deve ser tão livre quanto o nosso e que, a fim de se prestar ao intercâmbio desejado, precisa renunciar a si mesmo, com abnegação e humildade, primeiros fatores na obtenção de acesso à permuta com as regiões mais elevadas. Necessita calar, para que outros falem; dar de si próprio, para que outros recebam. Em suma, deve servir de ponte, onde se encontrem interesses diferentes. Sem essa compreensão consciente do espírito de serviço, não poderia atender aos propósitos edificantes. Naturalmente, ele é responsável pela manutenção dos recursos interiores, tais como a tolerância, a humildade, a disposição fraterna, a paciência e o amor cristão; todavia, precisamos cooperar no sentido de manter-lhe os estímulos de natureza exterior, porque se o companheiro não tem pão, nem paz relativa, se lhe falta assistência nas aquisições mais simples, não poderemos exigir-lhe a colaboração, redundante em sacrifício. Nossas responsabilidades, portanto, estão conjugadas nos mínimos detalhes da tarefa a cumprir.

Observe. Estamos diante do psicógrafo comum. Antes do trabalho a que se submete, neste momento, nossos auxiliares já lhe prepararam as possibilidades para que não se lhe perturbe a saúde física. A transmissão da mensagem não será simplesmente <tomar a mão>. Há processos intrincados, complexos."

O mentor e seu pupilo se comprometem com o trabalho espiritual antes da encarnação do médium e, diferente do que muitos acham, o médium não é obrigado a receber sua aptidão, ele que a solicita para saldar débitos contraídos em vidas anteriores e acelerar a sua evolução espiritual. O trecho abaixo, retirado do livro Missionários da Luz, fala sobre os compromissos assumidos entre médium e mentor:

"Assinalando a perfeita comunhão entre o mentor e a tutelada, indaguei por minha vez se uma associação daquela ordem não estaria vinculada a compromissos assumidos pelos médiuns, antes da reencarnação, ao que Áulus respondeu, prestimoso:

- Ah! sim, semelhantes serviços não se efetuam sem programa. O acaso é uma palavra inventada pelos homens para disfarçar o menor esforço. Gabriel e Ambrosina planejaram a experiência atual, muito antes que ela se envolvesse nos densos fluidos da vida física."

Podemos ter o envolvimento de outros espíritos (mentores, instrutores, auxiliares, médicos, etc) na tarefa executada pelo médium, tudo depende da sua missão, do objetivo que a espiritualidade maior traçou para sua atual encarnação..
Existem casos em que mais de um mentor está ligado ao médium, embora todos façam parte da mesma equipe e exista uma hierarquia, onde o chefe é o espírito mais puro e experiente.

O mentor então dedica parte do seu tempo para desde pequeno preparar o seu pupilo para o trabalho mediúnico. Não é incomum o médium lembrar vagamente de alguns ensinamentos recebidos durante o sono, mesmo quando criança.

6.4 - Aproximação e Afastamento do Mentor

Conforme o médium vai se aproximando da idade chave para início da sua tarefa espiritual o mentor atua de forma mais intensa, buscando levar o seu tutelado para uma casa onde ele possa receber os ensinamentos que serão à base de seu trabalho.

Como falamos em um tópico anterior o chamado do mentor é suave, se o médium se recusa a iniciar sua tarefa então ele se afasta para retornar no caso do médium desejar sinceramente iniciar seu trabalho espiritual. Sob o ponto de vista espiritual podemos traduzir isso como um afastamento vibratório, ou seja, o médium não consegue sintonizar na faixa vibratória do mentor, isso acontece pelo tipo de vida física, emocional e mental que ele leva.

O mentor então não tem outra opção além de se afastar para se aproximarem os que se afinizam com o grau vibratório do médium, os obsessores.

O afastamento do mentor por “quebra” de compromisso por parte do médium abre a janela que ele possui para o mundo espiritual, deixando-a desguarnecida, o caminho fica livre para a obsessão e vampirismo de espíritos do astral inferior. Copio abaixo um trecho do livro Dr. Fritz, o Médico e sua Missão:

"Por que muitas vezes os mentores se afastam?
Os mentores não se afastam. Os médiuns é que se afastam do trabalho, geralmente por conveniências materiais, ambição, vaidade, irresponsabilidade e acomodação. Muitos são até aliciados pelas futilidades do plano físico, falta de vontade e preguiça de estudar."

Narci Castro também fala sobre o afastamento dos mentores no livro Mediunidade e Médiuns:

"Porque o responsável pela abertura prematura do chakra - o mentor do médium ou seja, seu espírito protetor – se coloca como guardião do mesmo , impedindo que energias hostis o perturbem. Daí a necessidade imperiosa do médium não deixar de cumprir seu compromisso de se tornar intermediário para minorar o sofrimento dos que padecem sobre o efeito de obsessões. Pode-se entender, então, o sofrimento vivenciado pelo médium antes de começar sua tarefa mediúnica quando ele não responde prontamente ao chamado para tal. São muitos os casos, de nosso conhecimento, de severas perturbações, vivenciadas pelo médium, que podem provocar a sua passagem por tratamentos psiquiátricos."

Se o médium não procurar ajuda, a obsessão e vampirismo acabarão se tornando possessão, ficando cada vez mais difícil afastar o(s) obsessor(es).

O mentor acompanha o médium mais de perto, contudo, dependendo do trabalho que será exercido, outros espíritos podem fazer parte do grupo que o auxilia. Se um médium se vincula a um centro espírita ou templo de umbanda ele também recebe a proteção e auxílio da equipe espiritual da casa.

6.5 - Substituição do Mentor

O Mentor pode ser substituído durante o trabalho do médium, por vários motivos, entre eles podemos citar:

•  Necessidade do mentor encarnar.

•  O Mentor receberá uma nova incumbência espiritual e suas responsabilidades não permitirão o apoio necessário ao médium.

•  O Médium pode receber novas responsabilidades espirituais, como por exemplo se tornar responsável pelo centro.

• O Médium desperdiça as várias oportunidades de seguir o caminho espiritual, nesse caso o mentor pode receber novas responsabilidades e o médium recebe um novo mentor, que nesse caso se chama Obsessor.

6.6 - Umbanda

Na umbanda é muito comum o médium possuir vários guias, sejam eles caboclos, pretos velhos, crianças, exus, indianos, etc. Geralmente o espírito que se manifesta é o mais adequado para o tipo de trabalho realizado. O médium da Umbanda treinado incorpora (psicofonia) qualquer um dos seus guias.

Os médiuns da Umbanda tem um profundo respeito e amor pelos seus guias e os cantos que realizam são formas de “firmar” sua ligação, é uma forma de "puxar" o guia. Todo o trabalho realizado com as energias da natureza pelos pretos velhos e caboclos é muito bonito e pode ser sentido pelas pessoas mais sensíveis. É importante lembrar mais uma vez que na Umbanda não existe morte de animais, somente plantas são utilizadas.


