Alguns fatos que evidenciam a presença do Plano Invisível na História:
- Moisés, mediante fenômeno de combustibilidade, recebe do Alto a Tábua dos Dez
Mandamentos - manifestação de uma vontade superior visando o despertamento
moral dos povos;
- Sócrates, constantemente orientado pelo Guia espiritual, revela-se precursor
do Cristianismo. "Desde a minha infância, graças ao favor celeste, sou
seguido por um Ser quase divino, cuja voz me impele a esta ou aquela ação".
- Paulo de Tarso, às portas de Damasco, tem a visão do Nazareno em perfeita
configuração luminosa, convertendo-se desse modo em apóstolo e medianeiro do
Mestre;
- Os Oráculos eram núcleos de intercâmbio medianímico, onde trabalhavam
sibilas, pítons e pitonisas. Gente de todas as classes sociais, inclusive
autoridades públicas, visitavam esses lugares, recebendo orientações as mais
diversas;
- César, o grande imperador romano, esteve com a pitonisa Spurina,
informando-se que algo muito grave aconteceria na sua vida. Na data prevista,
15 de Março, segue para o Senado e lá recebe 23 punhaladas;
- Joana D’Arc, heroína francesa, orientada pelas "vozes do Céu",
assume a missão de libertar sua pátria do jugo inglês. Perseguida como herege,
submete-se ao sacrifício inquisitorial, mas, no momento extremo, ainda afirma
ouvir os espíritos;
- Rainha Vitória, a soberana que mais tempo permaneceu no Poder inglês, passou
30 anos mantendo diálogos com seu ex-esposo Alberto, através do médium John
Brown. As grandes decisões do seu governo tiveram a participação direta d
Espírito;
- Catarina da Rússia é chamada às pressas para ver o seu sósia fantasma -, uma
entidade materializada que se demorava no trono da Rainha, sendo cercada pela
guarda do Palácio. Alvejado por dois tiros de fuzil desfez-se sem deixar sinal
de sua presença;
- Abraham Lincoln, presidente americano, realizava sessões espíritas na Casa
Branca. Ele mesmo era dotado de faculdade mediúnica, chegando ao ponto de
antever a sua morte ocorrida no dia 15 de abril de 1865;
- Harriet Beecher Stowe psicografou o conhecido livro "A cabana do pai
Tomás". "Este livro não foi escrito por mim. Não fiz outra coisa
senão tomar nota do que me diziam";
- Dom Bosco, em Turim, no ano de 1883, sonha com o berço da Nova Civilização do
III Milênio, que deveria surgir entre os paralelos 15 e 20 do hemisfério; após
60 anos, no local e época previstos JK constrói Brasília.
Um sem número de fatos ainda poderíamos citar. São realidades trazidas ao
conhecimento público pela imprensa leiga, isto é, pelos veículos normais de
comunicação.
A Antiguidade das manifestações dos
Espíritos
Parte 1
A Antiguidade das manifestações dos Espíritos
A mediunidade sempre existiu, porque o homem sempre teve um Espírito. Assim as
comunicações com os Espíritos tiveram lugar em todas as épocas e em regiões
diversas. Se os fenômenos de obsessão vividos pela família Fox no século XIX
deram nascença ao estudo do Espiritismo e à sua codificação, os fatos
mediúnicos são tão antigos quanto a aparição do homem e os fenômenos de
obsessão têm sido observados desde sempre.
Na Índia, encontra-se nos Vedas, que é o mais antigo código religioso que se
conhece e que foi escrito vários milhares de anos antes de Jesus Cristo, a
crença na existência dos Espíritos. O grande legislador Manou se exprime assim:
«Os Espíritos dos ancestrais, no estado invisível, acompanham certos Brahmas;
sob uma forma aérea, eles os seguem e tomam lugar ao seu lado quando se
sentam.» (Manou, Slocas, 187, 188, 189).
Um outro autor hindu declara: « Algum tempo antes de se despojarem de seu
envelope mortal, as almas que não praticaram senão o bem adquirem a faculdade
de conversar com as almas dos que os precederam. »
Na China, desde tempos imemoriais, já se entregavam à evocação dos espíritos
dos ancestrais.
No Egito, os magos dos faraós realizavam prodígios que são contados na Bíblia;
deixando de lado tudo aquilo que pode haver de legendário nessas narrações, é
certo que evocavam os mortos. Desde Moisés, seu discípulo, foi proibido
formalmente aos Hebreus se entregarem à essas práticas: « Que, entre vós,
ninguém use do sortilégio e de encantamentos ou interrogue os mortos para
aprender a verdade. » (Deuteronômio).