6.7 - Cuidados com a Idolatria

Todo médium deve saber a diferença entre respeito e carinho da idolatria, o mentor é um espírito ainda em evolução, não alcançou a perfeita ligação com Deus, como os Anjos e Mestres, por isso todo ensinamento, intuição, informação, etc, que o médium ache que foi passada pelo mentor deve sempre passar pelo crivo de sua razão, pois o responsável pelo ato é o médium.

Allan Kardec fala sobre isso diversas vezes no Livro dos Médiuns, ressaltando sempre a importância de analisar o conteúdo das informações passadas e escutar opiniões de outros médiuns, assumindo sempre uma posição de humildade, assim ele evitará a fascinação que pode ser exercida por espíritos obsessores.

Mesmo médiuns experientes podem ser vítimas da fascinação, por isso devem estar sempre alertas, assumindo uma postura de humildade.

6.3 - Encontrando o Lugar para Frequentar

Fechando esse tópico falamos sobre um assunto que preocupa alguns médiuns - a casa que deve freqüentar.

Existem médiuns que não têm perfeita sintonia com local onde se encontram, diferente do que muitos acham isso não é problema da casa ou do médium, muitas vezes aquele não é o lugar do médium e essa sensação (em alguns casos) é um aconselhamento para buscar um novo local.

Cuidado para não generalizar essa informação, somente depois de algum tempo freqüentando um centro você consegue ter uma idéia se aquele é o seu lugar. O médium não deve deixar o centro por pequenas discussões ou porque pequenas coisas o desagradam, lembre-se que nenhum local será perfeito.

Alguns médiuns se perguntam... Mas e o mentor?? Vou perder o mentor??

O mentor (o verdadeiro) pode ir a qualquer casa ou templo, somente espíritos inferiores são barrados em centros sérios.

Mesmo em tipos de reuniões que o médium freqüenta com desaprovação do mentor (geralmente onde o intercambio mediúnico tem interesses inferiores ou egoístas) ele pode estar presente, contudo, nessas reuniões ele não se manifestará, somente em situações extremas.

O caboclo pode se expressar em um centro espírita e o doutor se apresentar em um templo de Umbanda, isso é permitido e já foi relatado em alguns livros (Tambores de Angola explora esse assunto com bastante profundidade).

O médium deve freqüentar a casa que o agrade, se ele gosta dos cantos da Umbanda, das energias da Natureza, dos tipos de trabalho realizado nos templos então que siga esse caminho, os centros espíritas já trabalham de outra forma, existe espaço para todos. Atualmente existem centros, como o que freqüento, onde os caboclos e os pretos velhos auxiliam nas reuniões de desobsessão e em vários trabalhos, contudo, a forma de trabalhar é parecida com a do centro espírita.

Existe uma grande diversidade de casas espiritualistas, não estar harmonizado com a casa que frequenta não é desculpa para parar com o estudo e trabalho espiritual.

7. O Trabalho do Médium

Aqueles que não conhecem o funcionamento de um centro acreditam que todos os médiuns TÊM que se ligar aos espíritos para falar (psicofonia ou incorporação), escrever (psicografia), etc, contudo, isso é uma visão errada, pois nem todos os médiuns trabalham dessa forma. Alguns atendem na recepção de novos visitantes, outros auxiliam na administração interna, há os que trabalham na evangelização de crianças, existem inúmeras funções que não exigem a manifestação ostensiva da faculdade mediúnica e que nem por isso deixam de ser importantes.

Falaremos agora um pouco mais sobre o trabalho dos médiuns que utilizam sua faculdade em favor do próximo.

A importância da mediunidade foi definida de forma clara por Allan Kardec no Livro dos Médiuns:

"Com que fim a Providência outorgou de maneira especial, a certos indivíduos, o dom da mediunidade?
É uma missão de que se incumbiram e cujo desempenho os faz ditosos. São os intérpretes dos Espíritos com os homens.

13ª Entretanto, médiuns há que manifestam repugnância ao uso de suas
faculdades.
São médiuns imperfeitos; desconhecem o valor da graça que lhes é concedida.

14ª Se é uma missão, como se explica que não constitua privilégio dos homens de bem e que semelhante faculdade seja concedida a pessoas que nenhuma estima merecem e que dela podem abusar?
A faculdade lhes é concedida, porque precisam dela para se melhorarem, para ficarem em condições de receber bons ensinamentos. Se não aproveitam da concessão, sofrerão as conseqüências. Jesus não pregava de preferência aos pecadores, dizendo ser preciso dar àquele que não tem?

15ª As pessoas que desejam muito escrever como médiuns, e que não o
conseguem, poderão concluir daí alguma coisa contra si mesmas, no tocante à benevolência dos Espíritos para com elas?
Não, pois pode dar-se que Deus lhe haja negado essa faculdade, como negado tenha o dom da poesia, ou da música. Porém, se não forem objeto desse favor, podem ter sido de outros."

O trabalho mediúnico é o início de uma nova fase para o médium, depois de ter passado por um tratamento espiritual, assistido a palestras, ele incorpora a equipe de aprendizes de um centro, estudando e “treinando a sua mediunidade”. Um dia, quando menos espera ele começa a recepcionar pessoas, depois é escalado para dar passes, depois de alguma experiência pode passar a trabalhar com psicografia ou participar de reuniões de desobsessão, cada um vai trilhar seu caminho e chegar no exercício para que foi preparado PELA ESPIRITUALIDADE. Geralmente os diferentes tipos de trabalho que realiza embasam seu conhecimento, fortalecendo sua confiança e o preparam para a tarefa que realizará.

Muitos terão uma vida simples e sem muito destaque em uma casa, outros terão grande importância, contudo, isso não importa, muitas vezes o irmão que mais aparece é o que terá mais desafios, ou que será mais exigido, ou que tem a prova mais dura, ou seja, não importa, para Deus o amor que dedica a seu trabalho é o mais importante.
No reino dos céus os pequenos se tornam gigantes!!

7.1 Equilíbrio Interior

Para exercer o trabalho mediúnico o médium deve sempre buscar o equilíbrio e a harmonia, pois somente assim poderá servir de canal para a luz da espiritualidade superior.

Segue abaixo trechos do livro Missionários da Luz de Chico Xavier:

"Preliminarmente, devemos reconhecer que, nos serviços mediúnicos, preponderam os fatores morais. Neste momento, o médium, para ser fiel ao mandato superior, necessita clareza e serenidade, como o espelho cristalino dum lago. De outro modo, as ondas de inquietude perturbariam a projeção de nossa espiritualidade sobre a materialidade terrena, como as águas revoltas não refletem as imagens sublimes do céu e da Natureza ambiente.

- Acredita que o intermediário - perguntou - possa improvisar o estado receptivo? De nenhum modo. A sua preparação espiritual deve ser incessante. Qualquer incidente pode perturbar-lhe o aparelhamento sensível, como a pedrada que interrompe o trabalho da válvula receptora. Além disso, a nossa cooperação magnética é fundamental para a execução da tarefa. Examine atentamente. Estamos notando as singularidades do corpo perispiritual. Pode reconhecer, agora, que todo centro glandular é uma potência elétrica. No exercício mediúnico de qualquer modalidade, a epífise desempenha o papel mais importante. Através de suas forças equilibradas, a mente humana intensifica o poder de emissão e recepção de raios peculiares à nossa esfera. É nela, na epífise, que reside o sentido novo dos homens; entretanto, na grande maioria deles, a potência divina dorme embrionária."

O médium deve evitar lugares com excessiva carga negativa, optando sempre por ambientes arejados, impregnados de natureza, como praias, cachoeiras e lugares ermos, onde poderá meditar e se revitalizar.

7.2 Dificuldades

O médium é na grande maioria das vezes um espírito em débito e por isso está sujeito a passar por dificuldades durante seu trabalho de amor ao próximo, contudo, longe de tornar impossível sua obra, os percalços enchem sua história de luz.

André Luiz nos traz uma reflexão sobre a mediunidade e suas dificuldades no livro Nos Domínios da Mediunidade.

" - Não podemos realizar qualquer estudo de faculdades medianímicas, sem o estudo da personalidade. Considero, assim, de extrema importância a apreciação dos centros cerebrais, que representam bases de operação do pensamento e da vontade, que influem de modo compreensível em todos os fenômenos mediúnicos, desde a intuição pura à materialização objetiva. Esses recursos, que merecem a defesa e o auxílio das entidades sábias e benevolentes, em suas tarefas de amor e sacrifício junto dos homens, quando os medianeiros se sustentam no ideal superior da bondade e do serviço ao próximo, em muitas ocasiões podem ser ocupados por entidades inferiores ou animalizadas, em lastimáveis processos de obsessão.

— Mas — interpôs Hilário, judicioso —, diante de um campo cerebral tão iluminado quanto o de nossa irmã Celina, será lícitõ aceitar a possibilidade de invasão dele por parte de Inteligências menos evolvidas? Será cabível semelhante retrocesso?
— Não podemos olvidar — considerou o Assistente — que Celina se encontra encarnada numa prova de longo curso e que, nos encargos de aprendiz, ainda se encontra muito longe de terminar a lição.

Meditou um momento e filosofou bem-humorado:
— Numa viagem de cem léguas podem ocorrer muitas surpresas no derradeiro quilômetro do caminho.

Logo após, colocando a destra paternal sobre a fronte da médium, prosseguiu:

— Nossa irmã vem atravessando os seus testemunhos de boa-vontade, fé viva, caridade e paciência. Tanto quanto nós, ainda não possui plena quitação com o passado. Somos vasta legião de combatentes em vias de vencer os inimigos que nos povoam a fortaleza íntima ou o mundo de nós mesmos, inimigos simbolizados em nossos velhos hábitos de convívio com a natureza inferior, a nos colocarem em sintonia com os habitantes das sombras, evidentemente perigosos ao nosso equilíbrio. Se nossa amiga Celina, quanto qualquer de nós, abandonar a disciplina a que somos constrangidos para manter a boa forma na recepção da luz, rendendo-se às sugestões da vaidade ou do desânimo, que costumamos fantasiar como sendo direitos adquiridos ou injustificável desencanto, decerto sofrerá o assédio de elementos destrutivos que lhe perturbarão a nobre experiência atual de subida. Muitos médiuns se arrojam a prejuízos dessa ordem. Depois de ensaios promissores e começo brilhante, acreditam-se donos de recursos espirituais que lhes não pertencem ou temem as aflições prolongadas da marcha e recolhem-se à inutilidade, descendo de nível moral ou conchegando-se a improdutivo repouso, porqüanto retomam inevitavelmente a cultura dos impulsos primitivos que o trabalho incessante no bem os induziria a olvidar.

E sorrindo:
— Ainda não chegamos à vitória suprema sobre nós mesmos. Achamo-nos na condição do solo terrestre, que não prescinde do arado protetor ou da enxada prestimosa, a fim de produzir. Sem os instrumentos do trabalho e da luta, aperfeiçoando-nos as possibilidades, estaríamos permanentemente ameaçados pela erva daninha que mais se alastra e se afirma, tanto quanto melhor é a qualidade do trato de terra em abandono.

Fitando-nos, de frente, como a recordar o peso das responsabilidades de que nos investíamos, completou:
— Nossas realizações espirituais do presente são pequeninas réstias de claridade sobre as pirâmides de sombra do nosso passado. É imprescindível muita cautela com as sementeiras do bem para que a ventania do mal não as arrase. É por isso que a tarefa mediúnica, examinada como instrumentação para a obra das Inteligências superiores, não é tão fácil de ser conduzida a bom termo, de vez que, contra o canal ainda frágil que se oferece à passagem da luz, acometem as ondas pesadas de treva da ignorância, a se agitarem, compactas, ao nosso derredor."

7.3  Precauções

Copio abaixo a advertência de Allan Kardec no Livro dos Médiuns:

"Uma vez desenvolvida a faculdade, é essencial que o médium não abuse
dela. O contentamento que daí advém a alguns principiantes lhes provoca um entusiasmo, que muito importa moderar. Devem lembrar-se de que ela lhes foi dada para o bem e não para satisfação de vã curiosidade. Convém, portanto, que só se utilizem dela nas ocasiões oportunas e não a todo momento. Não lhes estando os Espíritos ao dispor a toda hora, correm o risco de ser enganados por mistificadores. Bom é que, para evitarem esse mal, adotem o sistema de só trabalhar em dias e horas determinados, porque assim se entregarão ao trabalho em condições de maior recolhimento e os Espíritos que os queiram auxiliar, estando prevenidos, se disporão melhor a prestar esse auxílio."

7.4  Consequências do Trabalho Mediúnico para os Médiuns

O trabalho mediúnico pode gerar um desgaste para o médium, porém isso depende do tipo de reunião que ele frequenta. Repousando de forma correta o médium refaz suas energias, contudo, ele deve estar sempre atento a uma alimentação equilibrada e evitar uma vida sedentária.

Médiuns que trabalham em reuniões de desobsessão não devem participar de mais de duas sessões semanais.

Os médiuns que trabalham doando energia (passes, reuniões de cura, etc) devem se preocupar com o descanso e alimentação antes e depois da reunião, para não sentirem nenhum desgaste físico.