Entre os hebreus, malgrado essa proibição de Moisés, vemos Saul consultar a
pitonisa de Endor e, por seu intermediário, comunicar-se com a sombra de
Samuel. De mais, sempre houve pesquisadores que foram tentados por essas
evocações misteriosas: eles comunicavam uns aos outros uma doutrina secreta,
que denominavam Cabala.
Na Grécia, a crença nas evocações era geral. Os templos possuíam todos, mulheres,
denominadas pitonisas, encarregadas de receber os oráculos evocando os deuses.
Homero, na Odisséia, descreveu minuciosamente as cerimônias pelas quais Ulisses
podia conversar com a sombra do adivinho Tirésias. Apolônio de Tianá, sábio
filósofo pitagórico e taumaturgo de grande poder, possuía conhecimento muito
extenso sobre as ciências ocultas; sua vida é repleta de fatos extraordinários;
ele acreditava firmemente nos Espíritos e em suas possíveis comunicações com os
vivos.
Entre os Romanos, as práticas de evocação estavam excessivamente disseminadas,
e, depois da fundação do império, o povo depositava grande fé nos oráculos. As
sibilas romanas, evocando os mortos, interrogavam os Espíritos e eram
consultadas sem cessar pelos generais, e nenhum empreendimento mais ou menos
importante era decido sem que se tivesse de tomar o conselho preliminar dessas
sacerdotisas.
Se acreditarmos em Tertuliano, o Espiritismo se exercia entre os antigos tanto
quanto nos dias de hoje: « Se é dado, disse ele, aos magos fazer aparecer
fantasmas, evocar as almas dos mortos, forçar crianças a transmitir os
oráculos, se fazem um grande número de milagres, se enviam sonhos, se têm às
suas ordens Espíritos mensageiros e demônios, razão pela qual as cabras e as
mesas que profetizam são um fato vulgar, esses espíritos poderosos deveriam se
esforçar em fazer para eles próprios o que fazem para o serviço de outros. »
Além dessas afirmações de Tertuliano, se pode citar ainda uma passagem de
Ammien Marcellin, no caso Patricius e Hilarius, trazidos diante de um tribunal
romano por crime de magia, que se defenderam contando « que eles tinham
fabricado, com pedaços de loureiro, uma pequena mesa sobre a qual tinham
colocado uma base circular, feita de vários metais, e contendo um alfabeto
gravado sobre as bordas. Então, um homem vestido de linho, após haver recitado
uma fórmula e feito uma evocação ao Deus da adivinhação, tinha suspendido por
baixo da base um anel de fio de linho muito fino consagrado por meios
misteriosos. Que o anel, saltando sucessivamente, mas sem confusão, sobre
várias das letras gravadas e parando sobre cada uma, formava versos
perfeitamente regulares, que eram as respostas exatas às questões colocadas. »
Hilarius acrescenta: « Um dia, eles tinham perguntado que sucederia ao
imperador atual, e, o anel, saltando, deu a sílaba Théo. Não perguntaram mais,
persuadidos que este seria Teodoro. » Mas os fatos, diz Ammien Marcellin,
desmentiram mais tarde os magos, mas não a predição: seria Teodósio.
Na Gália, os Druidas se comunicavam com o mundo invisível, milhares de
testemunhas o atestam. Evocavam-se os mortos nos recintos de pedra. As
Druidesas transmitiam os oráculos. Vários autores relatam que Vercingétorix se
entretinha com as almas dos heróis mortos pela pátria. Antes de sublevar a
Gália contra César, ele se deteve na Ilha de Sena, antiga morada das Druidesas.
Lá, um gênio lhe apareceu e lhe predisse sua derrota e seu martírio.