Os mentores sempre auxiliam os médiuns, harmonizando seus veículos físicos (corpo físico e duplo etérico) e astral para realização do trabalho espiritual, contudo, é imprescindível que o médium faça sua parte, não podemos achar que os mentores vão fazer com que possamos trabalhar após uma noite sem dormir, ou doentes.

Os que trabalham se ligando a espíritos sofredores em reuniões de obsessão precisam estar sempre equilibrados para não sofrerem o impacto das energias opressivas, mesmo com a presença dos mentores a ascendência moral e a força de vontade do médium são necessárias para "domar" o espírito que será doutrinado.

Copio abaixo um trecho do livro Nos Domínios da Mediunidade, que fala sobre a proteção do médium nas reuniões de desobsessão:

"Reparei-lhe a luminosa auréola, contrastando com a vestimenta pestilencial do forasteiro, e deixei-me avassalar por incoercível temor.
Semelhante providência não seria o mesmo que entregar uma harpa delicada às patas de uma fera?
Aulus, porém, deu-se pressa em explicar-nos:

— Acalmem-se, O amigo dementado penetrou o templo com a supervisão e o consentimento dos mentores da casa. Quanto aos fluidos de natureza deletéria, não precisamos temê-los. Recuam instintivamente ante a luz espiritual que os fustiga ou desintegra. É por isso que cada médium possui ambiente próprio e cada assembléia se caracteriza por uma corrente magnética particular de preservação e defesa. Nuvens infecciosas da Terra são diariamente extintas ou combatidas pelas irradiações solares, e formações fluídicas, inquietantes, a todo momento são aniquiladas ou varridas do Planeta pelas energias superiores do Espírito. Os raios luminosos da mente orientada para o bem incidem sobre as construções do mal, à feição de descargas elétricas. E, compreendendo-se que mais ajuda aquele que mais pode, nossa irmã Celina é a companheira ideal para o auxílio desta hora."

 7.5 Proteção dos Médiuns

Os médiuns que trabalham em um centro espírita e se dedicam a auxiliar o próximo recebem apoio de equipes especializadas, que fazem o que podem para auxiliá-lo. Dependendo da sua tarefa e da dedicação que necessita, os amigos espirituais podem intercedem mais ou menos.

Podemos comparar a um atleta, que precisa de treino, alimentação, fisioterapia, etc, da mesma forma um médium que trabalha em um centro precisa estar "em forma espiritual" para servir de intermediário do mundo espiritual.

Lembramos que essas equipes não podem realizar o esforço de equilíbrio que é responsabilidade do próprio médium, por isso é indicado para o médium realizar em seu lar a reunião semanal do Evangelho, sempre no mesmo dia e hora ele deve buscar nas palavras de Jesus o entendimento maior sobre a vida. Dessa forma ele protegerá o seu lar e sua família contra energias hostis, pois não existe proteção maior no mundo que a evangelização do coração. Os espíritos amigos também freqüentam as reuniões de evangelho no lar, limpando o ambiente doméstico e afastando espíritos inferiores.

Abaixo segue um trecho do livro Obreiros da Vida Eterna, de Chico Xavier, que fala um pouco mais sobre as equipes espirituais que apóiam os médiuns:

"Sempre tive por Dimas sincera admiração, pelo proveitoso concurso que soube oferecer-nos. Integro a comissão espiritual de serviço que vem atendendo aos necessitados, por intermédio dele, nos últimos seis anos. Foi sempre assíduo nas obrigações, bom companheiro, leal irmão.

Surpreso com as referências, indaguei:
— Há, desse modo, comissões de colaboração permanente para os médiuns em geral?

— Não me reporto à generalidade — redarguiu o interlocutor —, porque a mediunidade é título de serviço como qualquer outro. E há pessoas que pugnam pela obtenção dos títulos, mas desestimam as obrigações que lhes correspondem. Gostariam, por certo, do intercâmbio com o nosso plano, mas, não cogitam de finalidades e responsabilidades. Em vista disso não se estabelecem conjuntos de cooperação para os médiuns em geral, mas apenas para aqueles que estejam dispostos ao trabalho ativo. Há muitos aprendizes que não ultrapassam a fronteira da tentativa, da observação. Desejariam o caminho bem aplainado, exigindo a convivência exclusiva dos Espíritos genuinamente bondosos. Experimentam a luta construtiva, através de sondagens superficiais e, à primeira dificuldade, abandonam compromissos assumidos. A aquisição da fortaleza moral não prescinde das provas arriscadas e angustiosas. Entretanto, em face das exigências naturais do aprendizado, dizem-se feridos na dignidade pessoal. Não suportam a aproximação de infelizes encarnados ou desencarnados, estacionando à menor picada de dor. Para semelhantes experimentadores, seria extremamente difícil a formação de equipes eficientes, representativas de nosso plano. Não se sabe quando estão dispostos a servir. Se recebem faculdades intuitivas, pedem a incorporação; se contam com a vidência, querem a possibilidade de exteriorizar fluidos vitais para os fenômenos de materialização."

 7.6  Médiuns de Terreiro(Umbanda) e Kardecistas (Mesa)

Não existe dúvida que a forma de trabalhar em um templo de Umbanda e um centro Espírita são bastante diferentes, contudo, cada uma tem um objetivo, atendendo a preferências pessoais. O erro que existe é achar que uma é melhor que a outra. Copio abaixo trechos do livro Aruanda, de Robson Pinheiro, onde o sábio Preto-Velho nos fala um pouco sobre a mediunidade na Umbanda e os espíritos que nela trabalham.

"Ainda a velha questão da vibração, meu filho - respondeu Pai João. - Ocorre com os espíritos algo semelhante ao que há com os médiuns: alguns reencarnam com o psiquismo e a vibração apropriada para os trabalhos de terreiro, enquanto outros são preparados vibratoriamente para a mesa kardecista. com os espíritos não é diferente. Muitos deles oferecem a possibilidade de serem socorridos através do diálogo fraterno ou terapia espiritual, que despertará suas mentes para as leis da vida; portanto, demonstram predisposição para uma sessão espírita. Mas nem todos são iguais; há aqueles que não têm o perfil psicológico e espiritual necessário. Precisam do impacto anímico-mediúnico dos chamados médiuns de terreiro, com os quais encontram maior afinidade. Nesse contato intenso com o ectoplasma exsudado pelos médiuns umbandistas, ganham tratamento especializado, que funciona como uma terapia de choque. O mesmo ocorre entre os encarnados, quanto à questão terapêutica. Alguns de meus filhos no plano físico respondem integralmente ao tratamento homeopático, pois trazem em seu psiquismo as vibrações compatíveis com o medicamento dinamizado. Outros, que possuem estado vibracional diferente, só respondem aos métodos convencionais da alopatia. Há ainda aqueles que respondem significativamente às influências energéticas do reiki, dos passes ou dos medicamentos florais, por exemplo.

Em casos como o que acompanhamos. Ângelo, não existe uma forma melhor que a outra. Nem o método espírita é o melhor, nem a metodologia umbandista é mais forte e eficaz. Tudo depende das características de

cada caso, de qual tipo de entidade está envolvido no processo e. enfim, do tipo psicológico e das necessidades espirituais de cada uma delas. Em uma tenda umbandista cujos médiuns se dedicam à caridade, ao estudo sério e elevado, teremos excelente material psíquico para certos trabalhos de desobsessão ou terapia espiritual. Em um centro espírita cujos médiuns não se preparam convenientemente, não se dedicam ao estudo e têm as idéias comprometidas com uma visão estreita e acanhada da vida espiritual, naturalmente careceremos de material psíquico de qualidade para as terapia espirituais. Dessa forma, é preciso compreender que a eficácia do método depende de diversas coisas, mas principalmente do preparo dos
operadores ou da equipe mediúnica, e não da confissão religiosa, como muitos pensam.

A distância, as divergências ou as separações que se vêm entre as diferentes formas de trabalho são, em grande parte vezes, estabelecidas pelos encarnados, que trazem ainda resquícios de preconceito religioso e racial. Do lado de cá da vida, ao contrário, somos apenas filhos de Deus, todos parceiros na construção de sua obra; não há partidarismo religioso. Tanto faz para um espírito elevado atuar como pai-velho numa tenda umbandista humilde ou escrever a orientação psicografada sob a luz do espiritismo cristão, desde que seu trabalho seja em benefício da humanidade e do próximo."

 7.7  Médiuns Mercenários

"O médium, em suma, deve evitar tudo o que possa transformá-lo em agente de consultas, o que, aos olhos de muitas pessoas, é sinônimo de ledor da "buena-dicha".
                                                    Allan Kardec – Livro dos Médiuns

Chamamos de médiuns mercenários aqueles que utilizam suas aptidões para algum tipo de benefício próprio, recebendo “recompensas” pelo seu contato com o mundo espiritual.

Allan Kardec chama esse médiuns de interesseiros e informa que qualquer tipo de retribuição é desaconselhada:

"Médiuns interesseiros não são apenas os que porventura exijam uma retribuição fixa; o interesse nem sempre se traduz pela esperança de um ganho material, mas também pelas ambições de toda sorte, sobre as quais se fundem esperanças pessoais. E esse um dos defeitos de que os Espíritos zombeteiros sabem muito bem tirar partido e de que se aproveitam com uma habilidade, uma astúcia verdadeiramente notáveis, embalando com falaciosas ilusões os que desse modo se lhes colocam sob a dependência. Em resumo, a mediunidade é uma faculdade concedida para o bem e os bons Espíritos se afastam de quem pretenda fazer dela um degrau para chegar ao que quer que seja, que não corresponda às vistas da Providência. O egoísmo é a chaga da sociedade; os bens Espíritos a combatem; a ninguém, portanto, assiste o direito de supor que eles o venham servir. Isto é tão racional, que inútil fora insistir mais sobre este ponto."

Uma característica comum desses irmãos é a falta de estudo sobre a mediunidade, as formas de comunicação, suas conseqüências e principalmente os perigos da obsessão (todos eles se tornam vítimas da obsessão). Todos aqueles que lerem o Livro dos Médiuns poderão comprovar que Allan Kardec repete várias e várias vezes a necessidade de vigilância para não se tornar vítima da fascinação e subjugação.

A maioria tem grandes aptidões mediúnicas e por isso tem contato intenso com os espíritos que os acompanham, contudo, seja por preguiça ou ansiedade eles não realizam a necessária preparação moral, mental e emocional para exercer tão sagrada tarefa.

Vamos falar um pouco sobre como isso começa, se desenvolve e termina...

No início o médium entra em contato com o plano espiritual e, por motivação própria ou influenciado por espíritos inferiores acredita que pode resolver o problema dos outros, só de favor ou até recebendo uma pequena ajudinha. Assim começam sozinhos ou auxiliados por algum médium desvirtuado a aprender como utilizar sua mediunidade.
Por motivos óbvios os mentores começam a perder o contato com os médiuns e os espíritos inferiores que o circundavam se tornam cada vez mais afins, iniciando assim dois processos: o de afinamento mediúnico e obsessivo. Os espíritos de baixo padrão não desejam somente se ligar aos médiuns, seus principais objetivos são a subjugação, fascinação e vampirização de energias vitais.

Todos, sem exceção, recebem em algum momento advertências sobre o tipo de trabalho que realizam e seus perigos, contudo, a grande maioria ignora os avisos e cada vez mais se ligam aos seus novos "amiguinhos".

Os novos "diretores" do médium fazem o possível para fasciná-lo com símbolos, figuras, nomes pomposos, etc... são inúmeras formas diferentes de subjugar o médium.

André Luiz nos traz um exemplo perfeito de um médium fascinado pelo seu obsessor:

"Observando os beberrões, cujas taças eram partilhadas pelos sócios que lhes eram invisíveis, Hilário recordou:

— Ontem, visitamos um templo, em que desencarnados sofredores se exprimiam por intermédio de criaturas necessitadas de auxílio, e ali estudamos algo sobre mediunidade... Aqui, vemos entidades viciosas valendo-se de pessoas que com elas se afinam numa perfeita comunhão de forças superiores... Aqui, tanto quanto lá, seria lícito ver a mediunidade em ação?

— Sem qualquer dúvida — confirmou o orientador —; recursos psíquicos, nesse ou naquele grau de desenvolvimento, são peculiares a todos, tanto quanto o poder de locomoção ou a faculdade de respirar, constituindo forças que o Espírito encarnado ou desencarnado pode empregar no bem ou no mal de si mesmo. Ser médium não quer dizer que a alma esteja agraciada por privilégios ou conquistas feitas. Muitas vezes, é possível encontrar pessoas altamente favorecidas com o dom da mediunidade, mas dominadas, subjugadas por entidades sombrias ou delinqüentes, com as quais se afinam de modo perfeito, servindo ao escândalo e à perturbação, em vez de cooperarem na extensão do bem. Por isso é que não basta a mediunidade para a concretização dos serviços que nos competem. Precisamos da Doutrina do Espiritismo, do Cristianismo Puro, a fim de controlar a energia medianímica, de maneira a mobilizá-la em favor da sublimação espiritual na fé religiosa, tanto quanto disciplinamos a eletricidade, a benefício do conforto na Civilização.

Nisso, Aulus relanceou o olhar pelos aposentos reservados mais próximos, qual se já os conhecesse, e, fixando certa porta, convidou-nos a atravessá-la.
Seguimo-lo, ombro a ombro.

Em mesa lautamente provida com fino conhaque, um rapaz, fumando com volúpia e sob o domínio de uma entidade digna de compaixão pelo aspecto repelente em que se mostrava, escrevia, escrevia, escrevia...