Entre os primeiros cristãos, nos Atos dos Apóstolos, encontram-se numerosas
indicações quanto às comunicações com os espíritos dos mortos. São Paulo em sua
primeira epístola aos Coríntios, descreve sob o nome de dons espirituais, todos
os gêneros de mediunidade. Ele se declara diretamente instruído, pela Igreja de
Jesus, na Verdade evangélica. Tributou-se, por vezes, essas inspirações aos
maus Espíritos, à quem alguns chamavam de o Espírito de Píton: « Meus bons
amigos, dizia João, não creiam em todos os espíritos, mas verifiquem se os
espíritos são de Deus. »
As práticas espíritas ficaram em uso durante vários séculos. Quase todos os
filósofos alexandrinos, Filo, Amônio Saccas, Plotino, Porfírio, Arnobe, se
diziam inspirados por gênios superiores; São Gregório, taumaturgo, recebeu os
símbolos da fé do Espírito de São João. Santo Agostinho, o grande bispo de
Hippone, em seu tratado De Curâ pro mortuis, fala das manifestações ocultas e
acrescenta: « Por que não atribuir essas operações aos espíritos dos defuntos e
não crer que a divina Providência fez um bom uso de tudo para instruir os homens,
os consolar, os maravilhar ? »
Na Idade Média, as perseguições da Igreja contra os « heréticos » sufocaram a
comunicação com o mundo invisível mas a tradição se conserva: pode-se segui-la
na história com os nomes de Paracelso, Cornélio Agripina, Swedenborg, Jacob
Boehm, Martinez Pascalis, o conde de Saint-Germain, Saint-Martin, os possessos
de Loudun, os medrosos de Cévennes e os crisíacos do cemitério Saint-Médard.
Nenhum testemunho da intervenção dos Espíritos na vida dos povos é comparável à
história tocante da virgem de Domrémy. No início do século XIV, a França
agonizava sob o pé de ferro dos Ingleses. Com a ajuda de uma jovem moça, de uma
criança de dezoito anos, as potências invisíveis reanimaram um povo
desmoralizado, revelando seu patriotismo extinto, inflamando a resistência e
salvando a França da morte. Joana nunca agia sem consultar suas vozes, e, seja
sobre os campos de batalha, seja ante seus juízes, sempre elas inspiraram suas
palavras e seus atos.
De mais, se reencontra a comunicação com os Espíritos através dos feiticeiros
ou dos xamãs entre os numerosos povos da América, da Ásia, da Oceania e da
África.
«Não obstante, o Espiritismo não é uma descoberta moderna. Os fatos e os
princípios, sob os quais ele repousa, se perdem na noite dos tempos, pois seus
traços se acham nas crenças dos povos, em todas as religiões, na maior parte
dos escritores sacros e profanos. Apenas que, incompletamente observados, os
fatos foram freqüentemente interpretados conforme as idéias supersticiosas da
ignorância e sem que dos mesmos tivessem sido deduzidas todas as conseqüências.
O que há de moderno é a explicação lógica dos fatos, o conhecimento mais
completo da natureza dos Espíritos, de sua missão e de seu modo de agir; a
revelação do nosso estado futuro e, enfim, a constituição dele num corpo
científico e doutrinário e suas múltiplas aplicações. Os antigos conheciam o
princípio; os modernos conhecem as minúcias. Na Antigüidade o estudo desses
fenômenos era privilégio de certas classes, que só o revelavam aos iniciados
nesses mistérios; na Idade Média os que com ele se ocupavam ostensivamente eram
tidos como feiticeiros e queimados vivos; hoje, porém, já não há mais mistérios
para ninguém, ninguém é queimado, tudo se faz à luz meridiana e todo o mundo
está disposto a instruir-se e praticar. Porque em toda parte se encontram
médiuns e cada um pode sê-lo mais ou menos.
A doutrina hoje ensinada pelos Espíritos nada tem de novo; seus fragmentos são
encontrados na maior parte dos filósofos da Índia, do Egito e da Grécia, e se
completam nos ensinos de Jesus Cristo. A que vem, pois, o Espiritismo ? Vem
confirmar com novos testemunhos e demonstrar com os fatos, verdades
desconhecidas ou mal compreendidas e restabelecer em seu verdadeiro sentido
aquelas que foram mal interpretadas ou deliberadamente alteradas.
O que é certo é que nada de novo ensina o Espiritismo. Mas será pouco provar de
modo patente e irrecusável a existência da alma, sua sobrevivência ao corpo,
sua individualidade após a morte, sua imortalidade, e as penas e recompensas
futuras?»
(Allan Kardec – O que é o Espiritismo – Introdução)
É bom anotar:
As manifestações dos Espíritos sempre existiram, em países e épocas diferentes.
As manifestações dos Espíritos estão na base das religiões.
Para saber mais:
Após a Morte de Léon Denis. (1ª parte, a Doutrina secreta)
O Fenômeno Espírita de Gabriel Delanne. (1ª parte, cap. I)
Le Spiritisme du Dr Paul Gibier. (1ère partie, chap. IV)
Le Spiritisme qu’en savons-nous ? de l’U.S.F.F. (2ème édition, page 59)
Histoire du spiritualisme expérimental de César de Vesme.