— Estudemos — recomendou o orientador.
O cérebro do moço embebia-se em substância escura e pastosa que escorria das mãos do triste companheiro que o enlaçava.

Via-se-lhes a absoluta associação na autoria dos caracteres escritos.
A dupla em trabalho não nos registrou a presença.

— Neste instante — anunciou Aulus, atencioso —, nosso irmão desconhecido é hábil médium psicógrafo. Tem as células do pensamento integralmente controladas pelo infeliz cultivador de crueldade sob a nossa vista. Imanta-se-lhe à imaginação e lhe assimila as idéias, atendendo-lhe aos propósitos escusos, através dos princípios da indução magnética, de vez que o rapaz, desejando produzir páginas escabrosas, encontrou quem lhe fortaleça a mente e o ajude nesse mister.

Imprimindo à voz significativa expressão, ajuntou:
— Encontramos sempre o que procuramos ser. Finda a breve pausa que nos compeliu à reflexão, Hilário recomeçou:
— Todavia, será ele um médium na acepção real do termo? Será peça ativa em agrupamento espírita comum?
— Não. Não está sob qualquer disciplina espiritualizante. É um moço de inteligência vivaz, sem maior experiência da vida, manejado por entidades perturbadoras."

Muitos médiuns mercenários acabam utilizando suas aptidões como forma de sobrevivência, cobrando por consultas, favores, para trazer pessoa amada, para prejudicar outras pessoas, para "tentar" prever o futuro, etc...

A previsão do futuro é uma dos maiores atrativos para que os menos avisados se vinculem a esse tipo de médium, por isso retiramos um trecho do livro dos médiuns que explora esse assunto:

"Podem os Espíritos dar-nos a conhecer o futuro?
Se o homem conhecesse o futuro, descuidar-se-ia do presente.

É esse ainda um ponto sobre o qual insistis sempre, no desejo de obter uma resposta precisa. Grande erro há nisso, porquanto a manifestação dos Espíritos não é um meio de adivinhação. Se fizerdes questão absoluta de uma resposta, recebê-la-eis de um Espírito doidivanas, temo-lo dito a todo momento." (Veja-se O Livro dos Espíritos - "Conhecimento do futuro", n. 868.)

8ª Não é certo, entretanto, que, às vezes, alguns acontecimentos futuros sãoanunciados espontaneamente e com verdade pelos Espíritos?
Pode dar-se que o Espírito preveja coisas que julgue conveniente revelar, ou que ele tem por missão tornar conhecidas; porém, nesse terreno, ainda são mais de temer os Espíritos enganadores, que se divertem em fazer previsões. Só o conjunto das circunstâncias permite se verifique o grau de confiança que elas merecem.

9ª De que gênero são as previsões de que mais se deve desconfiar?
Todas as que não tiverem um fim de utilidade geral. As predições pessoais podem quase sempre ser consideradas apócrifas."

Existem também aqueles que vão até as consultas espirituais para buscar conselhos, falar sobre seus problemas pessoais, Allan Kardec nos traz sérias advertências sobre esse tipo de comunicação:

"Podem pedir-se conselhos aos Espíritos?
Certamente. Os bons Espíritos jamais recusam auxílio aos que os invocam com
confiança, principalmente no que concerne à alma. Repelem, porém, os hipócritas, os que simulam pedir a luz e se comprazem nas trevas.

18ª Podem os Espíritos dar conselhos sobre coisas de interesse privado?
Algumas vezes, conforme o motivo. Isso também depende daqueles a quem tais conselhos são pedidos. Os que se relacionam com a vida privada são dados com mais exatidão pelos Espíritos familiares, que são os que se acham mais ligados à pessoa que os pede e se interessam pelo que lhes diz respeito; é o amigo, 'o confidente dos vossos mais secretos pensamentos. Mas, é tão freqüente os cansardes com perguntas banais, que eles vos deixam. Tão absurdo fora perguntardes, sobre coisas íntimas, Espíritos que vos são estranhos, como seria o vos dirigirdes, para isso, ao primeiro indivíduo que encontrásseis no vosso caminho. Jamais deveríeis esquecer que a puerilidade das perguntas é incompatível com a superioridade dos Espíritos. Preciso igualmente é leveis em conta as qualidades do Espírito familiar, que pode ser bom, ou mau, conforme suas simpatias pela pessoa a quem se ligue. O Espírito familiar de um homem mau é mau Espírito, cujos conselhos podem ser perniciosos, mas que se afasta e cede o lugar a um Espírito melhor, se o próprio homem se melhora. Unem-se os que se assemelham.

19ª Podem os Espíritos familiares favorecer os interesses materiais por meio de revelações?
Podem e algumas vezes o fazem, de acordo com as circunstâncias; mas, ficai
certos de que os bons Espíritos nunca se prestam a servir à cupidez. Os maus vos fazem brilhar diante dos olhos mil atrativos, a fim de vos espicaçarem e, depois, mistificarem, pela decepção. Ficai também sabendo que, se é da vossa prova passar por tal ou tal vicissitude, os vossos Espíritos protetores poderão ajudar-vos a suportá-la com mais resignação, poderão mesmo, às vezes, suavizá-la; mas, no próprio interesse do vosso futuro, não lhes é lícito isentar-vos dela. Um bom pai não concede ao filho tudo o que este deseja.
NOTA. Os nossos Espíritos protetores podem, em muitas circunstâncias,
indicar-nos o melhor caminho, sem, entretanto, nos conduzirem pela mão, porque, se assim fizessem, perderíamos o mérito da iniciativa e não ousaríamos dar um passo sem a eles recorrermos, com prejuízo do nosso aperfeiçoamento. Para progredir, precisa o homem, muitas vezes, adquirir experiência à sua própria custa. Por isso é que os Espíritos ponderados nos aconselham, mas quase sempre nos deixam entregues às nossas próprias forças, como faz o educador hábil, com seus alunos. Nas circunstâncias ordinárias da vida, eles nos aconselham pela inspiração, deixando-nos assim todo o mérito do bem que façamos, como toda a responsabilidade do mal que pratiquemos.

Fora abusar da condescendência dos Espíritos familiares e equivocar-se quanto à missão que lhes cabe o interrogá-los a cada instante sobre as coisas mais vulgares, como o fazem certos médiuns. Alguns há que, por um sim, por um não, tomam o lápis e podem conselho para o ato mais simples. Esta mania denota pequenez nas idéias, ao mesmo tempo que a presunção de supor, quem quer que seja, que tem sempre um Espírito servidor às suas ordens, sem outra coisa mais a fazer senão cuidar dele e dos seus mínimos interesses. Além disso, quem assim procede aniquila o seu próprio juízo e se reduz a um papel passivo, sem utilidade para a vida presente e indubitavelmente prejudicial ao adiantamento futuro. Se há puerilidade em interrogarmos os Espíritos sobre coisas fúteis, menos puerilidade não há da parte dos Espíritos que se ocupam espontaneamente com o que se pode chamar - negócios caseiros. Em tal caso, eles poderão ser bons, mas, inquestionavelmente, ainda são muito terrestres."

Bom, as expectativas espirituais desses médiuns não são boas e vamos avaliar porque:

1. Ele cobra por uma aptidão que recebeu de graça e como um favor para auxiliar o próximo e acelerar sua própria evolução.

2. Muitos fazem trabalhos para prejudicar o próximo, criando comprometimentos cármicos.

3. Divulgam de forma errada a doutrina dos espíritos.

4. Alguns desvirtuam outros médiuns.

5. Se ligam a espíritos trevosos, que além de vampirizá-los acreditam que tem direito de receber pelos favores espirituais que realizam, por isso, após o desencarne do médium mercenário ele se torna escravo daquele falso mentor que o acompanhou. Somente após muito tempo sofrendo e aprendendo ele poderá ser socorrido pelas colônias espirituais, e então recomeçar seu caminho de luz, tentando quitar os débitos contraídos pela sua irresponsabilidade.

Allan Kardec no Livro dos Médiuns relata a resposta de um espírito sobre as conseqüências do mau uso da mediunidade:

"Os médiuns, que fazem mau uso das suas faculdades, que não se servem delas para o bem, ou que não as aproveitam para se instruírem, sofrerão as conseqüências dessa falta?
Se delas fizerem mau uso, serão punidos duplamente, porque têm um meio a mais de se esclarecerem e o não aproveitam. Aquele que vê claro e tropeça é mais censurável do que o cego que cai no fosso."


7.8  A mediunidade e as Religiões

Existe um conflito muito grande no coração das pessoas que têm a sensibilidade mediúnica e não são adeptas de reuniões espiritualistas.

Esses médiuns sofrem bastante porque têm medo de contar o que sentem, já que muitos não aceitarão, possivelmente zombarão dele ou pensarão coisas ruins, como por exemplo a falta de fé ou indício de loucura.

A mediunidade não é exclusividade das filosofias espiritualistas, muitos padres, pastores e líderes filosóficos e religiosos são grandes médiuns, embora, infelizmente, alguns se liguem a entidades do astral inferior.

Muitos médiuns já relataram que viram próximos à palestrantes de religiões não espiritualistas espíritos de luz. Lembre-se que o contato espiritual tem como objetivo a evolução espiritual da humanidade, isso não é exclusividade do Espiritismo ou qualquer outra religião espiritualista.

E o que fazer então??

Vou iniciar a resposta com o exemplo de uma querida e amada amiga, que conheci em um grupo de estudos do Evangelho.

Ela é praticante FERVOROSA de uma filosofia não espiritualista e um dia, ao olhar para o palestrante, que estava muito inspirado, notou que a sua volta existiam faíscas de luz, ela piscava, balançava a cabeça e isso continuava, e continuou ocorrendo, mais de uma vez.

Ao invés de se apavorar ela foi buscando maiores informações e acabou encontrando esse grupo de estudos, que utiliza a série de Carlos Torres Pastorino – Sabedoria do Evangelho. Nesse grupo ela recebeu os primeiros ensinamentos espiritualistas e passou a entender um pouco mais sobre o mundo espiritual.
E aí vem a segunda maior dúvida... Ela largou sua religião??

A resposta é não, ela adora os cantos, as reuniões, as pessoas que freqüentam, aquilo faz bem a ela, não atrapalha. Deus e os espíritos superiores jamais poderiam exigir que você largasse um grupo que só faz o bem e busca vivenciar os ensinamentos de Jesus.

Acho que o exemplo responde tudo, se você é praticante de outra religião não espiritualista e tem dúvidas sobre as sensações espirituais que lhe acometem então procure uma pessoa amiga espírita ou leia o livro dos espíritos e o livro dos médiuns, achará muitas respostas nesses livros. Nunca pense que estudar sobre a espiritualidade diminuirá sua fé ou fará com que você mude de religião. Temos vários exemplos de pessoas que largaram religiões espiritualistas para freqüentar religiões que não acreditam na reencarnação e na vida além-túmulo, com disse antes é uma questão de afinidade, porém o conhecimento é importante, compreender a Verdade é muito importante, para todos!!

O conhecimento das verdades espirituais não atrapalha, só completa.

 7.9  Mediunidade Natural e de Prova

Basicamente falaremos nesse tópico sobre a diferença entre o médium que recebe a concessão espiritual de encarnar com hipersensibilidade e o espírito evoluído, que já conquistou essa sensibilidade por esforço próprio.

Vamos começar com exemplos de médiuns naturais para depois passar a explicação:

•  João Batista – recebe naturalmente mensagens espirituais, no evangelho existem várias passagens que atestam seu alto grau de evolução e as próprias revelações espirituais que tem contato. O próprio Jesus revela que João Batista é o maior entre os nascido de mulher, ou seja, ele não alcançou a perfeição, mas já é grande no reino dos céus.

• Buda – Mestre Iluminado que encarnou na Terra, ele tinha acesso às suas encarnações anteriores e também das pessoas que se aproximavam.

•  Jesus – O ser mais evoluído, mais perfeito que já encarnou em nosso planeta. Todas as faculdades mediúnicas eram perfeitas. O contato espiritual de Jesus era como água cristalina, não havia ruído ou imperfeição, não existia medo ou receio, a entrega e confiança eram completas. Existem várias passagens no Novo Testamento que mostram a perfeição espiritual do Mestre Nazareno.

Vamos voltar no tempo e falar um pouco sobre o médium de prova antes da atual encarnação.

Espírito endividado com as leis divinas, decide trabalhar no mundo espiritual, ajudando o próximo, adquire grandes amizades e conquista merecimentos, contudo, seu passado aflora como um vulcão, sua consciência não consegue ficar totalmente tranqüila, pois dentro de si sente ainda as marcas do passado.

Graças ao bem praticado no mundo espiritual ele pode optar por nascer médium, ou seja, através de intercessões antes da encarnação, os técnicos da espiritualidade hipersensibilizarão seus veículos para poder entrar em contato com o plano espiritual de forma mais intensa do que normalmente faria em seu atual estado evolutivo.

Para não se tornar uma presa dos espíritos inferiores o espírito reencarnante recebe o apoio e proteção do(s) Guia(s) ou Mentor(es) Espiritual(ais), que se compromete(m) a auxiliá-lo para trabalharem juntos a favor do próximo.

O que podemos concluir então... o Médium de Prova não tem evolução suficiente para INICIALMENTE controlar sua sensibilidade espiritual e precisa de um guia, para protegê-lo e ajudá-lo no trabalho que irá realizar.

O médium de prova precisará então de aprimoramento, estudo e muita força de vontade, porque terá que dominar algo que desconhece. Esse descontrole é bem conhecido dos médiuns, pois a grande maioria busca ajuda quando fica totalmente desnorteado.

Falemos sobre o médium natural antes de encarnar...

O médium natural encarna com uma missão, seja ela pelo bem da humanidade, de uma grupo ou de um espírito. A própria encarnação que realiza é um ato de amor ao próximo porque a grande maioria não precisa encarnar ou pode escolher exatamente como deseja voltar.

Ele também recebe o auxílio dos espíritos, mas não por suas imperfeições e sim pela dificuldade da tarefa ou importância.

O afloramento da mediunidade ocorre nele de forma tranqüila e seu contato com o mundo espiritual é "natural", é claro que ele também precisa se aprimorar, contudo, é totalmente diferente do médium de prova. Na verdade um afina o instrumento, enquanto o outro aprende a manuseá-lo.

Esse tópico é muito importante para podemos concluir:

•  Dificilmente você é um médium natural, por isso busque a humildade, porque dificilmente os médiuns naturais acham que são perfeitos.

•  Se você é médium não se ache melhor que os outros, aliás, na maioria das vezes é o contrário, você teve essa faculdade como oportunidade de resgatar erros e crescer.

•  Se você não é médium tenha paciência com os que são médiuns, pois eles também estão evoluindo e podem cometer erros.

•  Embora o médium de prova não possua a faculdade e seja (na grande maioria das vezes) um espírito endividado, se ele concluir sua tarefa com sucesso terá conseguido crescer espiritualmente e também resgatar débitos. A faculdade espiritual que recebeu por hipersensibilização se tornará natural ou quase e a facilidade de dominá-la em um encarnação posterior será infinitamente maior.

Retiramos um trecho interessante do livro Nos Domínios da Mediunidade, de Chico Xavier:

"O círculo de percepção varia em cada um de nós. Há diferentes gêneros de mediunidade; contudo, importa reconhecer que cada Espírito vive em determinado degrau de crescimento mental e, por isso, as equações do esforço mediúnico diferem de indivíduo para indivíduo, tanto quanto as interpretações da vida se modificam de alma para alma. As faculdades medianímicas podem ser idênticas em pessoas diversas, entretanto, cada pessoa tem a sua maneira particular de empregá-las. Um modelo, em muitas ocasiões, é o mesmo para grande assembléia de pintores, todavia, cada artista fixá-lo-á na tela a seu modo. Uma lâmpada exibirá claridade lirial, em jacto contínuo, mas, se essa claridade for filtrada por focos múltiplos, decerto estará submetida à cor e ao potencial de cada um desses filtros, embora continue sendo sempre a mesma lâmpada a fulgurar em seu campo central de ação. Mediunidade é sintonia e filtragem. Cada Espírito vive entre as forças com as quais se combina, transmitindo-as segundo as concepções que lhe caracterizam o modo de ser."

8.  Conclusão

O objetivo desse artigo foi falar um pouco sobre mediunidade para as pessoas que desconhecem o assunto e que buscam desesperadamente saber se são ou não médiuns.

Tratamos os conceitos mais simples e não nos aprofundamos nos tipos de mediunidade e outros assuntos mais específicos.

Fecho o artigo com trechos de uma mensagem do livro Nos Domínios da Mediunidade, onde o mentor espiritual de uma casa transmite linda mensagem para o corpo mediúnico.

Fiquem em Paz e nunca se esqueçam do Infinito Amor de nosso Pai e de Jesus. Nunca desistam, porque o Pai jamais desiste de seus filhos.

" A mediunidade torturada não é senão o enlace de almas comprometidas em aflitivas provações, nos lances do reajuste.

Ninguém é realmente espírita à altura desse nome, tão-só porque haja conseguido a cura de uma escabiose renitente, com o amparo de entidades amigas, e se decida, por isso, a aceitar a intervenção do Além-Túmulo na sua existência; e ninguém é médium, na elevada conceituação do termo, somente porque se faça órgão de comunicação entre criaturas visíveis e invisíveis.

Para conquistar a posição de trabalho a que nos destinamos, de conformidade com os princípios superiores que nos enaltecem o roteiro, é necessário concretizar-lhes a essência em nossa estrada, por intermédio do testemunho de nossa conversão ao amor santificante.
Não bastará, portanto, meditar a grandeza de nosso idealismo superior. É preciso substancializar-lhe a excelsitude em nossas manifestações de cada dia.
Os grandes artistas sabem colocar a centelha do gênio numa simples pincelada, num reduzido bloco de mármore ou na mais ingênua composição musical. As almas realmente convertidas ao Cristo lhe refletem a beleza nos mínimos gestos de cada hora, seja na emissão de uma frase curta, na ignorada cooperação em favor dos semelhantes ou na renúncia silenciosa que a apreciação terrestre não chega a conhecer.

Convicção de imortalidade, sem altura de espírito que lhe corresponda, será projeção de luz no deserto.

Mediação entre dois planos diferentes, sem elevação de nível moral, é estagnação na inutilidade.

O pensamento é tão significativo na mediunidade, quanto o leito é importante para o rio. Ponde as águas puras sobre um leito de lama pútnida e não tereis senão a escura corrente da viciação.

Indubitavelmente, divinas mensagens descerão do Céu à Terra. Entretanto, para isso, é imperioso construir canalização adequada.

Jesus espera pela formação de mensageiros humanos capazes de projetar no mundo as maravilhas do seu Reino.

Para atingir esse aprimoramento ideal é imprescindível que o detentor de faculdades psíquicas não se detenha no simples intercâmbio. Ser-lhe-áindispensável a consagração de suas forças às mais altas formas de vida, buscando na educação de si mesmo e no serviço desinteressado a favor do próximo o material de pavimentação de sua própria senda.

A comunhão com os orientadores do progresso espiritual do mundo, através do livro, nos enriquece de conhecimento, acentuando-nos o valor mental; e a plantação de bondade constante traz consigo a colheita de simpatia, sem a qual o celeiro da existência se reduz a furna de desespero e desânimo.

Não basta ver, ouvir ou incorporar Espíritos desencarnados, para que alguém seja conduzido à respeitabilidade.

Que mensageiro do Céu fará fulgir a mensagem celestial em nosso entendimento, quando o espelho de nossa alma jaz denegrido pelos mais inferiores dos interesses?

Saibamos refletir-lhe a glória e o amor, a fim de que a luz celeste se espelhe sobre as almas, como o esplendor solar se estende sobre o mundo.

Comecemos nosso esforço de soerguimento espiritual desde hoje e, amanhã, teremos avançado consideravelmente no grande caminho!.."